As paredes tem ouvidos.

1.2K 88 89
                                    

 – N-Não me provoque. – disse irritada com seu rosto ardendo em vermelho.

– Brincadeira, brincadeira.

Em meio as risadas, Asta se levanta, alcançando uma caixa de lenços que estava aperto a cabeceira da cama em uma pequena mesa. Ainda sobe o olhar envergonhado, e um tanto irritado de Noelle, Asta limpa seu abdome que ainda estava sujo.

– Confesso que fiquei surpreso com você me pedindo esse tipo de coisa. – disse em meio ao ato. – Noelle, sua depravada. – Ele provocou brincalhão.

– Calado! Foi a única forma que achei de fazer você para com esse seu medo. – disse virando o rosto para o lado assim que viu Asta se livrar dos lenços logo antes de cair ao lado da garota. – E você parece ter gostado... – retrucou com seu beicinho.

– Você poderia ter conversado comigo. – Sugeriu agarrando uma de suas mechas prateadas. – Bom, não que eu não tenha gostado do que veio em seguida. – Ressaltou coçando a própria bochecha um tanto envergonhado.

– Aé? E você me escutaria? Sem fugir? – Asta apenas sorriu desajeitado enquanto desviava o olhar.

– Você é tão linda, Noelle! – Ele disse a puxando para um abraço, afundando seu rosto na curva de sua nuca.

– Essa é sua tentativa de mudar de assunto? – ela perguntou sarcástica, por fim retribuindo o abraço enquanto ouvia Asta rir dele mesmo.

– Não diga isso. – Ele brincou sentindo Noelle se aconchegar em seu peito. – Me desculpe por não ter tentado nada antes...

– Se aquilo estava te incomodando tanto, bastava me falar... – Ela disse sentindo o calor do corpo do rapaz, aquilo lhe fazia tão bem. – Não me deixe ser a ultima a saber das coisas... seu idiota...

– Sim... prometo não fazer mais isso. – Concordou acariciando levemente os cabelos prateados. – Bom... e como foi sua missão? – perguntou interessado enquanto fitava o teto escuro, porem a resposta da garota não veio. – Noelle...?

Antes que ele pudesse chamar por ela novamente, Asta sente a respiração calma de Noelle sobrar contra seu peio. Ela havia adormecido.

– Certo... vamos deixar isso para amanhã então... – ele sussurrou enquanto alcançava seu cobertor, cobrindo o corpo nu de Noelle que estava aninhada ao seu lado.

Asta se perguntava quando foi a ultima vez em que eles tiveram um momento assim, estando somente os dois. Como ele pode se esquecer dessa sensação. Não queria sair de seu lado, queria estar com ela, sempre, em qualquer situação.

Asta, sorriu ao lembrar dos momentos em que perdera o controle por ciúmes pela garota, ele a amava, mais do que ele imaginaria que pudesse amar alguém. Seu cheiro, seu toque, seu ser. Tudo.

– Te amo... – sussurro por fim, antes que se entregasse ao sono que não tardou a vir.

***

Horas se passaram e o amanhecer chegara mais uma vez ao reino de Clover, a neblina ainda percorria pelos bosques, por entre as arvores e riachos. Em meio ao silencio, pouco a pouco, pássaros começavam a cantar anunciando os primeiros raios de sol.

Noelle dormia profundamente sobre o braço do garoto. Não demorou para que a claridade do quarto acabasse por acordar a garota.

Noelle se mexeu contra o peito quente de Asta, seus olhos piscaram uma, duas vezes, notando as paredes em tons de cinza misturado com os fracos raios de sol que adentravam pela janela logo atras da cabeceira da cama, a fazendo se dar conta de que não estava em seu quarto.

"No final, eu que me apaixonei por você".Onde histórias criam vida. Descubra agora