Capítulo 43: Contratempo

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"O que ele está fazendo na minha casa?!" Sirius disparou com o dedo erguido, voando furiosamente até a porta, Remus segurou em seu braço para pará-lo. "Como você ousa ficar parado na frente da minha porta?!" Ele tinha ódio nas palavras. Se Remus soltasse o braço de Sirius, ele com certeza avançaria em Snape sem ter que pensar duas vezes.

"Sugiro que se acalme, senhor Black," Dumbledore suspirou, "A situação vai muito além do que sua mera rivalidade escolar."

"Rivalid- Ele é um comensal da morte!" Dessa vez, Remus esbravejou. Era muito visível que Remus sempre tentava na maioria das vezes ficar mais calmo que Sirius em situações assim, porque duas pessoas com a cabeça quente não funcionam. Mas naquela noite, nenhum de nós poderia se dar ao luxo de não ficar com a cabeça quente.

"Acredite, Black," Snape disse, levantando o olhar cínico entre os cabelos negros e oleosos para Sirius. "O último lugar em que eu queria estar é nesta barraca de acampamento que você chama de casa."

"Se você não quer ficar aqui, então vá embora." Pandora disse, firmemente. "Não é bem-vindo e sabe disso."

Mary estava agarrada ao meu pulso, mas eu não sabia dizer exatamente o que ela estava sentindo. Não conseguia olhar para o rosto dela porque era impossível parar de encarar a cena na minha frente. O que de tão errado aconteceu para Snape estar aqui e, pior, ao lado de Dumbledore?!

Marlene e Carter já haviam levado suas mãos até a varinha no bolso de trás, eu pude ver. Estavam prontos para atacar se algo repentino acontecesse ou se tudo não passasse de uma armadilha.

"Severus está aqui porque eu mesmo pedi pessoalmente que viesse." Dumbledore disse, "Pode fazer o protocolo de segurança, senhor Lupin. Creio que Sirius está um pouco alterado para se lembrar de qualquer coisa para me perguntar."

"O que eu disse à você na última vez que conversamos?" Remus perguntou, ainda mantendo um braço na frente de Sirius.

"Se me recordo bem, estava me dizendo sentiu raiva por muito tempo," Dumbledore respondeu, calmamente, "E que agora estava pronto para fazer algo à respeito sobre os lobisomens."

"Patético." Snape revirou os olhos, as mãos enfiadas dentro do sobretudo preto.

"Você é patético." Sirius sibilou, Snape o encarou com desprezo.

Dumbledore e Snape adentraram na casa e Remus fechou a porta atrás dele. Agora que estavam dentro, todos ficamos em alerta. Mary soltou o meu braço e estava com uma expressão de raiva no rosto, eu podia ver agora. O que não me surpreendia em nada porque eu mesmo estive presente em todas as vezes que Snape a insultou nos corredores de Hogwarts.

"Regulus." Snape assentiu para mim, eu o encarei em silêncio. Mas que porra.

"Sinto muito atrapalhar este momento de reunião de todos vocês, mas não vim em vão," Dumbledore começou, "Precisamos falar sobre James e Lily Potter."

A expressão de Snape falhou e eu o encarei outra vez. Havia alguma coisa errada. Sirius se eriçou, a expressão mudando imediatamente de fúria para preocupação, "James? O-o que aconteceu? O que deu errado?!"

"Acha seguro falar disso aqui, professor?" Snape sussurrou para Dumbledore, "Há pessoas aqui que podem não ser... confiáveis." Ele disse a última parte lançando um olhar cortante para Mary.

"O que? Está falando que não sou confiável por que sou nascida trouxa?" Mary disse, entre uma risada, "Me poupe, Snape, seu sangue é tão puro quanto o meu. E não fui eu quem me aliei à um psicopata genocida. Vê se não enche a porra do meu saco."

Snape se ofendeu, puxando a varinha em direção à Mary, "Ah, sua..."

"Nem mesmo pense nisso." Levantei a minha varinha rapidamente e a apontei para o rosto dele, os olhos dele encontraram os meus e eu arqueei as sobrancelhas, Snape abaixou lentamente o braço.

Light and Darkness - Regulus BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora