Capítulo 3: Perigo

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Voldemort estava inquieto. Assustador como sempre, mas inquieto.

Mesmo com todos já sentados na mesa, Nagini brincava por entre os comensais como um cão de estimação brinca com as visitas. Seu sibiliar doía nos tímpanos, como se a real intenção da cobra fosse torturar qualquer um que enfrentasse o Lorde das Trevas. A conexão dos dois era bizarra.

"Bem vindos, meus amigos.", começou Voldemort. "Vejo que todos já estão aqui. Podemos começar."

***

A reunião durou por quase duas horas. Não desgrudei os olhos de Pettigrew nem por um minuto. Eu esperava que ele vacilasse, que em alguma parte do discurso de Voldemort ele caísse em si e aparatasse daqui antes que desse tempo deles o matarem.

Mas ele ficou lá. Sentado. Ouvindo tudo. Que nojo, Pettigrew. Que nojo. Isso é baixo demais até para você.

Merlim, se essa droga não for um plano de Dumbledore, então ninguém da Ordem está sabendo e muito menos Sirius. Não que a Ordem me importasse, são todos uns babacas presunçosos. Mas traição é o nível mais baixo que alguém pode chegar, é repulsivo mentir para alguém que é leal à você como Sirius, James e Remus são à esse idiota. Chega a ser burrice da parte deles confiar tanto em alguém tão covarde que claramente trocaria de lado para o próprio benefício.

Depois que Voldemort se levantou e permitiu que o resto de nós se levantasse também, minha cabeça deu um estalo. Droga, com toda essa história de Pettigrew, eu esqueci totalmente que o babaca quer algo comigo. Que ele não seja Legilimens, pelo amor de Merlim...

Minha mãe e meu pai seguiram Voldemort para a biblioteca e minha mãe fitou o olhar em mim por cima dos ombros. Eu sei o que ela queria dizer. Queria que eu os seguisse. E eu deveria. Mas, droga, Pettigrew estava bem na minha frente. Eu não podia perder essa chance. Mamãe me amaldiçoaria se soubesse o que estou pensando agora, mas o Lorde das Trevas pode esperar.

Ele estava quase saindo do salão, quando eu corri e me pûs na frente dele o impedindo de passar pela porta.

"Ah. Reggie." Ele se encolheu. Babaca covarde.

"Para você, é Regulus." Falei mantendo uma postura reta e o olhando por cima do nariz. Minha mãe sempre diz: a postura de um homem é o que define seu valor perante qualquer situação. Isso me fez ficar mais alto que ele e parecer mais velho. O que era estranho, porque eu era claramente mais jovem.

"Oh. Tudo bem. Como vai, Regulus?" Ele perguntou forçando um sorriso.

O sorriso me fez perder a paciência de vez.

"Ah, por favor!" O agarrei pela manga do casaco e o arrastei para outra sala, os outros no salão estavam ocupados demais se exibindo uns aos outros para notar alguma coisa.

Bati Pettigrew contra uma parede e ele me olhou completamente desesperado. Queria que ele sentisse medo. Vamos, seu cretino, sinta medo de mim. É melhor mesmo sentir medo, porque eu juro por Merlim que se você encostar em Sirius...

"Pettigrew, eu vou perguntar uma vez só." Falei ainda o segurando pela gola da camisa. "O que você está fazendo aqui?"

"Escuta, Reg, eu posso explicar.."

"Eu sei. Se não, eu não teria perguntado, não acha?" Que cara burro.

"Você não faz ideia das armas que o Lorde das Trevas possui, se você soubesse... Eu não tive outra opção, ele queria alguém de dentro da Ordem e...e bem, não posso dizer que a Ordem está realmente ganhando essa guerra. Depois da morte dos Prewetts, as coisas pioraram. James está com medo pelos pais que estão doentes, Sirius está nervoso o tempo inteiro e..."

Light and Darkness - Regulus BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora