FLASHBACK - 1972
Regulus odiava lugares fechados e abafados. Os trouxas deveriam ter um nome para esse tipo de coisa. Ele se sentia sufocado, mesmo se fosse um lugar grande. O que foi um problema quando ele foi à Hogwarts pela primeira vez e foi selecionado para a Sonserina. A comunal era escura, iluminada apenas por algumas luzes verdes. E o pior de tudo, as janelas não podiam ser abertas, a não ser que você quisesse afogar mais de cem alunos de uma vez. O lugar ficava na parte mais baixa do castelo, nas masmorras. Era cercado pela água do lago negro e a lula conseguia ser facilmente vista das janela.
Apesar de tudo isso, Regulus não poderia pensar em considerar a possibilidade de não ter sido selecionado para a Sonserina. Sua mãe saberia e aconteceria com ele o mesmo que aconteceu com Andrômeda quando ela decidiu ir embora com o lufano nascido trouxa. Ele não gostava nem de imaginar.
Mas no fundo de sua mente, ele sabia. Ele sempre saberia que na sua cerimônia de seleção, o chapéu seletor quis colocá-lo na Corvinal. A sua mãe teria um ataque do coração e seu pai provavelmente o puniria de um jeito tão horrível que ele teria que passar mais de uma semana com os curativos que Kreacher fazia.
Definitivamente, não era uma opção, mas ele gostava de pensar na Corvinal às vezes. Ele gostava mais de azul do que verde, isso era óbvio. Ele não entendia porquê priorizar o poder ao invés da inteligência. Não achava que ambição e orgulho eram virtudes maiores que inteligência e mente aberta, de jeito nenhum.
Talvez a comunal da Corvinal fosse mais bonita. Ele teria que dar um jeito de descobrir. Podia pedir emprestado a capa estranha que o amigo de Sirius carregava sempre por aí, mas ele não achava que eles tinham intimidade o suficiente para isso. Apesar de que, James e Sirius eram o tipo de pessoa que podiam entrar em qualquer lugar e fazer o que quisessem sem ser pegos.
É claro que daria errado. Já havia passado do horário de recolher quando Regulus decidiu se esgueirar para o lado oeste de Hogwarts sem ser visto para matar a sua curiosidade.
Ele teve que seguir um aluno da Corvinal pelas escadas espirais que davam até à sala. Assim que chegou perto da porta, ele se escondeu atrás de uma parede e conseguiu ouvir o retrato dar um enigma para o aluno desvendar. Se ele tivesse que fazer só isso para conseguir, não seria tão difícil. Regulus era ótimo em descobrir as coisas.
Quando o garoto entrou, Regulus pôde ver a parte interior da comunal de longe. Era melhor do que o que garoto de onze anos esperava. Era azul e bronze e a sala era mais clara e arejada do que a própria Hogwarts. Quando ele tomou coragem para se aproximar da porta, uma garota loira, da sua idade ele pensou, veio andando distraída em direção à porta.
"Ei," Ela disse, conseguindo vê-lo. "O que está fazendo aí?!"
"Não te interessa." Ele respondeu, porque precisava sair correndo dali se não pegaria uma detenção e sua mãe o deixaria sem sair do quarto pelas férias inteiras.
"Você podia ser mais gentil." Ela diz, cruzando os braços. "Afinal, não sou eu que estou na porta de uma comunal que não é a minha e fora do horário de recolher." Ela disse, arqueando as sobrancelhas.
"Eu só estava..." Regulus começou, espiando a porta. "Eu só fiquei curioso para saber como era... Você sabe, lá dentro."
"Bom..." A menina disse, pensativa com o dedo batendo no queixo. "E por que você não vem até aqui e eu abro a porta, e então você pode ver melhor?"
"É sério?!" Regulus disse, arregalando os olhos, ele não entendia porquê alguém que nem o conhecia estava sendo tão gentil.
"Sim!" Ela disse, sorridente. "Acho que não consigo que você entre porque os outros alunos perceberiam... Mas com certeza posso abrir e então você fica aqui onde eu estou e vê a parte de dentro, ok?"
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Light and Darkness - Regulus Black
Fanfiction"Para o Lorde das Trevas, Sei que estarei morto muito antes de você ler isso, mas quero que saiba que fui eu quem descobriu seu segredo. Eu roubei a verdadeira Horcrux e pretendo destruí-la assim que puder. Encaro a morte na esperança de que, quando...