Capítulo 29: Seu

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"Você deveria vir conhecer Nova York algum dia," Carter disse, deitado no meu peito. Estávamos no gramado da casa de Sirius, deitados sob um pano azul. "Você precisa de um tempo dessa pressão toda daqui."

"Eu iria com você agora mesmo se pudesse," Respondi, suspirando pesadamente. "Tem horas que acho que vou explodir nesse lugar."

"Você pode vir quando esta guerra acabar," Carter disse, se virando e se apoiando nos cotovelos para me olhar. "Não é como se você não tivesse um lugar para ficar quando for."

Dei um sorriso à ele, ele se aproximou do meu rosto e me deu um beijo suave na boca. 

"Como seus pais estão?" Perguntei, arrumando a mecha azul do cabelo dele. "Estão bem?"

"É, acho que sim," Ele respondeu, franzindo o cenho. "Visitamos meu irmão essa semana... acho que eles ficam mais felizes de ver ele que mora no bairro ao lado do que eu que moro em outro país."

"Não fale desse jeito," Repreendi. "Tenho certeza que eles gostam de ver você."

"Bom, não tanto quanto eles gostam de ver o filho perfeitinho com uma casa, um filho e seu lindo e perfeito casamento hétero."

"Ele tem um filho?!" Perguntei.

"Oh, sim, ele tem," Carter assentiu. "Oliver é realmente incrível... você acredita que ele tem apenas cinco anos e já consegue subir em uma vassoura?!"

"Merlin, se Harry for assim também," Eu disse. "Sirius e James vão ficar tão emocionados que vão dar um jeito de colocá-lo no time de quadribol já no primeiro ano de Hogwarts!"

"Espere aí," Carter exclamou. "Não foi você que no primeiro ano impressionou Slughorn com um antídoto para veneno?!"

"Bom..."

"Você também é um prodígio!" Ele riu, zombando da situação.

"Acho que posso dizer que a poção que era fácil demais," Eu dei de ombros. "E, bom, eu li muito sobre ela."

"Às vezes esqueço como você é inteligente," Carter sussurrou, com o rosto bem perto do meu. "E bom demais para mim."

"Está dizendo que um ex comensal da morte procurado e marcado de morte é bom demais para você?!" Eu sorri. "Você é o quê? Você-Sabe-Quem disfarçado?"

"Não seja idiota," Ele sorriu, passando um dedo pelo meu rosto. "Você é quem não enxerga o que eu enxergo."

"O que você enxerga?"

"Você é corajoso e... altruísta," Carter disse, estudando a minha boca com os olhos. "Se tudo que você que me contou for verdade, você provavelmente é o melhor ser humano do mundo, Reg."

"Acho que há coisas que... que eu deveria ter mais coragem." Franzi o cenho, encarando o céu.

"Como o quê?"

"Como em falar sobre meus sentimentos," Respondi. "Ou em deixar as pessoas saberem o que elas significam para mim."

"Isso deve ser por causa dos seus pais." Ele disse, simplesmente.

"O quê?!" Perguntei, confuso.

"Acho que vi isso em uma das matérias de Psicologia na universidade..." Ele refletiu. "Eu também faço isso ás vezes. Evitar falar sobre o que eu sinto, ou nem mesmo conseguir quando tento. Porque em casa ninguém ligava muito para o que eu sentia, então eu achei que ninguém nunca se importaria de verdade."

Pensei por um tempo em como aquilo fazia extremamente sentido. "Carter?"

"Hm?"

"Você é um gênio."

Light and Darkness - Regulus BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora