Capítulo 9

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Já à bordo do The Canadian — um expresso que cortava todo o Canadá —, Leonardo e Cecília ficaram nas poltronas tipo leito que ficavam juntas

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Já à bordo do The Canadian — um expresso que cortava todo o Canadá —, Leonardo e Cecília ficaram nas poltronas tipo leito que ficavam juntas. Já os casais ficaram em outros locais, ao longo da primeira classe do trem.

Cecília se segurava para não chorar, ao ver que tudo estava dando errado nos seus planos. Ela não queria ser fraca, pois não gostava de agir como uma menininha boba, mas a verdade era que estava muito abalada para ter fé de que tudo acabaria bem.

Leonardo que estivera distraído lendo um livro, percebeu como ela estava encolhida, enquanto olhava a paisagem.

E ao se debruçar sobre ela, percebeu que seus olhos estavam marejados.

Ele não achava que Cecília era fracassada ou frágil, mas sim forte e marrenta, mas mal sabia ele que a garota nem sabia mais quem ela era.

Leonardo sabia que se Cecília estava naquele estado era porque carregava algo muito sério e guardava aquilo só para si.

— Está se sentindo bem? — ele perguntou com cuidado.

— Sim — ela respondeu, querendo que ele sumisse somente para não enfrentar o que sentia tão fortemente em seu peito.

— O que está te incomodando então? — ele insistiu. — Eu juro que não vou opinar, seja o que for.

Cecília olhou dentro dos olhos do companheiro de viagem e viu que ele falava a verdade.

— Eu preciso muito falar com uma pessoa, mas não tenho mais o meu celular, então não sei quando poderei ter notícias — ela assumiu, soltando o choro.

Leonardo refletiu por um momento, morrendo de curiosidade.

— É a única coisa que vou perguntar:  — ele anunciou — você não está sendo perseguida porque traiu o Renan não, né?

Cecília suspirou, cansada demais para se indignar com Leonardo.

— Eu não estou em um romance e não, eu não traí o Renan — ela disse. — Se eu estivesse em um relacionamento, não teria beijado você ou o haitiano.

— Certo! — disse Leonardo, percebendo que havia sido inconveniente. — Eu posso emprestar o meu celular agora e quando chegarmos a Vancouver, eu posso comprar um novo para você.

— Por que você faria isso? — ela perguntou, desconfiada, afinal o rapaz havia sido hostil com ela nos últimos seis anos. — Eu não tenho dinheiro para te pagar esse celular nem tão cedo!

— Não faça pergunta difícil! — ele brincou, desconversando. — Agora pegue e vá até a área de fumantes e faça a sua ligação. Eu prometo que não vou perguntar mais nada e você pode apagar o registro da chamada assim que acabar.

Leonardo estendeu o celular e Cecília lhe retribuiu com um sorriso sincero.

— Obrigada!

Cecília se levantou e caminhou apressadamente até a área de fumantes. Leonardo a acompanhou com o olhar e suspirou, sem saber o que pensar daquilo tudo.

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