The Arcrux - A Saga (LIVRO 1)

Capítulo 20

Olhei para fora da porta me deparando com a floresta a beira do castelo e voltei meu olhar para Sarah, o apoio dela significava muito para mim por mais que ela não compreendesse a importância daquela situação.

- Obrigada. - sorri sem mostrar os dentes e a garota devolveu o sorriso praticamente me expulsando para fora do pequeno e apertado cômodo.

- Vou esperar você aqui dentro. - disse ela fechando a porta novamente - Não volte tarde!

Ri da sua preocupação sem motivo e me voltei para a mata. Inspirei o ar frio nervosa e comecei a caminhar, meu corpo estava tremendo e me aconcheguei no casaco escuro na tentativa falha de me esquentar.

Acelerei meus passos pois o sangue pulsava mais rápido e espalhava calor pelas minhas veias, o frio estava me engolindo por inteira.

Enquanto eu andava, meu sangue se movimentava e pulsava por todo o meu corpo, era até entendível o porquê de Dylan não conseguir se controlar quando estava com fome.

Desta vez a floresta estava silenciosa, nenhum animal fazia barulho. Provavelmente permaneciam calados por estarem em suas tocas ou esconderijos, o inverno era uma estação difícil para qualquer ser vivo.

Um galho se quebrou atrás de mim e por um milésimo de segundo decidi apanhar minha faca, mas o homem foi mais rápido que eu e segurou meus dois braços na frente do corpo com força. O reconheci pelos olhos esmeraldas e o sorriso malicioso.

- Deveria aprender a confiar mais nas pessoas. - disse Dylan sem tirar seus olhos dos meus.

- Você não é uma pessoa, é um vampiro. - soltei meus braços sorrindo cínica - Além do mais, nos conhecemos ontem.

Imaginei que ele se sentiria ofendido com meu comentário, mas na verdade ele soltou um riso desfarçado enquanto eu esfregava meus punhos doloridos, ele era extremamente forte mas isso eu jamais admitiria.

- Então... o que queria me mostar? - perguntei com a voz trêmula enquanto meus dentes batiam de frio e eu esfregava meus braços tentando incansavelmente fornecer calor para mim mesma.

Dylan se aproximou sem dizer nada e estendeu sua mão para que eu a segurasse.

Exitei pois não sabia o que esperar dele, era impossível dizer se ele queria morder meu pulso, se queria segurá-lo ou até mesmo decepá-lo.

- Me dê suas mãos. - desta vez ele também estendeu a outra e sorriu tranquilo.

Talvez ele não quisesse fazer algo ruim, mas era difícil confiar numa criatura que se alimentava de sangue e era imprevisível.

Seu olhar profundo atravessou minha alma e decidi acreditar que ele não me faria mal, porém um pouco de desconfiança nunca fez mal a ninguém, não estava me sentindo completamente segura.

Acreditar nele não significava confiar cegamente.

Dylan deu mais um passo a frente fazendo com que ficássemos próximos e então lentamente dirigiu suas mãos até as minhas gélidas e frias palmas e dedos devido ao frio.

O garoto que antes encarava o fundo dos meus olhos, fechou os seus e ergueu nossas mãos até a altura de seu peito. Entrelaçou nossos dedos vagarosamente enquanto eu apenas o olhava confusa.

De repente uma sensação cálida foi transmitida dos dedos de Dylan para os meus, fazendo o calor percorrer por todo o meu corpo e divagar por cada parte em que meu sangue circulava.

Era um sentimento ótimo, mas me parecia um tanto íntimo então num movimento brusco separei nossas mãos fazendo o calor se romper.

Ainda podia sentir a calidez atravessar cada átomo do meu corpo fazendo com que eu me aquecesse.