"Obrigado por hoje"

700 128 88
                                    

✿ Lee Taeyong ✿

uma semana depois...

Doyoung tinha voltado ao normal, só falava comigo o necessário e eu achava isso ótimo. A única coisa que parecia diferente é que parecia que ele passava mais tempo me observando e isso era estranho.

Eu estava esperando o bonito para levá-lo para a empresa, ele apareceu todo elegante e entrou no carro sem nem ao menos me cumprimentar.

— Taeyong.... — Ele me chama assim que saímos de sua casa — Não vou para a empresa.

— O quê? Mas está na sua agenda, você tem uma reunião importante.

— Depois eu invento alguma desculpa, simplesmente não estou afim de ir.

— Então... Para onde? A casa do Jeno ou outro amigo seu?

— Não, eles estão na reunião — Ele pega o celular — Sabe algum lugar onde eu poderia ir onde ninguém me reconheceria?

— Olha... Eu sei, mas acho que você não vai gostar.

— Não importa, só vamos logo, Lee.

— Aqui está cheio de pessoas, Taeyong, como ninguém vai me reconhecer? — Eu estacionei o carro e ele cruzou os braços.

— Simples, no meu bairro ninguém se importa com riquinhos, Kim — Respondo vendo as pessoas circulando, nem está tão cheio, geralmente tem mais gente nas ruas — No máximo eles conhecem cantores e estrelas do cinema, mas conhecer o herdeiro das empresas Kim? Com certeza eles não ligam.

— Você tem certeza?

— Claro que tenho, eu conheço essa galera — Saio do carro e abro sua porta para ele sair.

— Nós vamos nos afastar muito do carro? Tem pessoas olhando, alguém pode roubar — Ele diz saindo do carro e eu reviro os olhos.

— Sempre desconfiei que você tinha medo de pobre, Kim, essas pessoas são legais ok? Ninguém vai roubar seu carro não, tonto.

— Não fala assim comigo, Taeyong.

Eu não disse nada, apenas comecei a andar e ele veio atrás de mim, olhava tudo envolta com medo ou com curiosidade, isso que dá trazer um riquinho que sempre viveu no luxo para conhecer um bairro de pobre, ele deve estar morrendo de medo de ser assaltado. Um medo desnescessário, o máximo que pode acontecer é nós encontrarmos a Senhora Park, a velha louca que fala que conhece todos os espíritos do bairro.

Eu parei de andar assim que chegamos na pracinha, eu me sentei no banco e ele, acreditem se quiser, tirou um lencinho do bolso e colocou no banco para poder sentar em cima, o famoso nojentinho.

— Então... Você mora aqui? — Ele pergunta olhando envolta enquanto eu via as crianças brincando de amarelinha.

— Moro, desde sempre.

— Entendi... — Ele olhou para as crianças também e ficou quieto por apenas alguns minutos — Do que eles estão brincando?

— Amarelinha, nunca brincou disso?

— Nunca nem ouvi falar.

— Caramba Kim, você não teve infância então.

— Claro que eu tive, quando eu era criança eu brincava com os brinquedos que a Senhora Choi conseguia me dar, eram poucos mas me divertia com eles — Ele abaixa a cabeça e eu olhei para ele.

— Você já brincou com outras crianças?

— Não... Meus pais nunca gostavam das crianças que falavam comigo, só conversava de vez em quando com os filhos dos amigos dos meus pais, mas aquelas crianças eram insuportáveis e sempre me diminuam — "Igual você hoje em dia", obviamente eu só pensei isso, se eu falasse poderia perder o emprego.

— Então você não foi criança de verdade, vem comigo — Eu me levantei e ele veio logo atrás de mim — Ei crianças, nós podemos brincar com vocês? — Pergunto abrindo um sorriso para elas.

— Claro tio — O menininho loiro também sorri.

— Taeyong... — Doyoung chama a minha atenção — Não vamos brincar com eles.

— Ah mas nós vamos sim, Kim, eu vou primeiro e depois você.

Como eu disse, eu fui primeiro e depois Doyoung foi, ele não tinha nem coordenação o suficiente para conseguir pular em um pé só então tive que ajudar ele, as crianças riram um pouquinho mas também ajudaram ensinando o Kim a brincar. Em questão de minutos, estávamos brincando e rindo sem reparar nas pessoas que passavam e olhavam a gente bancando as criancinhas.

Eu posso estar errado, mas pelo que vi Doyoung estava se divertindo, estava com um sorriso grande no rosto e eu não pude deixar de reparar nisso, ele parecia alegre e brilhante pela primeira vez... Mas que saco, por que eu estou reparando nisso?

— Tios, vamos brincar de pega-pega? — Uma menininha fofa pergunta.

— Bom.. — Olhei para Doyoung e pelo seu olhar já percebi que nem isso ele já tinha brincado — Vamos sim, eu começo então tratem de correrem rápido viu? O tio Taeyong não vai correr devagar não.

As crianças saíram correndo rindo, uma delas de mãos dadas com o Doyoung, eu abri um sorriso e comecei a correr atrás deles.

A diversão só acabou quando deu 17:00 e as crianças tiveram que voltar para suas casas, eu e o Kim nos sentamos naquele mesmo banco, completamente cansados por termos corrido tanto.

— Eu acho que nunca me cansei tão rápido como hoje — Ele comenta.

— Eu imagino, não está acostumado a correr tanto, não é? — Ele balança a cabeça positivamente — Está com fome? Tem uma lanchonete aqui perto, os lanches de lá são uma delícia.

— Pode ser, nunca comi em uma lanchonete, meus pais não deixam.

— Credo, seus pais são péssimos, não ir numa lanchonete já é demais.

Ele ficou quieto e fomos juntos para a lanchonete, eu fiz os nossos pedidos e não demorou muito para chegar. Não conversamos muito, apenas respondia suas perguntas ou falávamos sobre filmes que nós dois gostamos.

Depois de comer, voltamos para o carro e eu dirigi para sua casa, o caminho totalmente silencioso, eu olhava para a estrada e ele mexia no seu celular, uma coisa que notei, é que dessa vez esse silêncio não parecia tão desconfortável quanto antes.

— Não esqueça de dar uma boa desculpa para seus pais — Falo assim que parei o carro e abri a porta para ele sair.

— Eu já tenho uma boa, não se preocupe — Eu já estava saindo quando ele pegou no meu pulso — Taeyong... O-Obrigado pelo dia de hoje... Eu... Me diverti muito.

— De nada, é bom sair da zona de conforto de vez em quando, até amanhã, Kim — Me despeço dele e volto a caminhar para fora. Quando passei pelo portão, olhei para trás e vi ele entrando em casa de cabeça baixa e um pequeno sorriso no rosto.

Bom, não estava tão diferente de mim.

☆☆☆

aquele capítulo bem boiola pra vocês hehe

É VOCÊ // DotaeOnde histórias criam vida. Descubra agora