𝟏𝟏.

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- Miles Bletchley me disse que já a pegou. - rugia Carrow irado.

- E o que tem? - pergunta Nott sem saco para as conversas monótonas de Luke.

- O que tem é que ela é uma completa vadia! - completava - Já foi comida por um monte de caras, para ter o que em troca?

Todos do dormitório ignoravam a indignação e furia de Carrow. Mas eu não me dispunha dessa luxúria.

Greengrass era muito mais do que Carrow falava. Ela media meticulosamente todos seus feitos, planejando em todos uma vantagem para si. Inclusive namorando um escrúpulo desses.

Uma veia ressalta em meu pescoço de raiva em não podê-lo responder, pois se respondesse, acabaria em uma enorme discussão não verbal. Digamos assim.

Coloco alguns anéis que deixei ontem a noite na mesinha da cama e saio do dormitório para o café da manhã.

Já no primeiro andar do castelo, passava por um dos corredores a caminho do Salão Principal. O dia estava mais quente do que o habitual dos dias e o céu estava completamente seco e limpo, reluzindo um horizonte anil.

Admirava a paisagem quando sou atropelado por uma tamanha força que me empurra e me prensa na parede do corredor, que se encontrava um pouco deserto pelo cedo horário.

Bato minhas costas na parede com violência, "Ai!" murmuro zangado com a agressão que provinha sobre mim.

Os olhos verdes perigosos me perfuravam, esbanjando um leve sorriso presunçoso nos lábios. Porque Greengrass adorava dar esses ataques a qualquer momento em que lhe calhasse?!

- Quer me explicar isso?! - digo quase aos berros, irritado e o cenho franzido de pura confusão.

- Terá mais um dos jantares de Slughorn no começo da semana. E você vai. - disse em tom de ordem, enquanto apreciava suas unhas.

- Está bem...! - desencosto irritado da parede que a pouco a garota me prensava e ajeito meu uniforme.

Aquilo era muito estranho, faz dias que Greengrass nem sequer direcionava um mísero olhar a mim, e agora queria minha presença ao seu lado.

- Calma... está me convidando Greengrass? - pergunto com um certo tom provocativo, e curioso de certa forma.

- Claro que não! - ela respondia convicta. - Slughorn foi quem te convidou.

- É porque pareceu muito, você querer minha presença lá... - sou ágil e a provoco novamente.

- É mais simples - ela demora para selecionar a palavra certa - com a sua, insignificante, presença lá ao jantar.

Após completar, ela evita continuar me olhando nos olhos e volta seu caminho até virar em um dos corredores já distantes.

De fato, eu não parecia ser muito insignificante como ela me dizia ser.

Greengrass até deve concordar, ela é extremamente anormal.

***

Sai da aula de Feitiços e já estava exausto, o professor Flitwick pedia para que fizéssemos mais relatórios e trabalhos, todos para o mesmo dia de entrega. Eu iria passar o fim de semana todo naquilo.

A última aula da sexta-feira seria com Frederick Russel, o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Ele tinha muito mal-humor direcionado a mim desde a primeira aula do ano letivo.

Cada aula com ele era uma nova indireta ou insulto para mim. Além do seu terrível trabalho como professor da matéria, já que ele não a ensinava de maneira certa, não dando as práticas e sim só trabalhos escritos.

𝐂𝐫𝐚𝐳𝐲 𝐢𝐧 𝐋𝐨𝐯𝐞 ; drastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora