É VOCÊ // Dotae

"Será que estou enlouquecendo?"

✿ Lee Taeyong ✿

No dia seguinte, eu fui acordado cedo por causa do telefone tocando alto, tive que me arrumar rápido e nem tive tempo de comer algo, saí de casa às pressas para chegar na casa da família Kim.

— Você demorou — Doyoung fala entrando no carro — Me leve para a empresa — Ele manda sem nem olhar para mim, estava entretido com o celular.

No caminho não falamos nada e eu agradeci por ele não estar tentando jogar o amigo dele 'pra cima de mim de novo. Ele saiu do carro e mandou eu ficar lá esperando porque logo ele voltaria, aproveitei o tempo sozinho para ver as mensagens no celular, Taeil perguntando se eu consegui comer algo antes de sair e Jisung e Chenle mandaram foto deles no colégio mostrando o trabalho que fizeram juntos, fofo.

Meu celular começou a tocar e vejo o nome do Jaemin na tela, se ele está me ligando é certeza que ele vai dizer alguma baboseira, Jaemin gosta de ligar por motivo nenhum, só para irritar mesmo.

— O que foi, Na? — Pergunto ao atender.

— Pode comemorar, eu achei um emprego, eu e o Yuta vamos cuidar dos irmãos de um cara rico 'pra caramba, ele vai pagar bem por isso, as crianças parecem pestes mas se eu aguentei o Haechan e o Chenle então eu aguento qualquer coisa.

— O trabalho não vai atrapalhar os estudos de vocês, certo? Só falta um ano para o Yuta se formar.

— Vai não, hyung, relaxa — Ele diz — Eu vou desligar porque você está trabalhando e hoje é meu dia de ajudar a lavar roupa — Ele desligou.

Eu ficava muito feliz que via que todos estavam dando o seu melhor, até os mais novos que ainda estão terminando o ensino médio estão tentando fazer o máximo para ajudar, todos gostavam do nosso lar e da família que formamos, mesmo que as vezes alguns deles sintam falta da vida que tinha antes, não é fácil superar tudo que aconteceu com eles. Como o caso do Yangyang, ele chegou na casa há poucos meses e ainda está tentando se soltar, indo de pouquinho em pouquinho, ele largou tudo que tinha em Taiwan achando que aqui sua tia iria aceitá-lo, mas não esperava que quando se assumisse a sua tia o bateria, desde então ele ficou muito fechado, mas consigo ver como ele se esforça para de abrir mais.

— Taeyong, leve a gente para uma festa — Doyoung fala se sentando no banco do passageiro e colocando o endereço no GPS, logo mais três meninos entraram atrás.

— Ô Dodo, vai rolar aquela exposição de arte hoje, seus pais querem que você vá mas acompanhado — Um dos caras diz com a cara no celular.

— Ah Mark, até isso eles estão fazendo? Alguém avisa esses dois velhotes que não estamos mais na época em que os pais acham o "par ideal" dos filhos.

— Mas tem que ser acompanhado por uma garota? — O garoto de cabelo azul pergunta.

— É óbvio, Jeno — Ah, então é esse o cara que o Doyoung estava me empurrando ontem.

— E já tem em mente quem vai chamar? — O terceiro cara pergunta.

— Claro, Jaehyun — Doyoung pega seu telefone — Eu vou mandar mensagem para a Sihyeon, ela topa qualquer coisa para ficar perto de mim.

— Ela é insuportável, como vai ficar com ela a exposição inteira? — Jaehyun pergunta.

— Não vou, só vamos entrar e depois arranjo um jeito de me afastar e no fim a gente se encontra de novo.

— Seus pais não vão gostar disso — Mark conta.

— E desde quando eu me importo com eles? — Eu parei o carro no endereço certo e eles desceram do carro — Está dispensado por enquanto, Taeyong, mais tarde eu te ligo de novo e vê se vem mais rápido.

Eles entraram naquela boate e eu voltei para a casa dos Kim, fui até a cozinha encontrando a Senhora Choi, a senhorinha que me alertou para não cair nos encantos do Doyoung, sei nem que encantos ela estava falando porque ele só é bonito, mas a personalidade me dá nojo.

— O Dodo está dando trabalho? — Ela pergunta.

— Ele nem fala comigo, só dá ordens, não reclamo eu trabalho 'pra ele mesmo — Falo sentando na cadeira e ela coloca um pedaço de torta na minha frente.

— Você não deve ter comido direito e talvez nem comido nada, se alimentem certinho, Tae — Eu agradeci e abri um sorriso, nem percebi que estava morrendo de fome, a porta da cozinha é aberta e a Senhora Kim passa por ela com um sorriso.

— O Doyoung foi aonde? — Ela me pergunta.

— Foi... Encontrar uma garota, deve ser a acompanhante dele para hoje a noite.

— Oh, pelo menos uma coisa ele faz direito — Ela pega uma maçã na cestinha — Está fazendo um ótimo trabalho, Lee, parabéns.

— Obrigado, Senhora Kim.

Eu não devia ajudar o Doyoung a esconder os lugares que vai, isso ferraria o meu lado, e nem sei porquê tomei essa atitude, será que estou enlouquecendo?

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