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Sinan Bragg.

Como pode um momento tão bom virar uma merda completa em questão de segundos?

Essa era pergunta que estava repetindo incessavelmente em minha cabeça desde que assisti aquele maldito vídeo.

Jeremy me acusou de agressão, sem ter ocorrido de fato uma. E se tem algo que me arrependo é de não ter quebrado a cara dele.

Eliza ter saído daquela forma também me deixou nervoso pra caralho. Estou ciente que ela precisa de um tempo para pensar antes de agir. Eliza sempre pensa demais.

Também imagino que o lance do dinheiro tenha a decepcionado. E eu não posso culpá-la por isso, mas naquela época eu não sabia que o relacionamento seria algo além de um simples acordo de marketing.

Estou me sentindo um merda por não ter o controle da situação. Já tinha amanhecido e eu não havia pregado o olho a noite toda tentando lidar com isso junto de minha equipe. Eles estão sendo muito pacientes, porque nem mesmo eu estou me suportando nesse momento.

Não me arrependo de não ter dado dinheiro a Jeremy, pois a julgar pelo seu caráter duvidoso, ele iria sempre ter essa carta na manga. Francamente, não sei como expressar meu ódio por aquele desgraçado. Sempre soube que ele não valia nada e que ele iria contra atacar após sua demissão, no entanto, não esperava que ele fosse tão baixo.

Can já havia preparado um café e estava sentado a minha frente lendo algumas notícias e comentários sobre o ocorrido.

– Vou continuar em contato com seu advogado e ver o melhor a se fazer nesse momento. Estou de bobeira hoje, não custa nada. Pode relaxar um pouco!

Soltei um suspiro frustrado.

– Obrigado cara!

Meu celular tocou com uma mensagem e eu arregalei os olhos.

Levantei imerso nos meus pensamentos e peguei a chave do carro. Era só o que faltava para esse dia ficar pior.

– Vou ver minha mãe. – avisei.

– Como seu assessor provisório e amigo, não sei se acho isso uma boa ideia, Sinan. A mídia deve estar seguindo cada passo seu e Mary não precisa ser envolvida nisso logo agora que deixaram essa história em paz.

– Não é Mary. – respirei fundo – É minha mãe biológica.

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Estacionei o carro em um local afastado para não chamar atenção e entrei pelos fundos no hotel, conforme instruído pelo segurança de minha mãe.

Ela estava de costas, mas não havia como confundir Valerie. Seu cabelo preso em um rabo de cavalo e seu rayban eram suas marcas registradas, assim como seus vestidos longos.

Valerie deu um breve sorriso que se desfez rapidamente ao me ver parado.

– Não vai me dar um abraço?

Assenti, indo em sua direção e abraçando-a.

– Como você está, mãe? – perguntei, me afastando.

– Eu estou ótima, mas não posso dizer o mesmo sobre você, não é? Estou preocupada com sua carreira, quantos patrocinadores já perdeu?

– Alguns. – murmurei – As maiores marcas ainda estão comigo.

– E a série? Vai ser cancelada?

Respirei fundo. Eu não tinha paciência para nenhuma de suas perguntas.

Destino InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora