Amor?

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Dia de domigo... Acordo com uma ligação inusitada.
- Alô? - Atendi.
- Amigaaaaa! Tô no Michigan, onde você está?
- Audrey... Eu tô em Londres.
- Ah, bem que eu fui na Mansão e a empregada disse isso mesmo. Tá fazendo o que ai?
- Curtindo a vida de solteira.
- Voltou a ativa?
- Sim...claro... Isso.

Na verdade eu estava já 1 mês sem transar, antes não passava de 1 dia. Incrível como as coisas mudam.

- Hummm, bom. Queria te ver, matar saudade, mas que bom que tá curtindo. Tenho que desligar, beijos. - Disse Audrey.

Após desligar o celular, levantei e fui tomar banho, ao me olhar no espelho percebi minha pele muito pálida, minha boca um pouco machucada e minhas olheiras bem roxas.
Eu nunca me senti tão triste ao me olhar no espelho, na verdade me senti cada vez mais frágil.

Após o banho fui surpreendida pôr uma mensagem de Wellington, perguntando se eu queria ir no Museu de artes com ele. Eu aceitei.

Tomei café, coloquei uma roupa confortável, escolhi uma peruca e fui...
Passeamos o Museu todo, mas eu nunca fui fã de artes, já ele...

- O que você ver nessa imagem? - Pergunta ele.
- A não sei, um rosto com traços e rabiscos coloridos.
- E o que sente ao vê-la ?
- Nada...
- Nada? Vou te fazer enxergar de outra forma. Eu vejo um rosto triste, com marcas da vida e de superação, a imagem transmite um sentimento de tristeza e ao mesmo tempo de força. Análise, olhe bem.

Eu olhei o ponto de vista dele e pude ver perfeitamente como realmente é a arte, ela se comunica contigo e se infiltra na sua situação emocional.

- Nossa... Eu nunca enxerguei um quadro dessa forma.
- Isso é arte!

Andamos mais um pouquinho e paramos em um quadro.
- E nesse o que você ver?

Eu me silêncio por uns segundos e fico admirada.
Aquela arte de alguma forma me trouxe lembranças da infância.

Meus olhos se encheram de lágrimas.
- Eu vejo algumas crianças andando, brincando, um sentimento de alegria e nostalgia.

- Que lindo... Eu já vejo muitas pessoas confusas de pra onde ir. Algumas desesperadas. Mas gostei da sua visão de alegria e nostalgia.

Dali fomos caminhando em direção a praça. Onde um senhor que vendia flores disse para Wellington:
- Compra uma flor para sua namorada.

Eu respondi: - Não, eu não sou a namorada dele.

Wellington pegou uma flor e disse:
- Não é, mas quem sabe um dia...

Me entregou a flor e olhou bem no fundo dos meus olhos.

Confesso que rolava uma química entre nós, mas eu tava com medo de me entregar como sempre.

    Sentamos na praça e ficamos conversando sobre a vida enquanto tomávamos um milkshake.
- Você é uma guerreira sabia!? - Disse Wellington sobre mim.
- Você que é... Tudo que tem suportado por conta do Câncer. Tudo que suportou quando seu pai faleceu.
- Não se compara com um estupro e ter todas as pessoas que você amava mortas. Você soube se erguer Ketycie. Soube seguir em frente... Eu demorei 5 anos para superar a morte do meu pai, até hoje eu ainda se fico pensando muito eu choro... Só não entendo o porque esta solteira.

- Como eu disse eu me prostituia, então... Ninguém iria assumir uma mulher que trabalhava com sexo. Deve ser por isso...
- Acho que não... O problema não estava no seu trabalho, e sim em você. Você parece ter medo de ser amada.
- Eu tenho sim... Todas pessoas que me amaram morreu, ou eu perdi elas de alguma forma. E eu não quero que isso aconteça novamente, então isso é meu escudo.
- A culpa não é sua delas ter morrido ou se afastado. É o destino... Se o destino não tivesse feito isso tudo, você não estaria aqui, do meu lado sentada em um banco de praça. Nada é em vão Ketycie.

Ele olha nos meus olhos, e toca a minha mão, o clima vai esquentando... Esquentando. Mas do nada um pombo pousa na minha cabeça e eu choto ele para longe, estragando todo o clima. Mas rimos abessa com o pombo.

Depois Wellington me levou até o meu apartamento, quando eu ia abrir a porta a chave cai eu e ele pegamos juntos. Dessa vez eu não resisti, nos beijamos enlouquecidamente.
Mas estava tarde e ele tinha que ir, nos despedimos e eu entrei.

Passei a noite toda lembrando do seu beijo, eu estava sentido falta disso.

KetycieOnde histórias criam vida. Descubra agora