Foram cinco dias em San Francisco. Tive uma semana bem ocupada com sessão de fotos, entrevistas e eventos, no entanto, durante as noites mal dormidas tinha tempo de sobra para pensar sobre o que estava sentindo.
Nos primeiros dias me convenci que estava sentindo falta de Sinan, assim como sentia de Harry e Kate. Estava certa que esse aperto no peito era absolutamente normal, porque nosso ódio poderia ter se transformado em algo como amizade, certo?
Eu não poderia estar mais errada.
Afinal, amigos não se olham com tanto desejo, muito menos duas pessoas que até pouco tempo se odiavam.
No terceiro dia de viagem, Sinan me ligou de madrugada e ficamos horas conversando sobre absolutamente tudo. Contei a ele como tinha sido os últimos dias, os lugares que visitei e, em algum momento, comecei a desabafar sobre o quanto a mídia consegue ser podre, visto que, já havia matérias dizendo que nosso relacionamento tinha acabado porque viajei desacompanhada. Como se eu não pudesse mais fazer nada sozinha só porque estou namorando, um completo absurdo! Além disso, tiraram uma foto onde eu estava próxima de um homem que nunca vi na vida, mas de acordo com os sites de fofocas e o trending topics do twitter, era meu novo namorado. Fala sério!
Pode parecer estranho, mas foi essa conversa que me fez perceber que algo estava mesmo acontecendo entre nós.
Eu notei como ele estava com sono e ainda assim, tentou disfarçar para me fazer companhia. E quando desliguei o telefone, lembrei as piadas que ele tinha feito sobre o assunto. Na hora, fiquei extremamente irritada e pedi para ele levar a sério meu descontentamento, mas depois fiquei olhando para o teto e sorrindo feito boba.
No últimos dois dias ele não ligou e eu comecei a sentir um vazio enorme, portanto, tenho que admitir. Estou sentindo algo pelo homem que até pouco tempo era apenas meu parceiro de cena egocêntrico.
Todavia, o grande problema é que não faço a menor ideia de como lidar com meus sentimentos. Sou uma bagunça total.
Veja bem, quando tinha 16 anos comecei a namorar Leo, meu melhor amigo. Pensei que ficaria o resto da vida com ele, até percebemos que confundimos amizade com amor. Mesmo assim, eu sofri muito, pois além de perder meu namorado, acabei ficando sem meu amigo mais próximo quando o mesmo se mudou para Rio de Janeiro.
Nesse dia, prometi que não namoraria tão cedo e curtiria minha juventude. Bem, consegui cumprir minha promessa por um tempo.
Anos depois, cheguei em Los Angeles e no meu primeiro trabalho como atriz encontrei Logan. Eu iria interpretar uma modelo em uma cena de dez minutos no filme, provavelmente a metade seria cortada. E ainda assim, no meio de todas aquelas mulheres, um ator de sucesso havia olhado para mim. Foi o suficiente. Eu achava que estava completamente pronta para viver um amor como nos filmes.
Logan era carismático e extremamente persuasivo. Lembro-me como se fosse ontem de quando o apresentei ao meu pai, ele o amou logo de cara. Meus amigos o adoravam, minha mãe falava com ele por chamada de vídeo toda semana e eu gostava cada vez mais dele. E cada vez menos de mim.
Há um fato engraçado sobre a paixão. Quando você encontra alguém que se identifica dessa forma, instantaneamente pensa que esse é o grande amor da sua vida.
O moreno sempre soube como me fazer sentir bem e, de alguma forma, sabia todas as minhas fraquezas. Com o tempo, deixei de me amar e passei aceitar a versão que Logan tinha criado.
Eu me perdi. Esqueci quem eu era antes dele.
Não foi fácil perceber isso, e mesmo depois de compreender o que estava acontecendo e criar coragem para acabar com tudo, não conseguir me livrar completamente.
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Destino Inevitável
RomanceDois atores de uma série de sucesso. Na ficção? Paixão. Na vida real? Nem tanto. Eliza Thompson e Sinan Bragg são os astros da nova série da Netflix. Infelizmente o amor incondicional ficou apenas por trás das telas, já que na vida real os dois se o...