Capítulo 21

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Dylan e eu simplesmente não falávamos nada, se podia ouvir apenas nossas gargalhadas altas sem nos importar se algo ou alguém nos ouvia.

Eu realmente estava rindo de felicidade, estava sendo eu mesma pela primeira vez em tempos. Nos conhecemos a dois dias e Dylan já me fazia sentir bem, eu queria confiar nele mas sabia que era cedo demais.

Por mais que ele parecesse ser honesto e divertido, era um vampiro que podia ler mentes e controlar uma pessoa. Não é exatamente a definição de confiável que se esperava.

Todos tinham a mania de me decepcionar, apenas Begônia não fez isso. Eu costumava me afastar de tudo e todos para evitar ficar desapontada por esperar mais da pessoa. Eu sempre criava altas expectativas sobre alguém e no fim me decepcionava.

Foi o que aconteceu com todas as minhas "amizades" na aldeia, só me serviram para notar que nenhuma delas eram verdadeiras. Queriam apenas se aproveitar da intimidade para me ofender indiretamente e fazer com que eu me sentisse mal comigo mesma.

Com o tempo fui aprendendo que aquilo não era amizade, queriam apenas ter a chance de me diminuir sempre que pudessem. Um amigo faz de tudo pra te ver bem e feliz, coisa que nenhum deles faziam por mim e estavam longe de fazer.

Ser apunhalada pelas costas era a coisa mais comum de se acontecer, então cortei toda e qualquer relação com quem vivia lá. Minha própria companhia já bastava, então depois de um tempo comecei a me amar e me aceitar do jeito que eu era.

Me zuavam por ser magricela, por me vestir diferente e agir de maneira independente. Me julgavam por gostar de armas e não acreditar em suas crenças.

Basicamente, eu era a garota estranha.

Depois de muitos anos, percebi do que realmente se tratava a amizade quando conheci Sarah, uma pessoa que se identificava comigo, alguém que entendia meus medos e apoiava minhas decisões por mais insanas que parecessem. Isso era a amizade.

De todos ali, era nela que eu mais confiava. Não esperava que ela mentisse para mim de nenhuma maneira, parecia nunca desejar mal a mim e sempre me tratou muito bem.

Senti o pingente do colar queimar sobre minha pele e dei as costas para Dylan.

- Pode tirar, por favor? - perguntei mais não obtive respostas.

As mãos dele entraram em contato com o meu pescoço provocando um pequeno arrepio e ele destrancou o fecho do colar. Rapidamente o retirei da volta do meu pescoço e o coloquei na beirada da água.

- Coonheceu Agnes e Conrad? - perguntei me virando e brincando com a água.

- Apenas de vista, nunca conversei com eles. - repondeu Dylan sorrindo - Por que a pergunta?

Os sonhos que eu tinha com eles, estavam começando a me prejudicar.

Não havia motivo para que eu sonhasse com duas pessoas desconhecidas, principalmente com tantos detalhes. Eram como memórias, mas de outra pessoas.

Estava me afetando e da última vez que eu os vi em meus sonhos, praticamente surtei ao acordar.

Era pertubador, não havia paz. Sentia como se fosse um sinal para que eu descobrisse mais sobre eles e eu estava seguindo este sinal. Além da curiosidade, eu sentia que tinha algum tipo de conexão com eles e deveria descobrir o porquê.

- Tenho sonhado com os dois ultimamente. - falei baixo segurando minhas próprias mãos.

Dylan se aproximou aos poucos e olhou em meus olhos.

- Qual sua relação com eles?

- Eu não sei. - respondi sincera - Mas é pertubador, sempre vejo dois bebês um tanto diferentes juntamente com o casal. - explico.

The Arcrux - A Saga (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora