Destino Inevitável

12

Pensei em vários cenários para o fim desta noite, e todos incluíam o plano dando errado. Felizmente isso não ocorreu, haja vista que Kate parou de gritar depois de uma hora. Isso é um bom sinal, certo? Extravasou e agora está conversando civilizadamente? Dedos cruzados para que seja isso, pois tem grandes chances dela ter ficado sem voz de tanto gritar!

Não imaginei, no entanto, que terminaria a noite jantando com Sinan. Ele havia feito lasanha, um dos meus pratos preferidos, e por incrível que pareça, conseguimos ser mais civilizados que o normal.

Não vou mentir e dizer que estava sendo uma noite perfeita, sem insultos e provocações, uma vez que, definitivamente não seria nós dois se não houvesse intrigas.

Apesar disso, depois de jantarmos fomos para o seu jardim. Sentamos em uma poltrona e ficamos em um silêncio confortável, apenas observando o céu estrelado. Por um momento consegui deixar de lado tudo o que me incomodava e me senti em paz, essa noite acabou sendo surpreendentemente agradável.

– Você acha que eles vão se resolver? – Sinan perguntou, quebrando o silêncio.

– Acho que não é um assunto que pode ser resolvido em uma noite. – falei, sem desviar o olhar do céu – Eles provavelmente precisarão de um tempo.

– Se ela fizesse isso com você e Logan, você a perdoaria?

Ajeitei-me na cadeira, deixando transparecer o quanto esse assunto me incomoda.

– É diferente. Eles se amam e precisam ao menos de uma conversa.

– E você e Logan?

Olhei para ele, ponderando se deveria responder a sua pergunta, Sinan parecia estar completamente desarmado naquele momento e não sei bem o motivo, mas resolvi fazer o mesmo.

– Nós não nos amamos e já conversamos o suficiente.

O ruivo assentiu e voltou a olhar as estrelas.

– Você não acha estranho, se ele não te ama, não aceitar ver você comigo? – indagou.

– Isso não se chama amor, se chama posse. Logan acha que sou dele. – respirei fundo, não queria mais estragar minha paz falando daquele homem – Nossos últimos momentos antes de Kate me matar e você resolve falar justo desse assunto?

Sinan gargalhou.

– Tem razão, isso foi um erro!

– Bem, tem uma coisa que sempre vejo em filmes quando a pessoa descobre que tem pouco tempo de vida. – sorri – Uma lista com as coisas que ainda não fez e quer fazer antes de morrer!

– Você provavelmente não teria tempo para isso. – deu de ombros – Mas podemos fazer!

Sinan levantou e alguns instantes depois voltou com um caderno e uma caneta.

Me entregou e ficou me observando enquanto eu escrevia.

Eu sei que é uma brincadeira nossa, mas me pareceu uma boa ideia fazer essa lista de verdade. Afinal, não devemos esperar uma quase morte para vivermos.

O primeiro item que escrevi é bem óbvio, algo que sigo adiando porque me afoguei quando era criança:

1- Aprender a nadar;

Já os outros itens, tive que pensar um pouco antes de escrever. Entretanto, depois de um tempo, também me pareceram óbvios:

2- Jantar e dançar com alguém especial no topo de um prédio em LA;

3- Não ter mais pesadelos;

4- Ganhar um Oscar;

5-