Mary era diferente. Ela é esperta, mas nunca arrogante. Ela é enérgica, mas não de um jeito cansativo. Ela é simples e fácil de se ler, mas ainda interessante. Acho que a forma com que ela não tinha medo de estar comigo ou de como isso a afetaria me atraiu instantaneamente, porque durante a minha vida, eu sempre senti medo.
Ela sorria de uma forma que me fazia sentir amado e feliz, mesmo que a guerra destruísse o mundo lá fora. Ela tinha esperança nos olhos. Era tão segura de si e parecia ser tão confiante que me deixava com inveja. Eu poderia ter passado mais um milhão de horas ouvindo ela falar sobre a tecnologia trouxa ou vendo a forma com que os cachinhos pequenos do seu cabelo balançavam de acordo com que ela virava o rosto quando estava com vergonha do quanto eu estava a observando. Ela era linda. Deus, como ela era linda.
E boa demais para mim.
Talvez se fôssemos outras pessoas, eu poderia facilmente ter me apaixonado por ela. Sirius encheria o meu saco quando eu decidisse a pedir em namoro e Remus diria para ele me deixar em paz, mas piscaria para mim depois. Lily e Marlene ficariam tão animadas que James provavelmente iria propor uma festa para comemorar. Eu a beijaria na frente de todos, sem me preocupar com sangue, comensais da morte ou horcruxes. Eu me preocuparia apenas com ela.
Eu estava com tanta raiva. Tanta raiva por terem tentado a machucar. Parece que não importa o quanto eu tente evitar que as pessoas se machuquem, sou eu quem sempre provoco isso. Sirius, Pandora, e agora Mary. É o castigo que eles levam por serem importantes para mim. E o castigo que eu levo por achar que posso me dar ao luxo de ter alguém importante para mim.
Eu esperava que ela não insistisse em se manter perto de mim quando eu chegasse até a casa dela. Porque aí eu teria que dar um jeito de fazê-la me odiar. E me partiria o coração saber que eu a deixei triste. Facilite as coisas, por favor, Mary.
Todos nós aparatamos para a casa dela, depois de Lily escrever para Pandora voltar imediatamente porque um ataque havia acontecido e não era seguro estarmos longe uns dos outros. James mandou um patrono para Moody para avisar sobre o ataque, ele chegaria lá um pouco depois de nós. Sirius e Remus colocaram mais feitiços protetores na casa do que já haviam, agora que Voldemort havia dado seu primeiro passo em direção à mim.
Isso era a guerra.
A casa de Mary estava completamente destruída por dentro. Ela estava sozinha quando aconteceu, os pais dela não estavam na cidade de novo e Marlene estava à caminho de sua casa. Não precisamos bater na porta porque não havia mais uma, ela havia sido completamente explodida pelos comensais. Me lembraria mais tarde de agradecer Marlene por estar com Mary e por ter se especializado em ser uma curandeira, caso ela tivesse se machucado. E havia.
Fui o primeiro a entrar. Ela estava deitada no chão, em cima de algumas almofadas que não haviam sido destruídas, Marlene estava com a cabeça dela deitada em seu colo e parecia muito preocupada. Meus olhos encontraram os de Mary assim que entrei, mas os dela estavam atordoados, quase fechando e ela estava suando.
"O que fizeram com ela?!" Perguntei à Marlene, indo correndo até Mary e me ajoelhando para trocar a cabeça dela para o meu colo, enquanto Sirius, Remus, James e Lily chegavam perto.
"Eu... eu não sei direito..." Marlene disse, parecendo muito nervosa. "Quando eu cheguei, ela estava no chão e... e tremia muito..." Ela estava com a voz e as mãos trêmulas. "Ela estava suando e com dor... e então ela apagou, mas não antes de dizer que... que ele esteve aqui."
"Peter." Sirius disse, em uma expressão sombria. Lily pôs a mão no ombro de James.
"O que você acha que foi, Marls?" Perguntou Remus, calmamente, mas ainda muito nervoso. "Você é boa nisso."
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Light and Darkness - Regulus Black
Fanfiction"Para o Lorde das Trevas, Sei que estarei morto muito antes de você ler isso, mas quero que saiba que fui eu quem descobriu seu segredo. Eu roubei a verdadeira Horcrux e pretendo destruí-la assim que puder. Encaro a morte na esperança de que, quando...