Não é permitido se apaixonar. Apenas é permitido sentir prazer.
Jade West fugiu do convento. A fim de começar uma nova vida longe dos costumes da Igreja, ela vai parar justamente nas garras do diabo em pessoa: Ryan Blossom. Ele é um pecador, não é...
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— Seu irmão não vai gostar de me ver aqui.
Lanço um olhar por cima do ombro.
— Ele não está em casa.
Abro a porta e deixo ele passar primeiro. Ryan anda até o centro da sala, e já não parece tão relaxado quanto habitualmente. O peso das cenas ainda recentes parece pesar sobre os seus ombros.
Fecho a porta e me aproximo dele, mas não muito. As coisas estão confusas agora. Estou muito agradecida por ele ter me defendido, mas ao mesmo tempo eu me sinto… não sei. Há um turbilhão de sensações dentro de mim. Esses são os meus sentimentos agora.
— Você… se machucou?
Ele finalmente se vira para mim. Parece tão chateado… mas com o quê? Comigo? Consigo mesmo? Não consigo lê-lo, e isso me aflige.
— Não — ele abre e fecha a mão, como se estivesse articulando os dedos. — O rosto daquele playboyzinho é mole que nem gelatina.
Não consigo conter a risada por muito tempo, e ao ver o meu sorriso, ele sorri também. Mas o momento de felicidade não dura muito tempo, e a risada vai diminuindo até restar apenas a apreensão de ambos os lados.
Ele suspira antes de começar a falar.
— Eu sinto muito. Quando vi você com o Garrett… me descontrolei. Sei que tipo de cara ele é. Mas isso não é motivo para eu ter feito o que fiz. Ainda mais na sua frente — acrescenta, e depois engole em seco. Parece haver um conflito interno dentro dele.
Aproximo-me devagar.
— Obrigada por me defender — digo. — Eu realmente não fazia ideia…
— Vocês… — ele para por um momento. — Vocês fizeram alguma coisa?
Demora um segundo para eu entender o que ele está, de fato, me perguntando, e eu fico irritada com isso.
— O que você acha, Ryan? — Não consigo evitar o tom sarcástico. — Você acha que eu saio dormindo com toda a cidade na primeira oportunidade?
Ele franze o cenho.
— Não foi isso que eu disse.
— Mas foi isso que insinuou — rebato.
Ele passa a mão pelo cabelo, parecendo nervoso.
— Eu só estou preocupado, caramba! — bufa. — Aquele desgraçado sabe jogar sujo, e eu só fiquei preocupado com a possibilidade de ele ter te gravado de alguma forma.
Sinto um calafrio subir pela minha espinha só de pensar nessa possibilidade.
— Não aconteceu nada entre a gente — digo, mas então eu lembro da tentativa de Garrett de me beijar. Prefiro omitir essa parte.
