treze

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Meu corpo estranhamente gosta desta cama

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Meu corpo estranhamente gosta desta cama. Gosta mais desta do que da minha própria. Os lençóis envolvem as minhas curvas — que não são muitas — como uma manta confortável, como se eu estivesse hibernando em uma caverna por meses, longe da tempestade de neve. 

Abro os olhos lentamente. Não enxergo nada, a princípio. Será que abri mesmo os olhos ou só estou sonhando? Então me dou conta de que, na verdade, o quarto está mergulhado na escuridão da noite, e que provavelmente é muito tarde. 

Ainda com a mente adormecida, deslizo a mão suavemente pelo lençol amarrotado ao meu lado. Há calor ali, mas não tem nenhum corpo. Ryan não está na cama. Ergo o olhar, ainda sem me mover, e então o vejo. Está sentado em um canto do quarto, com a cadeira de frente para a cama, enquanto fuma um cigarro. Não consigo olhar bem o seu rosto, mas posso sentir o meu corpo sendo estudado pelos seus olhos. 

— Oi — crio coragem para dizer. 

— Volte a dormir, West — sua voz está profunda e rouca. — Ainda é bem tarde. 

Procuro pelos olhos dele, mas não vejo nada. 

— Por que você não está na cama? — questiono. 

— Não estou com sono. — Odeio quando ele dá respostas tão evasivas. — Quero ficar olhando para você nua na minha cama. — Gostei disso. Mas ainda assim, meu rosto queima. 

— Volte para a cama — peço, tentando mudar o foco da conversa. E porque gosto da presença dele. 

Ryan apaga o cigarro — o único pontinho de luz no quarto — e se levanta. 

— Certo — ele concorda. 

Eu não me movo. Há espaço suficiente para ele do lado esquerdo. Ryan afasta as cobertas e se acomoda de barriga para cima. O colchão afunda com o seu peso, e seu corpo parece preencher um vazio que antes eu não sentia. Mas ele não olha para mim. Foi assim também da primeira vez. Apenas dormimos e no dia seguinte ele me levou para casa bem cedinho, porque eu precisava estar lá antes do meu irmão acordar. 

Mas continuo olhando para ele. Eu quero muito isso; apenas estudar as laterais do seu rosto. E ele parece me ignorar por um tempo, até finalmente virar a cabeça na minha direção. Ah, sim. Agora eu posso ver os seus olhos, mesmo que sutilmente. 

— Gostou do que viu? 

Sorrio um pouco. Ele me fez essa pergunta naquela noite no bar em que nos conhecemos e logo depois na oficina do seu pai. Hoje eu tenho coragem para responder. 

— Muito. 

Ele apenas continua me observando. É tão difícil lê-lo fora da zona sexual… quando está excitado, é fácil adivinhar o que ele quer, porque seus desejos são muitos explícitos, mas fora dessa situação, Ryan Blossom é muito raso. 

Sei que nos conhecemos há pouco tempo, mas eu gostaria muito que ele conversasse um pouco mais comigo. 

Levo a minha mão até o rosto dele. Seus olhos estão mais atentos aos meus movimentos. Sinto os pêlos ásperos da sua barba por fazer roçarem na palma da minha mão, criando uma sensação gostosa sobre a pele. 

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