Capítulo 1:

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Megan Bennet:

Parada em frente ao espelho, fito meu reflexo. Meus olhos azuis brilham, com um misto de raiva e humilhação, minhas bochechas estão coradas e meus lábios estão em uma fina linha reta. Me encontro tensa.

Louco. Uma simples palavra que definia meu pai. Ele era louco, doente e só poderia sofrer de sérios problemas. Droga! Estou tão ferrada. - murmuro enquanto, termino de prender meus cabelos, em um rabo de cavalo.

~ FlashBack On ~

Adentro o local que havia anos que eu não visitava... 4 anos na verdade. Suspiro pesadamente, não me sentia bem visitando o meu pai, ou até mesmo só vindo buscar o dinheiro.

Meus olhos percorreram em volta do lugar, e se fixaram em um moreno, que possuía cabelos que tinha um tom castanho diferenciado, suas costas largas se contraíam enquanto ele distribuía uma sequência de socos e chutes no saco de areia que ali se encontrava.

Nada mal, nada mal mesmo. - meu corpo gritou. Não cheguei a ver o rosto do moreno gostoso, pois fui despertada de meus pensamentos, quando a voz do meu pai ecoou pelos meus ouvidos :

- Megan! - sua voz parecia surpresa e calma.

- Oi. - digo firme.

- Venha comigo. - sua voz contida me fez suspirar.

Caminhei em passos lentos atrás dele, enquanto recebia alguns olhares curiosos. É pessoal, a filhinha do treinador de vocês, cresceu. - minha consciência murmura.

Passei pela porta, entrando em seu escritório. Realmente as coisas mudaram. - pensei.

As paredes em um tom bege, possuía uma espécie de divisória na cor preta. Prateleiras com troféus, murais com medalhas e fotos. Uma grande mesa com um notebook e papeis que pareciam ser relatórios. Um sofá pequeno de couro no canto da sala. Cadeiras, poltronas... Tudo devidamente no seu lugar, tudo organizado.

- Sente-se. - a voz do rouca do meu pai, comandou. Todo mandão, sentando na cadeira de couro preta, me sentei à sua frente e o fitei. - Quanto tempo que você não vem me visitar, hein filhinha? - sua voz sarcástica me fez tremer.

- 4 anos... Eu acho. - digo grossa.

- E o que seu pai, pode fazer por você? - ironizou.

- Eu vim buscar o dinheiro, já que o senhor não depositou. - disse firme.

- E nem vou depositar. - diz frio.

- Claro que vai é o meu curso que está em jogo. - gritei batendo a mão, contra mesa. Meu sangue fervia e eu queria bater em algo.

- E o resto você dá para sua mãe. Acha que eu sou burro? - sua voz sai cortante, levanto o nariz e ironizo.

- Você que está dizendo.

- Não brinque comigo, Megan. Eu sou o seu pai e exigo respeito.

- Você perdeu o meu respeito, à partir do momento em que saiu de casa, e nós deixou. - digo com voz carregada de indiferença e desprezo.

- Você não sabe de nada. - sua voz firme pela primeira vez, me fez estremecer. - Agora ouça bem, se quiser receber, vai ter que fazer por merecer.

- Mas... - tentei dizer, mas fui cortada.

- Calada. Quer o dinheiro pro curso e sustentar sua mãe? Ótimo. Mas vai ter que vir trabalhar aqui.

- Não. Nem pensar, isso está fora de cogitação.

- Pare de agir, como uma adolescente rebelde, coisa que você não é. Megan... Você está com 20 anos, uma mulher. Está na hora de começar à se estabilizar, tomar conta da sua vida e não bancar a babá da sua mãe.

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