trinta e nove

17.2K 1.7K 676
                                    

RYAN 

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

RYAN 

Eu vou ser pai. Que loucura. 

Não é aquele caso de "sou muito jovem para ser pai". Tenho vinte e sete anos. Tenho uma vida financeira boa; estou a um passo de me formar na faculdade. Mas isso não quer dizer nada, afinal. Me sinto completamente despreparado, e isso está criando uma bolha de pânico dentro de mim. Mas não demonstro esse nervosismo e inquietação. Jade precisa de alguém que lide com a situação de forma racional, porque sei que ela já está assustada o suficiente. Ela sim é muito jovem para ser mãe. Tem apenas vinte e dois anos e praticamente está começando a vida agora. 

A vida está de cabeça para baixo agora. Eu vou assumir minha responsabilidade como pai, é claro que vou, mas não deixo de pensar… E se eu for um péssimo pai? E se eu não conseguir lidar com toda essa pressão e acabar tendo outra recaída? Não quero decepcionar Jade nem ao meu filho. Tenho medo. Tenho muito medo. Estou assustado, mas preciso ser forte. Minha psicóloga costuma dizer que meu medo é meu pior inimigo, e quanto mais brecha eu dou à ele, mais ele me consome até não restar nada além dos ossos. Então não vou deixá-lo vencer desta vez. 

Seguro a mão de Jade. A perna dela está balançando como se fosse uma furadeira, e eu sei que isso é apenas um sinal de ansiedade. Sinto isso o tempo todo. Ela olha para mim com um olhar de quem pede desculpas, e eu apenas passo o braço ao redor dos ombros dela, tentando lhe passar um pouco de conforto e segurança. 

Estamos em um consultório médico. É meio… assustador. Parecemos o casal mais jovem sentados na sala de espera, e a maioria das pessoas são mulheres com barrigas enormes. Algumas delas nos olham com curiosidade. Olho para todas aquelas barrigas do tamanho de melancias e fico imaginando Jade daqui a alguns meses. Aquilo parece… pesado. 

Se eu não me controlar, vai ser a minha perna balançando como uma furadeira. 

— Srta. West. 

Viramos nossas cabeças na direção da recepcionista. Ela tem um sorriso gentil, acolhedor. 

— O Dr. Harrison vai atendê-los agora mesmo. 

Então é isso. Chegou o grande momento. 

Olho para Jade. Ela tem aquele pânico no olhar que está presente desde o momento em que me deu a notícia da gravidez. Levo a mão dela à boca e deposito um beijo carinhoso no nó dos seus dedos. É a minha forma de dizer que, aconteça o que acontecer, estamos juntos nessa. 

Nos levantamos. Ela está usando jeans, camiseta e jaqueta, diferentemente de como eu a encontrei no convento. Achei que era impossível alguém ficar bonita vestida com todas aquelas roupas sem graça até vê-la usando aquelas roupas sem graça. Eu devo estar muito apaixonado mesmo. 

Seguimos para a sala do Dr. Harrison. É ainda mais frio que a sala de espera. As paredes são brancas e os equipamentos parecem novinhos. Na mesa dele está tudo organizado: papéis empilhados e canetas dentro de uma xícara. Mas há um único envelope fechado no centro da mesa, o qual imagino ser o resultado do teste. Tento não olhar muito para ele. 

Indecente • COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora