𝟐𝟑.

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(capa novaaa)
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As luzes do sol fraco que nascia, refletidas pelas águas verdes do Lago Negro era o que a janela mostrava naquele momento.

Foi com aquela pouca iluminação que me acordou a poucos instantes.

O Salão Comunal das Serpentes estava quieto e deserto. Apenas o baixo ruído da lenha queimando na lareira chamava a atenção no cômodo.

Acariciava delicadamente as mechas macias do longo cabelo espelhado pelo couro escuro do sofá.

O aroma inteligível da lenha ao faiscar com o fogo trazia a mais profunda paz que alguém no mundo poderia compreender.

A garota em meu colo se remexia quando eu tentava me sentar no sofá que estávamos. Eu percebia que ela ainda dormia por conta da sua respiração profunda. Greengrass tinha a cabeça apoiada em meu peito e suas mãos presas em meu abdômen, o delicado rosto estava escondido entre minha camisa e terno que eu usava, tentando fugir dos raios luminosos que saiam das janelas.

No instante em que consigo me sentar, ela se encolhe mais em mim. Aconchegando-se em meu peito.

Vi seus olhos abrindo lentamente de acordo com seu despertar, tentando se acostumar com a luminosidade do ambiente. E logo sua visão é apontada diretamente para mim.

Seus olhos se arregalam por um instante, enquanto ela se levantava meio atrapalhada sentando-se sobre o sofá.

- Está ficando pálida, Greengrass - digo em meio aos risos que fugiam da minha garganta. - Parece até que esta envergonhad...

- Calado - ela não permite que eu continue, tinha uma expressão nervosa estampada no rosto. - Nem ouse pronunciar essa palavra a mim!

Seus olhos verdes ameaçadores expelia o veneno cativado dentro de suas iris.

Eu abaixo a cabeça, comprimindo os lábios para impedir o riso que persistia em ser livre e levanto os braços, rendendo-me.

Greengrass ainda com seu olhar presunçoso apontado a mim, cobrindo-se melhor com a manta que a pus na noite anterior.

- Que horas acha que são? - pergunta.

- Ainda muito cedo.

- Se não sairmos agora, alguém vai nos ver. - diz ela encarando atentamente os cantos do cômodo.

- Acha mesmo que algum sonserino acordaria essa hora da manhã? - provoco-a, segurando um lado da sua cintura e a puxando para mim.

A garota se senta em meu colo, com uma perna em cada lado do meu corpo, e suas mão apoiadas sobre meu pescoço.

- Professor Slughorn talvez. - Greengrass aconselha, olhando dentro dos meus olhos.

- Slughorn?! - riu do que ela disse. - Talvez Snape faria, mas Slughorn?! Ele tem mais cara de quem acorda atrasado e atrapalhado pra tudo em sua vida.

Astoria também ria leve.

- Sinto falta de Snape - ela queixa delicadamente. - Ele era o único professor que realmente enxergava a capacidade dos Sonserinos.

𝐂𝐫𝐚𝐳𝐲 𝐢𝐧 𝐋𝐨𝐯𝐞 ; drastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora