✿ Lee Taeyong ✿
No dia seguinte, depois do café da manhã eu saí e em alguns minutos eu já estava na casa dos Kim e esperei Doyoung chegar para sairmos juntos.
— E então, para onde vamos hoje? — Ele pergunta se aproximando.
— Você vai saber — Falo abrindo a porta para ele.
Eu dirigi calmamente escutando o Doyoung atrás de mim reclamando que eu estava o deixando curioso, eu ria e ignorava todos esses comentários dele, não iria contar para onde iríamos até chegar lá.
— Taeyong, eu estou começando a ficar com medo, por acaso vai me matar? — Ele pergunta ao ver que já não estávamos mais na cidade.
— Você acha que eu seria capaz disso?
— Ah não sei, eu não te conheço direito, vai que você está com raiva acumulada e vai descontar arrancando minha pele.
— Você é muito idiota, sabia? — Falo rindo — Se eu te mato eu perco o emprego e eu não estou podendo ficar desempregado.
— E se não fosse por isso? Me mataria?
— Talvez — Ele me olhou assustado fazendo eu rir ainda mais — É brincadeira, Kim, não precisa me olhar assim.
Eu estacionei o carro, sai e abri a porta para ele. Doyoung olhou envolta vendo apenas a belíssima paisagem de grama, flores e árvores — Agora é sério, por que me trouxe aqui?
— Você me disse ontem que queria que eu o ensinasse a amar, não foi?
— Mas... E as aulas de boas maneiras?
— Bom, educação faz parte do amor — Falo sorrindo e pegando no seu pulso, o puxando para andar ao meu lado — Só não conta para sua mãe.
— Pode deixar, mas então, como vai me ensinar a amar?
— Uma coisa interessante sobre o amor é que ele não é só em relação a namoro e casamento, existe vários tipos de amor. Por exemplo... — Pego uma florzinha e entrego para ele — Eu amo flores, são coloridas e trazem uma boa energia.
— Mas morrem rápido.
— A morte faz parte de qualquer ciclo, tudo uma hora precisa ter um fim, só temos que aprender a aceitar isso.
— Mas algumas mortes são injustas.
— Todas são, Kim, é por isso que temos que aproveitar as nossas vidas, correr atrás dos nossos sonhos, amar o máximo possível e assim, pelo menos, você morre sem arrependimentos.
— É uma forma bonita de pensar, quais são os outros tipos de amor?
— Amor de amigos, você deve entender esse, não é? Quando você não consegue imaginar como seria sua vida sem aqueles amigos bobos que estão sempre pegando no seu pé.
— Esse eu conheço.. — Ele abriu um sorriso de lado.
— E tem o amor de família, esse na minha opinião é o melhor, porque a pessoa não precisa ter o mesmo sangue que você para ser sua família. São aquelas pessoas que cuidam de você, querem o seu bem estar, se preocupam se você está comendo, se está cuidando de si mesmo, estão lá quando você está triste e precisando de um carinho, te aceitam como é, isso é família.
— Eu não tenho ninguém assim — Eu me viro para ele e o vejo com um biquinho nos lábios.
— Você ainda não tem, Kim — Tiro alguns fios do seu cabelo que estava na frente do seu olho e volto a andar — Chegamos.
Estávamos no topo da colina, dava uma visão incrível das árvores, o sol que estava iluminado tudo de uma forma tão linda. Eu me sentei na grama e ele se sentou ao meu lado, estava admirado com a paisagem.
— Aqui é muito bonito.
— Eu sei, eu e minha família as vezes acampamos aqui, é ótimo para aliviar quando estamos de cabeça cheia.
— Entendi... Taeyong, me fala mais sobre o amor entre namorados, por favor?
— Claro, como eu namorei só uma vez, eu não entendo muita coisa — Conto com os olhos atentos na paisagem — Esse amor é muito bonito quando é bem cultivado, não tem uma forma única que ele aparece, pode vim aos pouquinhos ou até mesmo muito rápido.
— Como você percebeu que estava apaixonado?
— Ele me tratava bem, fazia eu me sentir especial, o jeitinho que ele cuidava de me mim fez que eu me apaixonasse.
— Se era tão bom assim, então por que não estão mais juntos?
— Porque infelizmente algumas pessoas não entendem sobre o amor e nem querem, ele era assim, estava comigo porque eu era fácil, não sentia ciúmes, deixava ele fazer o que quisesse, eu praticamente estava lá só quando ele estivesse entediado, pena que eu demorei para perceber isso.
— Isso é... Horrível, Taeyong.
— Eu sei, eu só dei um fim naquilo quando o vi me traindo, aquilo foi o fim para mim, fiquei meses odiando o amor, até pensei que essa história de amor não existe — Solto um suspiro e olho para ele — Mas ele existe, é por isso que existe as três etapas do amor.
— Três etapas?.
— Exatamente, o primeiro amor é a primeira pessoa que você se apaixona, talvez nem fiquem juntos mas é aquela que te ensina um pouquinho sobre o que é amar.
— O segundo amor é aquele que vai ferrar com todas as suas ideias fofinhas sobre amar, é aquele que vai te quebrar e mostrar que o amor não é mil maravilhas.
— E o terceiro amor é aquele que vale a pena, aquela que vai curar suas feridas passadas e mostrar que o amor é muito bom quando se está com a pessoa certa, é aquela que você vai querer realizar vários sonhos ao lado e até quando as coisas estiverem ruins vocês vão continuar um do lado do outro, porque se amam acima de qualquer coisa.
— Eu não sabia que o amor tinha isso tudo para saber — Ele fala, estava realmente interessado em tudo que eu dizia — Mas como eu vou saber que estou apaixonado?
— O seu coração vai saber.
— Nossa, isso foi brega — Ele dá um soquinho no meu ombro rindo e eu empurro ele, rindo também.
— Amar é brega, Doyoung.
— Olha só, você me chamou pelo nome — Ele sorri se aproximando de mim — Pode começar a me chamar assim mais vezes.
— Como quiser... — Eu não conseguia tirar os olhos dele, seu rosto ficando tão próximo, meu olhar caiu para a sua boca e por alguns segundos eu realmente cogitei a ideia de beijá-lo, se não fosse pelo.... Telefone dele.
Doyoung pegou seu celular e atendeu a ligação, parecia ser seus pais, ele discutiu um pouco com eles e desligou irritado.
— Meus pais querem que eu volte agora, tem uma reunião em casa.
— Claro, vamos voltar.
Descemos a colina juntos e fomos para o carro, o caminho para sua casa foi silencioso e um pouco constrangedor.
Eu não conseguia parar de pensar... Nós quase nos beijamos.
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É VOCÊ // Dotae
Fiksi Penggemar{🏳️🌈} Lee Taeyong mora em um lar para adolescentes e jovens adultos LGBTs que foram expulsos e rejeitados por serem quem são, mas calma, esse não é o caso dele, é que seus pais são donos do lugar. Taeyong não tinha o que reclamar da sua vida, tem...