Eu não passava o Halloween longe dos meus amigos desde que eu tinha onze anos. E o Dia das Bruxas, a noite em que ou você dá doces ou você está automaticamente permitindo que crianças preguem qualquer tipo de peça em você, era o dia de glória dos marotos.
Mas não éramos mais crianças. Havia uma guerra agora e todos estávamos lutando arduamente e da sua própria maneira para que ela acabasse o quanto antes.
No final do sétimo ano, eu não tinha dúvidas. Uma carreira, um emprego, eram coisas que podiam esperar, honestamente. Eu sabia o que deveria fazer. O que era o certo a se fazer. Eu lutaria ao lado da Ordem e morreria no lugar de qualquer um deles se assim fosse necessário. Meus pais haviam me criado para cuidar das pessoas que eu amava tão bem quanto eles haviam cuidado de mim, tanto em vida quanto no pós. Porque, sim. Meus pais ainda cuidavam de mim, sei que cuidavam.
E então, Harry. Quando soube que Lily estava grávida, eu sabia que agora era a hora de crescer de verdade e firmar o pé no chão. E que alguém que eu amaria incondicionalmente estaria chegando para me mostrar isso. Mas foi o contrário. Harry me lembrava todos os dias de que, no meio de todas as mortes e destruição que a guerra havia trazido, coisas puras ainda existiam. Ele me lembrava diariamente do meu lado que se recusava a ficar velho e ranzinza, e a não ver esperança quando ela é tudo que você pode se agarrar.
Eu faria qualquer coisa por ele. Até me isolar do mundo para manter ele e Lily à salvo. Era apenas um pequeno preço a se pagar pela segurança das pessoas que eu mais amava no mundo. O único momento em que sentimos que não iríamos aguentar ficarmos trancados aqui foi quando recebemos a carta de Remus, porque Sirius não conseguia nem mesmo segurar a pena, contando o que havia acontecido com Regulus.
Não só porque não fazíamos ideia do que iria acontecer com Harry se Regulus morresse, mas porque ele foi a pessoa que aceitou se pôr em risco o suficiente para isso. Ele sabia o quanto era perigoso e que se Voldemort descobrisse sobre a profecia e deduzisse que Regulus era quem estava nos protegendo, ele o mataria. Mas ele fez mesmo assim, sem nem mesmo hesitar. Porque Regulus era assim. E eu devia a minha vida à ele por isso.
Então quando ele sumiu, senti que precisava salvá-lo não importasse o que custaria. Porque ele se pôs em perigo por nós sem pensar duas vezes e eu nunca poderei recompensá-lo o suficiente por isso. Eu faria qualquer coisa para salvá-lo porque ele me salva todos os dias. E eu acho que isso é tudo que você pode esperar de um amigo.
"Quero que fique com isso." Regulus disse, me entregando um anel dourado com um cristal pequeno vermelho sangue em cima, na noite em que nos vimos pela última vez. Estávamos apenas eu, ele, Dumbledore e Lily com Harry dormindo em seu colo. Prontos para partir.
"O que é?" Franzi o cenho, observando o anel. "Desculpe, Reg, mas meio que já sou casado."
"Idiota." Reg sorriu, revirando os olhos. "Se houver magia negra por perto, ele fica vermelho sangue. É o cristal que Pandora enfeitiçou para nos ajudar com as horcruxes."
"Mas está vermelho agora, Reg."
"Sim, hm, isso deve ser porque estou perto demais," Ele respondeu, sem jeito, dando um passo para trás. "Você sabe, a marca."
"Oh." Arqueei as sobrancelhas. "Mas, espere aí, se está me dando isso, como é que você vai..."
"Não se preocupe com isso." Regulus me interrompeu. "Não é o único. Pandora tem outros iguais a esse. Achei que você precisaria, já que está prestes a se esconder do bruxo das trevas mais poderoso que existe. Se ficar vermelho, aparatem na mesma hora. Não pensem duas vezes. Apenas vão." Ele correu os olhos focados entre mim e Lily.
"Obrigado, Reg," Eu o encarei e ele fez o mesmo, e eu soube que ele sabia o quanto eu era grato. "Obrigado de verdade. Você não faz ideia do que isso significa para mim."
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Light and Darkness - Regulus Black
Fanfiction"Para o Lorde das Trevas, Sei que estarei morto muito antes de você ler isso, mas quero que saiba que fui eu quem descobriu seu segredo. Eu roubei a verdadeira Horcrux e pretendo destruí-la assim que puder. Encaro a morte na esperança de que, quando...