Capítulo 38: Prisioneiro de Azkaban

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O tempo pareceu voar depois que Luna nasceu. Todos os nossos amigos da Ordem haviam ido visitar Pandora e Phil, com ênfase especial em Arthur e Molly que também haviam acabado de dar à luz a primeira menina depois de seis meninos. Sirius disse que eles pretendiam parar, mas não tenho tanta certeza assim. 

Durante o resto dos meses, todos voltaram ao normal. Pelo menos, o normal da guerra. Porque quem dera que bebês fossem fofos o suficiente para acalmar os nervos das pessoas a ponto da guerra acabar. 

Quando setembro começou, Remus voltou toda a sua atenção para Lucien e Shade, que agora o acompanhavam sempre nas luas cheias, o que deixou Sirius extremamente enciumado, por mais que ele soubesse que ou era isso ou Remus teria que passar as luas cheias preso naquela casa horrível. Com os lobos sendo tão leais à ele, se tornava quase impossível serem atacados nas florestas. E quando isso incentivou Remus a querer trazer mais lobos para o nosso lado, ele começou a ficar realmente ocupado indo em missões todo o tempo.

Sirius tentava se distrair ao máximo, agora que ele estava passando mais tempo longe de Remus e James não estava mais por perto. Ele conseguia que Moody o desse missões diariamente, fosse vigiando lugares suspeitos ou investigando pessoas, ele fazia o possível para não ter que ficar parado e pensar em Remus andando por aí atrás de lobisomens ou nos Potter trancados e sozinhos em Godric's Hollow.

Voldemort parecia mais perigoso do que nunca, agora que os ataques à famílias trouxas haviam aumentado. As pessoas estavam começando a achar que lutar em uma guerra era perda de tempo porque ele parecia estar mais forte a cada segundo. Mas eu sabia o que estava acontecendo. Porque passei anos servindo à ele fielmente e sabia que quando ele estava fraco e se sentindo ameaçado, ele era mais perigoso ainda. E com a maior parte da sua alma destruída, não acho que ele esteja na sua melhor fase de poder.

"Sabe, você não precisa fazer isso," Eu sorri fracamente, vendo Mary afundar o rosto em um dos livros enormes que estavam espalhados pela mesa. "Sei como isso pode ser cansativo."

"Não se preocupe comigo, estou bem," Ela respondeu, sem tirar os olhos das páginas. "Onde é que você consegue esses livros?!"

"Alguns Dumbledore me dá, outros eu consigo em bibliotecas bruxas... O problema é só que nunca sei qual levar porque não é como se existisse um livro falando especificamente sobre a relação do Lorde das Trevas com horcruxes."

"Mas esse aqui fala sobre horcruxes." Ela disse, estreitando os olhos.

"Sim, mas não me dá nenhuma pista do que pode..."

"Espere aí," Mary se endireitou na cadeira, parecendo alarmada e me encarou. "Você já considerou que horcruxes podem não ser só objetos e sim coisas vivas?!""

"Vivas? Tipo... animais?!"

"Até pessoas, Reg." Ela jogou o livro na mesa, apontando para um parágrafo específico. "Olhe aqui. 'Uma horcrux é algo criado por meio das Artes das Trevas, a qual guardaria um pedaço da alma do bruxo que a criou.'"

"Bom, disso eu já sei," Respondi, franzindo as sobrancelhas. "Mas o que..."

"Não diz objeto," Mary bateu o dedo indicador no livro. E começou a pegar outros livros que estavam em cima da mesa. "Em nenhum desses livros, nenhum deles usa a palavra objeto, Reg! Quando eles dizem que pode ser qualquer coisa, pode ser literalmente qualquer coisa! Até uma pessoa!"

"Oh... Oh! Deus, como é que não pensei nisso em nenhum momento?!" Algo estalou na minha mente. Aquilo conseguiu ficar mais fácil e mais difícil ao mesmo tempo. "Amo você, Mary! Definitivamente, amo você!"

"Obrigada." Ela sorriu satisfeita. "Você acha que ele poderia usar algum Comensal, ou algo do tipo?!"

"Não tenho certeza..." Respondi, com os olhos presos em um os livros. "Voldemort é esperto. Não sei se ele colocaria parte da alma dele em alguém que pode morrer simplesmente atravessando a rua no sinal aberto. Temos que pensar mais..."

Light and Darkness - Regulus BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora