✿ Lee Taeyong ✿
No dia seguinte, eu cheguei na casa dos Kim e já estava no carro esperando Doyoung para levá-lo para as aulas de etiqueta, porém ele veio acompanhado de sua mãe.
— Taeyong, meu filho teve uma ideia que eu achei.. interessante, mas devo ver com você primeiro — Ela conta cruzando os braços — Ele disse que você entende de boas maneiras e que seria mais fácil para ele se aprendesse com você e não com um desconhecido, o que você acha?
— Eu... — Eu estava surpreso, então era isso que ele estava aprontando ontem. Eu olhei para ele que estava com um biquinho no rosto quase implorando para mim aceitar, tudo que eu fiz foi suspirar e abrir um pequeno sorriso — Eu não vejo problema nenhum, Senhora Kim.
— Oh, isso é ótimo — Ela sorri — Podem começar hoje, o lugar das aulas pode ser aonde você achar melhor, Lee — Ela se vira para o filho — E você, trate de obedecer o Taeyong, lembre-se que ele é mais velho e agora, seu professor — Ela sai andando deixando apenas eu e Doyoung na garagem.
— Obrigado Taeyong, muito obrigado — O Kim agradece abrindo um sorriso.
— Eu aceitei porque ia ficar feio se eu rejeitasse, como que eu vou te dar aulas de boas maneiras, Kim?
— Eu não sei, você nem precisa, se quiser me deixa na casa de um dos meus amigos e ir para sua casa e me buscar apenas de tarde ia ser ótimo.
— Para sua infelicidade eu não descumpro as coisas que falo, então sim, você vai ter aulas de boas maneiras, entra no carro — Abro a porta para ele entrar e assim que ele fez isso eu fechei a porta. Entrei no carro e o liguei, logo saindo pelo portão daquela mansão.
— Para onde vamos, Lee?
— Bom, sua mãe quer que você se comporte como um ser humano decente, certo? Você é o herdeiro da empresa do seu pai e pelo que eu pesquisei a empresa dos Kim constrói casas — Conto enquanto dirigia e ele me escutava atentamente — Porém, vi que o foco dele são os bairros ricos, talvez para você se tornar um homem melhor, precise ver um pouquinho da pobreza.
— Isso não faz sentido.
— Claro que faz sentido, pelo menos para mim.
Eu dirigi até o meu bairro e estacionei o carro em um bom lugar, saí de dentro e abri a porta do Kim, ele saiu olhando envolta e talvez já reconhecendo o lugar.
— Me trouxe para o seu bairro de novo? Se continuar assim é melhor me levar para sua casa logo.
— Bobo — Falo revirando os olhos — Te trouxe aqui porque conheço o bairro todo e é mais fácil assim.
— Se você está dizendo.. — Eu comecei a andar e ele veio atrás de mim.
— Presta atenção em mim, a empresa do seu pai foca somente em bairros ricos, mas eu acredito que talvez, focar um pouco nos bairros mais pobres não faria mal — Começo a falar olhando envolta e apontando para as casas que tinham rachaduras nos muros e outros problemas — Talvez devesse comentar isso com seu pai, aposto que ele não reagiria de forma negativa.
— Você... Está meio certo — Ele fala olhando as casas e depois olhando para mim — Meu pai sempre disse como fazia bem para as pessoas, mas eu nunca notei que esse "bem" que ele fazia era apenas para os ricos... Tem tanta gente aqui que merece uma casinha melhor para viver.
— Principalmente porque esse bairro é cheio de crianças, eu sempre escuto por aí que algumas casas aparecem ratos, baratas e outros bichos, a minha é uma dessas — Falo ao lembrar de todas as vezes que alguém em casa aparecia gritando por conta de uma baratinha.
Realmente, a situação lá em casa não é das melhores, além dos bichos, tem as rachaduras que estamos sempre que tentando esconder, sem contar as pequenas infiltrações e goteiras. Mas não temos o que fazer, o dinheiro sempre foi para as contas, para a comida e para outras necessidades nossas, é difícil lidar com tanta gente numa casa só.
— Eu vou conversar com o meu pai quando voltar — O Kim diz e eu abro um sorriso ao ver que consegui fazer algo entrar na sua cabecinha boba — O que faremos agora?
— Eu estou sem ideias por enquanto, me pegou de surpresa com isso de professor de boas maneiras — Falo fazendo ele rir — Podemos voltar para sua casa ou eu te levo para casa de um dos seus amigos.
— Não quero isso, o que acha de um sorvete?.
— Você paga? — Pergunto brincando.
— É claro — Ele começa andar e eu vou atrás dele.
— Ei, eu estava brincando, eu posso pagar.
— Mas não vai, eu que vou.
— Kim, não.
— Me impeça, Taeyong — Ele começou a correr e eu bufei indo atrás dele.
Só parou de correr quando chegamos na sorveteria e pedimos nossos sorvetes, eu de flocos e ele de morango.
— Você é um infantil, sabia? — Falo assim que vejo ele pagar pelos sorvetes e mostrar a língua para mim.
— Muito obrigado — Nós dois saímos da sorveteria, andando um ao lado do outro pela rua enquanto tomávamos nossos sorvetes — Taeyong.
— Diga.
— Você... Ficaria com o meu amigo, o Jeno?
— Sinceramente? Não, ele não faz meu tipo.
— E qual o seu tipo?
— Gosto de caras que me façam me sentir bem na companhia deles, Jeno parece ser legal mas pelo visto não passa de um mulherengo — Comento é só então percebo que mencionei gostar de caras, eu não sabia se ele lembrava ou não do que disse aquele dia que ele estava bêbado.
— Não se preocupe, eu lembro daquele dia — Ele abre um sorriso e para de andar, ficando na minha frente — Tem algum cara que te faça se sentir bem dessa maneira?
— Ainda não, me apaixonei apenas uma vez na vida, e ele era um canalha e desde então eu não me apaixonei por mais ninguém — Conto terminando meu sorvete — E você?
— Nunca me apaixonei, é um sentimento forte e puro demais para uma pessoa como eu sentir.
— Todos podem amar, Kim.
— Bom, você vai ter que me ensinar a como amar — Ele suja meu nariz com o resto do seu sorvete e volta a andar tranquilamente.
Deixando eu com o nariz sujo, bochechas rosadas e um coração a mil.
☆☆☆
O que eu estou vendo aqui, seria uma interação decente de Dotae???? Oh my God, milagres acontecem
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É VOCÊ // Dotae
Fanfiction{🏳️🌈} Lee Taeyong mora em um lar para adolescentes e jovens adultos LGBTs que foram expulsos e rejeitados por serem quem são, mas calma, esse não é o caso dele, é que seus pais são donos do lugar. Taeyong não tinha o que reclamar da sua vida, tem...