Não é permitido se apaixonar. Apenas é permitido sentir prazer.
Jade West fugiu do convento. A fim de começar uma nova vida longe dos costumes da Igreja, ela vai parar justamente nas garras do diabo em pessoa: Ryan Blossom. Ele é um pecador, não é...
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Jade
— Prontinho.
Olho para o espelho com cautela. Não consigo evitar a exclamação de surpresa que escapa por entre os meus lábios. Meu cabelo, antes longo, na altura dos quadris, agora estão na altura dos meus ombros, e eu não consigo explicar o efeito que isso causa no meu rosto. Eu sempre me senti engolida pelo meu cabelo, mas mamãe sempre me obrigou a mantê-lo comprido. Agora, com ele curto, eu me sinto um pouco mais leve e liberta.
Olho para Ivy que espera uma aprovação… ou possível rejeição.
— Ficou ótimo — digo sinceramente. — Obrigada.
Ela abre um sorriso genuíno.
— Valorizou muito o seu rosto.
Antes que eu possa responder, algumas batidas na porta chamam a minha atenção. Ivy autoriza quem quer que seja a entrar, e logo o rosto do meu irmão aparece. Ele abre um sorriso quando me vê.
— Você ficou ainda mais bonita com esse corte novo.
Sorrio para ele, um pouco contida. As últimas semanas foram difíceis, então fico agradecida que ele esteja sendo tão gentil comigo.
— Obrigada.
— Vocês estão prontas? — pergunta ele. — A festa já está rolando.
Sinto um friozinho na barriga.
— Eu preciso mesmo ir? — repito a pergunta que eu tenho feito desde que essa festa foi anunciada.
— Não — responde o meu irmão. — Mas seria bom que fosse. É uma festa com a galera da Universidade, e como você vai começar a sua vida de universitária em poucos dias, seria bom já ir conhecendo algumas pessoas.
Ivy empurra o meu ombro com o seu.
— Vamos lá, Jade. Vai ser divertido!
A animação dela quase me convence. Quase.
— Tudo bem — concordo. Afinal, não é para isso que estou aqui? Para deixar a minha antiga vida para trás? — Podem me dar um segundo?
— Claro — diz Ivy, e ela se retira do banheiro logo depois do meu irmão.
Então estou sozinha. Olho novamente para o reflexo no espelho. Se mamãe me visse desse jeito, iria ter um treco. Estou usando um vestido tubinho de alcinha bastante colado ao corpo, que cria curvas onde sei que não tem. Ele é curto de uma forma que me faz ficar atenta o tempo todo com o meu modo de sentar — não quero que ninguém fique espiando o fundo da minha calcinha. É… estranho. Não só o vestido e o corte de cabelo. Estar aqui vai contra tudo o que foi planejado para mim durante toda a minha vida, e ainda me pergunto se fiz a escolha certa.
