Não chore.

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Após uma breve bronca vinda de Charmy, ocasionada por Asta e Noelle terem pulado uma refeição, ambos desfrutaram de uma refeição reforçada. Pães, bolos, ovos, bacon, frutas e entre outras coisas foram servidos, Asta, como de costume atacou tudo que via pela frente sem quaisquer cerimonia, Noelle seguiu seu exemplo e fez o mesmo.

Assim que o tilintar de garfos e facas vindo de Asta sessaram, Noelle decidiu se levantar de seu assento, logo indo em direção a saída da base, Asta, que até então mantinha-se em sua cadeira, se atentou de imediato ao som das sandálias da garota se direcionado para longe.

Ah passos rápidos, Asta alcançou o batente da porta, seus olhos encontraram uma cabeleira prateada estando um tanto mais distante de si, ele se perguntava para onde ela iria. Asta abriu sua boca para chamar por ela, mas foi interrompido pela garota.

- Você vem? - Noelle perguntou ainda de costas enquanto caminhava calmamente. - Vamos dar uma volta.

Claro que não precisou de mais que isso para que um sorriso bobo se formasse em seus lábios. Asta correu em sua direção, e assim que a alcançou ele agarrou sua mão direita, entrelaçando seus dedos enquanto via suas bochechas arderem com aquilo. Mesmo que não fosse a primeira vez que ambos andassem de mãos dadas, Noelle parecia não conseguir lidar muito bem com aquilo ainda, e seu constrangimento apenas deixava Asta como um bobão alegre.

***

Ambos caminhavam por uma pequena trilha de pedras que havia ao lado da base. As pequenas pedras de cores claras e escuras dividiam espaço com a grama verde que brilhava com o sol matutino. Arvores balançavam com vento gelado, fazendo as folhas farfalharem com suas correntes de ar. O som de pássaros preenchia o silêncio que havia ali.

Noelle andava tranquilamente enquanto tinha Asta ao seu lado, mesmo que ela fosse quem havia chamado, era Asta que a guiava por entre o caminho de pedras. Ambos não trocaram uma palavra desde que deixaram a base, porem aquilo não era incomodo, não precisavam de palavras para que pudessem desfrutar da presença um do outro. Noelle sabia que Asta sentia falta de momentos como esses, mesmo que ele fosse o tipo de pessoa que fosse difícil de se manter calado. Sim, um Asta quieto era algo incomum de se ver.

Entretanto, lá estava ele, sereno, apenas observando as tão altas arvores balancem com a leve brisa. Sua mão era quente, firme, à primeira vista sem qualquer toque de suavidade, porém, ele a segurava com gentileza, gentileza essa que Asta nunca deixou de desmontar para com sigo. O garoto era o tipo de bobão apaixonado, amando intensamente e demonstrando isso de forma expositiva, claramente sendo o oposto de Noelle. Uma garota reclusa quando o assunto eram seus próprios sentimentos, entretanto, tudo que Noelle precisava era de um tempo para conseguir se habituar com aquilo, e Asta não poderia ser mais paciente com ela.

- Noelle... - ele chamou de repente.

Noelle sentiu um leve aperto em sua mão assim que seu nome fora proferido, Asta parecia distante até pouco tempo, mas agora ele fitava o chão.

- Sim?

- Eu estava pensando... - ele começou. - Com o passar do tempo, vamos ficar mais ocupados, não vamos ter tanto tempo juntos como antes.

As palavras de Asta saiam limpas e suavemente, como se ele já tivesse treinado dizer aquilo várias e várias vezes. Seus passos diminuíram à medida que se aproximavam de um lago que havia por ali.

- Sim. - Noelle concordou com um suspiro. - Não vai ser a mesma coisa sem seus gritos.

Noelle teve que conter a risada assim que Asta a fitou indignado.

- É disso que vai senti falta? - ele perguntou fingindo uma falsa magoa.

- Só estou brincando. - disse se encostando ao seu ombro.

"No final, eu que me apaixonei por você".Onde histórias criam vida. Descubra agora