quatro

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Justin sai para correr todas as manhãs

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Justin sai para correr todas as manhãs. Eu o acompanho. Gostei da nossa primeira experiência, então estou adotando um estilo de vida mais saudável. Adoro correr perto da praia, com o ar salgado me rodeando e a brisa fresca vinda do mar. Ainda posso desfrutar de uma bela paisagem logo pela manhã. 

San Diego é incrível. Estou gostando muito de morar nesta cidade; eu não sabia o quanto uma cidade pequena da Pensilvânia parecia ser sufocante até estar aqui. É como se eu finalmente tivesse me libertado e pudesse voar. Eu conhecia cada canto de Chester, porque parecia que eu estava sempre andando em círculos, mas aqui… cada passo que eu dou parece me levar para um lugar novo e impressionante, e se o mundo lá fora for como aqui, eu nunca mais quero voltar para a cidade que eu nasci de novo. 

— A mamãe me ligou ontem — comenta Justin, sem desviar o olhar do mar. Estamos sentados em um banco em frente à praia. 

Sinto um calafrio. 

— O que ela queria? — É uma pergunta idiota, pois sei exatamente o que ela queria. 

— Saber sobre você, é claro — ele suspira. — Ela está muito aborrecida por você ter saído de casa desse jeito. 

Meu estômago se contrai. 

— Eu fiz o que tinha de ser feito. 

Ele olha para mim. 

— Você fez o que era certo — diz ele sinceramente. — Eu não suportava estar aqui sabendo que você estava presa naquela cidade pacata, com aquelas pessoas horríveis. 

Sinto um pouco de culpa por, parte de mim, concordar com a parte do "pessoas horríveis". Eu praticamente cresci no convento, então meio que aquelas pessoas — o padre, as freiras e as noviças — eram a minha família. 

— Eu só… não aguentava mais aquele lugar — as lágrimas preenchem os meus olhos, mas não as deixo cair. — Eu acredito muito em Deus, mas não queria passar toda a minha vida presa dentro da igreja. A mamãe nunca me perguntou o que eu queria; apenas tomou as decisões por mim. 

Um brilho de tristeza surge nos olhos do meu irmão. 

— A mamãe é uma fanática religiosa — diz ele. — Por isso o nosso pai a deixou. E por isso eu fui embora. Eu também acredito muito em Deus, mas, em certo momento, ela me fez odiá-lo. 

Meu coração aperta. 

— Eu amo a mamãe — eu sussurro. — Não queria chateá-la nem deixá-la desse jeito, e não desejo que ela fique sozinha, abandonada, mas eu… não podia mais ficar lá, eu… 

Justin abraça o meu ombro e me puxa para mais perto de si. 

— Nada disso é culpa sua, Jade — seu polegar faz um leve carinho no meu braço. 

Afasto-me um pouco e olho para ele com um sentimento de pavor tomando conta do meu peito. 

— E se eu tiver tomado a decisão errada? — sussurro, horrorizada. — E se o meu destino estiver lá, em Chester? E se eu tiver virado as costas para Deus e…

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