Capítulo 5 :

34.7K 2.1K 140
                                    

Megan Bennet:

Assim que a porta do apartamento do meu pai se abriu, larguei as malas no chão e me joguei em seus braços chorando.

- Me perdoe, por favor. - minha voz sai trêmula.

- Filha, o que aconteceu? O que a Samantha te fez? - perguntou preocupado.

- Ela m-me usou pai. P-para conseguir dinheiro.... Como eu fui burra. - digo soluçando e minha voz sai embargada. -

- Desgraçada! - pragueja com raiva.

- Eu não tenho onde ficar. - digo baixinho.

- Claro que tem Megan, essa é a sua casa e sempre será. Agora vá para seu quarto. Logicamente você sabe onde fica, vou fazer uma ligação e logo levo suas malas.

- Ok. - murmuro me afastando de seus braços e caminho entrando no apartamento e logo me direcionando à o meu antigo quarto.

A porta lilás, onde ainda continha à pequena placa escrita: Princesa. Adentrei cautelosamente, me deparando com meu quarto dos sonhos, nada havia mudado, à não ser a cama, que foi substituída por uma de casal. As fotos antigas no meu pequeno mural; O guarda roupa cheio de figurinhas de princesas; O pequeno criado mudo, com um espelho; A pequena mesa; A televisão, emoldurada na parede.

Absolutamente tudo no seu devido lugar. Deitei na cama me encolhendo, deixando as lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas.

- Megan acorda. - me assustei com a voz do meu pai, e só então percebi, que tinha adormecido.

- O que houve? - pergunto sonolenta

- Você dormiu há duas horas. Fiquei preocupado, por que você não comeu nada. E sua mãe não para de ligar. - comunicou, enquanto acariciava meus cabelos.

Me sentei sonolenta, na tentativa falha de me recompôr.

- Pai... O senhor me deixa morar aqui, até eu conseguir me estabilizar? - pergunto trêmula e envergonhada. - Prometo que será só por pouco tempo. - digo.

- Filha é claro que sim, meu anjo, se depender de mim, quero que fique para sempre. Eu te amo, e não vou permitir que ninguém te machuque. Pode contar comigo para tudo, ok? E amanhã precisa ir para à academia, você já fez um grande milagre com aqueles relatórios. - diz orgulhoso

- Obrigada Pai. Eu te amo e desculpa por ter te julgado, sem nem ao menos saber a verdade. - digo me sentindo horrível, por ter agido como uma imbecil com ele.

- Tudo bem. Agora se arrume e desça vou pedir uma pizza para a gente. - disse depositando um beijo na minha testa e saindo rapidamente.

Me colocando de pé, fui até o meu antigo guarda roupa, pegando uma toalha azul escura. Caminhei em direção ao meu pequeno banheiro e me permitir sorriso, como tudo estava organizado. Me despi copiosamente e logo à agua fria percorria meu corpo, me fazendo acordar. Mudei a temperatura e deixei a água levar minha tensão e amargura.

- Eu iria ser uma Nova Megan. - digo baixo.

Saio enrolada na minha toalha e opto em usar um short curto, com um blusão cinza. Prendo meus cabelos em um coque frouxo e calço minhas sandálias. Respirando profundamente, caminho para à sala.

- Pai? - o chamo.

- Na cozinha, Meg. - grita e me direcionando para o local.

A cozinha é grande, as cores preta e branca predominam o ambiente. Me sento de frente para ele. O mesmo coloca uma fatia de pizza de quatro queijos para mim.

- E o curso Meg? Quando pretende voltar as aulas? - pergunta curioso.

- Quando a Natalie voltar pai. - digo sorrindo.

- Saudades daquela pirralha. - diz com um sorriso acolhedor, ele amava ela e o sentimento era recíproco.

- Uhum. - digo enquanto coloco um pedaço de pizza na boca.

- Vou pegar o refrigerante. - diz se levantando e logo volta com duas latas de coca nas mãos.

- Não perde o amor pela coca né, Sr Bennet? - provoco rindo.

- Olha quem fala, a garota que quase me mata, só porque roubei um pouquinho da garrafinha dela. - diz rindo e eu solto uma gargalhada, me lembrando do ocorrido.

- Ao menos você não roubou mais. - dou de ombros rindo.

- Você definitivamente me assustou. - diz fingindo medo.

- Uhum. - murmuro.

Peguei minha latinha e meu pai fez o mesmo com um sorriso travesso. Bebemos no gargalo e soltamos um gemido, devido à delícia que era a coca, quando os arrotos monstruosos da gente se misturaram, caímos definitivamente na gargalhada.

- Não perdemos o jeito. - diz rindo. Aquilo era meio que nosso momento, sempre fazíamos isso e eu amava cada detalhe.

- Somos os Bennet's, nunca perdendo o jeito. - digo convencida.

- Nada modesta. - diz sorrindo.

- Uhum. - murmuro concentrando minha atenção na pizza.

- Eu fico com as louças. - digo assim que terminamos de comer.

- Filme, topa? - pergunta.

- Claro! - digo.

- Eu vou fazer a pipoca. - dizendo isso foi fazer a pipoca e eu tratei logo de  organizar a bagunça que havia na pia.

*-*-*-*-*-*-*-*
Eu e meu pai nos encontrávamos jogados no sofá, nos entupindo de besteiras, enquanto Como Gente Grande 2 passava na televisão.

- Desse jeito sua barriga vai ficar igual à do Adam Sandler. - provoco rindo.

- Olha o respeito garota! Eu tenho um tanquinho, como diria o Thomas. - diz rindo.

Thomas... Por um momento eu havia me esquecido dele.

- Tanquinho? - gargalhei pelo linguajar que meu pai estava usando.

- Sim. - diz dando de ombros.

Quando o filme acabou, eram exatamente 23:25. Depois de uma sessão gargalhadas, devido as piadas altamente ridículas, que o papai fazia questão de me contar. Me deitei na minha cama, com um sorriso abobalhado no rosto, eu amo meu pai e vou ne esforçar ao maximo para ser a filha que eu deveria ter sido.

- Meg? - papai me chamou, enquanto adentrava meu quarto, vestido despojado.

- Vai sair? - pergunto fitando sua calça jeans escura, com um blusão preto e seu par de converse.

- Sim... Tenho que ir a um local. Se importa? - perguntou hesitante.

- Claro que não! - digo sorrindo. - Está na hora do Senhor desencalhar. - provoco rindo.

- Megan! - sua voz me repreende sorrindo.

- Desculpa. - digo rindo.

- Já estou indo... Como eu disse amanhã não precisa ir, fique a cozinha e tome a sua cópia das chaves, não só da academia como à da nossa casa. - disse me entregando as chaves. E eu dou um sorriso. - Eu te amo filha. - murmura beijando minha testa.

- Eu também pai. Se cuida. - digo. Ele acena com a cabeça em confirmação e se retira do meu quarto.

Após um tempo perdida em pensamentos, me deixo ser levada pelo sono.

O BoxeadorOnde histórias criam vida. Descubra agora