Emoções.

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          Logo após aquele jantar no mínimo inusitado, Orsi puxa Liebe para conversar mais sobre, segundo ele, assuntos "malignos", ainda estava muito surpreso pelo fato de ter um domínio junto dele naquele momento.

Vendo que Liebe ficaria bem com a curiosidade de Orsi, Asta decide tomar um ar. Sentado sobre aquela velha e nostálgica cerca ao lado da igreja, ele observava o céu estrelado. Uma leve brisa soprava contra seu rosto relaxado. Sem que notasse, um suspiro melancólico escapa por entre seus lábios.

"Então é esse tipo de coisa você me faz fazer quando está longe...?" – se pergunta agitando os cabelos.

– Você mudou um pouco. – Asta é surpreendido por Lily que surge ao seu lado. – Está diferente.

– Oh, Irmã... Sério...? – pergunta já sabendo da óbvia resposta.

– Sim. Aconteceu alguma coisa durante a batalha...? – pergunta vendo o garoto balançar a cabeça em negação. – Ou... depois dela? – indaga novamente tendo como resposta um Asta que se encolhera com o rosto levemente corado.

Lily apenas sorri nasalmente, indo se encostar na cerca onde Asta estava.

– Quer me contar?

– Não sei... – diz em um tom mais baixo. – Seria um pouco vergonhoso contar isso depois de tudo que já fiz por você. – Revela sincero.

Asta passara sua infância e parte de sua adolescência pedindo insistentemente que Lily se casasse com ele, mesmo ela, obviamente, sempre negando, ele continuava insistindo naquela paixão de infância. Claro que ela não se casaria com sigo, mesmo que não fosse um a mulher de batina, Lilly era praticamente uma mãe, não só para ele, mas para todos que cresceram naquele lugar.

– Não pense assim. – Lily chama sua atenção. – Eu sempre soube que você se interessaria por outra pessoa, embora não achei que iria demorar tanto. Estava na hora. – Alfineta sem desfazer o sorrido do rosto.

– Então você já percebeu... e não fale assim, irmã... – Choraminga ao seu lado.

– Estou brincando. – Comenta sorrindo.

– Não foi o que pareceu. – Fala sentido.

– Então... – prossegue após sessar o riso. – É quem eu estou imaginado que seja? – insinua pendendo a cabeça para o lado.

– Bom... provavelmente... eu sempre falava dela nas cartas... agora que parei pra pensar nisso... – comenta se dando conta do fato dito.

– Sabia! – Comemora o acerto.

– Por que a animação...? – pergunta sem jeito.

– Você sempre escrevia sobre ela de um jeito diferente, como posso dizer... mais atenciosamente? – pondera com o dedo indicador sobre os lábios. – Meio que eu comecei a desconfiar um pouquinho.

– Então... eu já tinha afeto por ela...? – se pergunta um tanto envergonhado.

– Sentimentos não são uma coisa fácil de se lidar, muito menos de se compreender. Eles vêm e vão como querem.

– Essa parte eu entendo... – diz jogando o rosto para trás. – Eu quero ver ela..., mas...

– Mas?

– Noelle disse que queria passar um tempo sozinha... – informa em um tom menos pesado que antes.

– Ah, sim... ela tem uma personalidade um pouco difícil de se lidar, certo? – pergunta se recordando das descrições que Asta fizera sobre ela em suas antigas cartas.

"No final, eu que me apaixonei por você".Onde histórias criam vida. Descubra agora