𝐂𝐫𝐚𝐳𝐲 𝐢𝐧 𝐋𝐨𝐯𝐞 ; drastória

𝟑𝟑.

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O primeiro andar estava completamente deserto quando passei com rapidez eficaz pelos cômodos iluminados e escuros procurando pelo platinado.

Entre um dos corredores que passava haviam quadros de mulheres loiras enfeitadas até os pescoços com brilhos e pérolas. Todas me encaravam com arrogância, ainda desconfiadas de minha presença na mansão.

As entreguei um olhar intimidador de volta, ao menos deveriam ser úteis me mostrando alguma direção que o garoto talvez tenha tomado.

Continuei o caminho até as portas de vidro para os jardins elegantes da mansão. Só de aproximar do vidro senti a temperatura cortante do ambiente afora. Ir para o descoberto nem parecia uma opção, mas era o único lugar do térreo que eu ainda não havia o procurado.

As vozes imperiais dos convidados na Sala de Jantar ainda soavam, agora afastadas, eu aperto a maçaneta para ir até o terraço dos jardins me preparando para o frio cortante.

E minhas expectativas não falharam quando passei pela porta de vidro. A entrada dos jardins era como um deck de pedras de mármore, um telhado não muito largo cobrindo o céu estrelado. E o garoto estava sentado em um banco ao lado da porta, com a cabeça apoiada na parede em um semblante extremamente cansado.

Meu corpo todo se estremeceu com o vento que soprou, minhas roupas com certeza não eram apropriadas para aquilo. Malfoy percebeu minha presença no instante em que eu abri as portas, eu sabia. Mas ele não moveu um músculo.

- Não é saudável estar aqui. - dou o aviso friamente.

- Ah cale a boca.

Permaneci com as expressões firmes, como se não tivesse ouvido o que acabei de ouvir. Indo até o banco em que estava.

- É por isso que não gosta do inverno - continuei. - Quando ele chega você tem a audácia de se expor com tanta imprudência.

- Porque não volta lá para dentro, Greengrass. Assim aproveita e tenta provocar qualquer outro mais interessado. - sua visão ainda era para o nada específico.

- Infelizmente não posso. - respondi, me sentando ao seu lado. - Prometi a você que não o deixaria só.

E era verdade. O prometi isso na noite da festa da Sonserina. Depois de todo episódio de Carrow, e o planejamento da vingança com os outros garotos do time de quadribol. Prometi a ele quando ficamos no salão comunal, juntos, e eu não falharia nisso.

Reparei que Malfoy agarrava seu antebraço esquerdo, com força e ira, por debaixo do tecido do terno enquanto seus olhos se fechavam. Aproximo minha mão até lá para segura-lo.

- Não. Astoria.

- O que? - me viro para ele, que me encarava.

- Não faz isso.

- Porque? - suas feições se voltavam bravas e perigosas para mim, ele estava prestes a me afrontar.

Sabia disso porque também sou assim, e sabia que se não intervisse ele gritaria coisas que não queria na minha cara.

Apesar de, no fundo, sentir que eu merecia receber gritos dele - eu realmente não era o tipo de pessoa apropriada para o ajudar - o intervi.