𝟑𝟒.

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—♚—

Draco Malfoy Pov—

A porta do meu quarto se fez um rangido alto ao ser aberta, minha cabeça latejou forte por isso, me despertando completamente.

A primeira coisa que fiz foi confirmar se a garota ainda estava comigo, ou se aquele barulho era ela tentando sair despercebida. Mas ela estava. Seu corpo todo encolhido aninhado em meu colo, com a cabeça apoiada em meu peito. Ela também despertava, encobertando-se mais o rosto por debaixo dos milhares lençóis...

Ela finalmente não tremia mais.

Ouvi passos leves adentrando o quarto, me virei vendo minha mãe surgir por lá.

- Não vou atrapalhar, querido, só vim pegar uma caixinha que guardei nesse banheiro - explicou ela baixinho, assenti de volta e ela foi até onde precisava ir.

Me sentia completamente exausto. Como se tivesse esgotado toda a pouca energia que me tinha nesses meses. Tudo durante essa festa de Natal.

Minha cabeça latejou de novo.

- Aliás, feliz Natal queridos... - Narcissa já levava caminho até a porta com um sorriso aberto, e Astoria ainda recostada em mim exibia um inofensivo sorriso tímido para a matriarca da família.

- Feliz Natal mãe. - eu a retribui, e ela fechou a porta do quarto.

Astoria estava corada e se encolheu entre os cobertores quando eu me virei a ela. Seus lábios ainda estavam levemente azulados e eu a envolvi em meus braços de novo.

Como posso começar a explicar o episódio ao qual passamos essa noite...

Reparei em Astoria logo depois de dar aos Carrow o que eles mereciam. A pele pálida demais para o habitual da garota, lábios roxos, dentes batendo um contra o outro freneticamente, seu olhar fraco e impassível para o distante, seu corpo encolhido a si e tremendo de frio.

Quando a toquei, a senti fria. Congelando. Sua temperatura estava longe de ser uma normal.

Seus olhos permaneciam alheios e fracos quando eu perguntava a ela o que estava acontecendo. Ela parecia estar á instantes de desacordar no meio do Salão. Sua consciência já não estava mais lá.

Então eu guiei a garota até meu quarto, a única explicação que passava em minha cabeça para tudo que estava acontecendo com ela era hipotermia, por ter ficado tanto tempo no descoberto com aquelas roupas de tecido fino.

Abraça-la e esquenta-la já não era eficaz, não a dava mais nenhum efeito.

A levei até o banheiro da suíte e liguei a água na potência mais quente do chuveiro. Seu frio parecia aumentar conforme os instantes. Como foi que eu não percebi antes de ter chegado naquele ponto?

Tentei desabotoar o vestido que ela usava, mas Astoria me garantiu que conseguiria sozinha, com sua voz falhando entre as palavras, e me expulsou do banheiro antes que eu pudesse a responder.

Usei aquele tempo para trazer mais cobertores que achava entulhados pelo armário, depois fui ao quarto dela para procurar o pijama mais aquecido que trouxera na mala, o deixando rapidamente na pia de mármore do banheiro enquanto forçava meus olhos a não vê-la.

𝐂𝐫𝐚𝐳𝐲 𝐢𝐧 𝐋𝐨𝐯𝐞 ; drastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora