𝟑𝟕.

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- As cartas não falam muita coisa diferente que essa. - a garota se sentou em cima do baú de madeira que fica em frente à sua cama, deixando um espaço entre ela e o amontoado de cartas parecidas com a que tinha recebido no café da manhã.

Cartas ornamentadas, com detalhes em um verde sálvia em seus cantos. Todas assinadas por Pandora Greengrass, mãe de Astoria, e endereçadas da renomada mansão Greengrass.

Apanhei uma porção das correspondências que estavam ao lado de Tori e me sentei em sua cama.

Realmente, todas as outras cartas não apresentavam nada de novo que a que havia recebido no café.

Porém, nenhuma tinha o "trazemos planos para você, querida Tori, aguarde." como aquela era escrita.

Depois de um tempo, durante o café da manhã, Theo e Kate saíram para o Corujal de Hogwarts tentar se corresponder com Peter Fawley, que tinha prometido aos dois que iria voltar para o castelo alguns dias antes das aulas começarem. Eles perguntaram se nós os acompanhariam, mas claramente negamos. Então assim que pode, Astoria me levou até seu dormitório.

- Ela vem me mandando essas cartas desde o começo do feriado quando eu não voltei para minha casa como de costume. Quando cheguei no meu dormitório depois da viagem até sua casa, Kate me disse que os elfos do castelo traziam diariamente essas correspondências para o dormitório. - ela se virou para mim - Pelo menos ela não desconfiou que eu não estive na escola durante todo esse tempo.

Eu assenti.

- Agora, o que isso significa? - eu apontei a última parte da carta recente que recebeu.

"Mesmo assim, trazemos planos para você, Querida Tori, aguarde"

- Não faço ideia. - respondeu, sem tirar os olhos cansados dos meus - Eu até esperava receber ordens e reclamações dela para cima de mim, mas um aviso... isso nem mais parece uma ameaça, e sim um aviso. E ela me chamando de Tori... nem me lembro da real última vez que me chamou assim.

- Não acha que vai ser mais um daqueles episódios perturbados como o do dia do Halloween, acha? - lhe apontei um olhar
receoso.

- Aquela noite na Floresta Proibida? Não... não, provavelmente quem deu a ideia para isso foram aqueles MacWood e Campbell, e como a carta mesmo diz, parece que meus pais repensaram sobre as ideias daqueles otários. Esse novo plano me parece ser mais complexo.

Eu afundo minha cabeça sob as mãos tentando pensar o que complexo queria sugerir para os planos deles. Me viro encarando por soslaio a garota, que apoiava sua cabeça no dossel da cama, encarando o nada com seus olhos atordoados. Provavelmente tentando também prever o que eles fariam.

- Chega até a ser irônico eu estar mais assustada com o que minha mãe prepara para mim do que com todas aquelas ameaças que aqueles homens faziam conosco - a voz dela saiu em um sussurro arrastado.

- Não é irônico. - eu corrijo - É lógico. Sua mãe já entendeu que não é com um simples susto que vai te fazer seguir todas essas ideias perturbadas de linhagem impecável e casamentos arranjados, ela está planejando algo maior...

A garota me ouviu, e se forçou a rastejar até meu lado delicadamente. Querendo que eu a tocasse. Meus olhos a seguiam quando ela se aproximou o suficiente para eu poder puxa-la pela cintura até meu colo.

𝐂𝐫𝐚𝐳𝐲 𝐢𝐧 𝐋𝐨𝐯𝐞 ; drastóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora