Meu nome é Ketycie, atualmente tenho 27 anos. E sou uma garota de programa...
Esse é o meu trabalho, é o que eu faço para me sustentar, não vi outra saída além da prostituição, além de eu amar o sexo, me faz ter relações com as pessoas sem nenhum sentimento afetivo, nada com que me prende ou me ligue aquela pessoa. É um "oi!" Aqui e um "tchau!" Até nunca mais...
Claro que há alguns cliente que me pegam mais de uma vez para repetir o serviço, mas sem nenhum sentimento afetivo. E é esse o esquema da minha vida. Não se apegar! Perdi muitas coisas por conta disso, e ainda tenho um certo medo de me apegar e voltar a perde, por isso vivo sozinha, sem ninguém. Só eu e minha consciência.
Tive uma infância conturbada, aos 7 anos de idade perdi meu pai, ele foi assassinado por um homem que ele devia.
Depois de sua morte, viveu eu e minha mãe, minha mãe trabalhava dia e noite pra dá tudo do bom e do melhor pra mim.
Até que apareceu Régis, um homem autoritário, seco e arrogante. Só ficava feliz quando bebia. Nessa época eu tinha uns 10 anos.
Minha mãe e ele começaram a ter um relacionamento, ele parecia ser bem legal. Mas quem vê cara, não vê coração, e o Régis não era nada do que aparentava.
Os meses foram se passando, minha mãe foi percebendo o tipo de cara que ele era. Mas ela o amava, e faria de tudo por ele.
Ele era o tipo de cara machista e bem abusivo. Queria tudo na sua hora, no seu tempo. Gritava, julgava caso alguma coisa não tivesse certa ou em seu devido lugar. Humilhava, zombava da cara da minha mãe, até agredi-la.Isso me dava uma raiva... Eu com 10 anos não podia fazer nada, mas aquilo era escolha dela, ela escolheu isso, e nos vivemos as consequências daquilo que escolhemos.
Os anos foram se passado...
Eu estudava, tinha amigas, comia de tudo, amava ler e escutar música.
Mas o Régis odiava tudo que eu fazia. Não importa oque eu fizesse o incomodava. Eu já estava farta daquilo, de toda vez que eu estivesse na sala assistindo TV, e ele chegasse eu tinha que ir para o meu quarto, pois o "pai de família" Queria assistir o jogo.Cada dia que passa o Régis me assustava, depois do trabalho a noite, ele chegava bêbado, minha mãe teve até que ir busca-lo no meio da rua, e ali mesmo ele fazer um escândalo com ela.
Era briga, atrás de briga, minha mãe tinha vários hematomas pelo corpo, e eu já tinha perguntado a ela o porque ela deixava, mas ela não queria tocar nesse assunto.
Meu aniversário era inútil, minha mãe comprava um bolo, mas não cantava parabéns, e meus presentes era ouvir o choro da minha mãe toda a noite.Minha 1° menstruação foi aos 11 anos, eu entrei em desespero, não sabia o que fazer. Mas tive que me virar, fui no quarto da minha mãe, peguei absorvente e botei do meu jeito, já que ela não tinha tempo de me explicar nada.
E ela passava quase o dia todo fora, pois trabalhava vendendo toalhas de crochê na feira.
Quando contei a ela, ela me deu os parabéns, mas o sorriso dela e a animação não era o mesmo. Régis tava acabando com a alegria e vida dela.Eu então tive que aturar mais um ano com aquele traste do Régis. Quando ele batia em minha mãe, eu me travava no quarto e chorava por ela. Eu não suportava ouvir os gritos e os choros dela, uma vez cheguei a interferir, mas o Régis gritou comigo e minha mãe ficou pedido pra mim ir para o quarto.
Fiz 12 anos. Mas nada tinha mudado, o Régis tava cada vez mais agressivo, bêbado e estranho. Ele ficava me olhando de cima e baixo. Mas bem sério e arrogante.
Até que chegou o pior dia da minha vida, um dia onde minha mãe chegou exausta do trabalho e foi dormir, um dia onde eu estava quase pegando no sono, quando escuto a porta do quarto se abrindo e fechando, bem devagar pra não fazer barulho.
Quando eu me viro a olhar era o Régis. Bêbado e totalmente desgovernado.
Eu dei um grito, mas ele logo colocou a mão e minha boca e disse pra mim não gritar, se não iria acordar a minha mãe.
Ele então começou a passar a mão pelo meu corpo e eu comecei a chorar. A pergunta-lo o que ele queria.
Ele me olhava com malícia, e disse que queria meu corpo. E eu suplicando pra ele não fazer isso. E ele nem ai, e disse pra mim ficar bem quietinha que não iria doer, e que não era pra mim gritar e nem contar pra minha mãe nada do que iria acontecer ali, pois se ela soubesse, ele iria bate nela até ela parar no hospital.
E eu não tive escolha, ele era bem mais forte que eu, e eu assustada não sabia o que fazer, tive uma paralisia de desespero, deixei que ele dominasse meu corpo de um jeito arripilate, onde eu me traumatizei e não consegui ter mais reações.Só de lembrar dele tirando meu pijama, tirando minha calcinha, abrindo seu zíper. Já me dá uma raiva e um nojo terrível dele.
E me lembro ainda mais da sensação, a sensação era horrível. Ainda mais quando ele se enfiou entre as minhas pernas, e começou a empurrar o pau dele entro de mim. Eu senti uma dor horrível, mas não conseguia chorar, nem gritar, eu estava horrivelmente paralisada.
Ele olhava bem nos meus olhos, e perguntava se eu estava gostando, como se aquele ato contra a minha vontade fosse bom.Ele então depois de se satisfazer saiu do meu quarto, me deixando ali nua e com sangue escorrendo pelas minhas pernas, eu me levantei e me tranquei no banheiro, fiquei lá a madrugada toda, e nem consegui pregar os olhos.
Assim que amanheceu e ainda estavam todos dormindo, peguei a roupa de cama, e meu pijama e joguei no lixo, mas antes embolei em um saco plástico preto, pra minha mãe não perguntar.Quando todos começaram a acordar, eu ainda estava sem reação, paralisada. Era 7hrs da manhã, minha mãe foi ao meu quarto me acordar para ir a escola, e eu já estava acordada, mas não queria ir e ao mesmo tempo nem ficar em casa.
Ela viu que eu não estava bem, e me perguntou o porque, eu disse que estava começando a ficar gripada e ela entendeu.
Naquela hora, eu queria gritar pra ela "O RÉGIS ME ESTUPROU"
Mas eu não podia, estava com medo da reação dela, e do que ele poderia fazer a ela.Fiquei deitada mais um pouco até me dá sede, e ao ir na cozinha, vi aquele traste sentado na mesa tomando café e minha mãe arrumando as coisas para ir trabalhar.
Ele então diz cinicamente: -Bom dia, Kety dormiu bem?Eu olho e nem respondo, pego a água e volto para o quarto.
Cada dia que eu passava naquela casa era um inferno, vinha aquele momento horrível toda hora em minha mente, a sensação de desespero e a depressão. Eu tentei umas 2 vezes me matar, mas não consegui, eu era fraca demais pra isso.
Até que 1 mês depois desse ato, eu fugi de casa...
Minha mãe e o Régis estavam trabalhando, e eu em casa sozinha.
Juntei algumas coisas e sai pela rua a fora, sem saber pra onde ir.
Eu só não queria ficar naquela casa, acho que qualquer lugar seria melhor do que ali. Eu sabia do desespero que causaria a minha mãe, mas era melhor tanto pra mim quanto pra ela, eu ficar longe. Pelo menos eu pensava assim...Passei 2 dias em baixo de uma marquise na calçada, com frio e fome, pois levei 1 só cobertou e comida para um dia.
Eu já estava suja, e não sabia oque fazer.
Até que uma senhora que morava sozinha, Dona Marlene, me viu e sentiu pena de mim me perguntou o porque eu estava ali naquele frio. E eu disse que fugi de casa, ela logo queria ligar para minha mãe, e eu pedi que não ligasse, que eu não queria voltar pra lá.
Dona Marlene viu que eu não estava muito bem, e me levou até a casa dela para conversarmos.
Mas antes, pediu pra mim tomar um banho e me deu comida.
Mas depois começou a interrogação. Ela me perguntou o porque fugi.
Eu disse que não podia falar, e em sequência comecei a chorar, ela então disse que para eu não ter medo, que eu podia confiar nela, que ela não iria contar pra ninguém. Afinal ela morava sozinha e não tinha pra quem contar.
E eu então contei, o que meu padrasto fez e o que me pediu pra fazer e por isso eu fugi.
Ela por incrível que pareça entendeu e disse que eu poderia ficar ali o tempo que fosse necessário pra digerir isso tudo. Mal sabe ela, que foi pra sempre...
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Ketycie
ChickLitOi, meu nome é Ketycie e sou uma garota de programa. Passei por muitas coisa na minha infância e para me sustentar tive que optar pela prostituição. Na minha adolescência sofri bastante com a estrutura familiar e fui psicologicamente afetada depois...