"Você me acalma"

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✿ Lee Taeyong ✿

"Me ensine a amar"

"Me ensine a amar"

"Me ensine a amar"

Que ódio, eu não consigo tirar essa frase da cabeça desde que Doyoung disse isso hoje durante a tarde. Ele não disse nada depois daquilo, não explicou o que quis dizer com aquilo e só começou a falar sobre flores e essas coisas.

Mas eu... Eu simplesmente não conseguia parar de pensar naquilo, como eu poderia ensiná-lo a amar? Eu não sei o que ele queria dizer. Minha mente dizia que ele só quer saber o sentimento de amar, mas o meu coração parece querer dizer outra coisa, eu só não entendo o que exatamente ele quer.

— Está tudo bem? — Renjun apareceu no quintal e se sentou ao meu lado — Está olhando o céu de novo?

— Sim e sim, só estou um pouco confuso, mas não é nada demais — Ele encostou a cabeça no meu ombro e eu o abracei — Como foi seu dia, pequeno?

— Produtivo, fizemos vários doces prontinhos para começar a vendê-los amanhã, espero que dê certo e assim conseguir uma graninha — Ele conta com um sorrisinho no seu rosto.

— Eu também espero, logo logo eu recebo meu primeiro salário e vai ser o suficiente para pagar algumas contas, se eu continuar nesse emprego talvez até sobre 'pra gente investir nas paredes de casa.

— É uma boa ideia, nós vamos conseguir cuidar do nosso lar — Ele segura minha mão a apertando de leve.

— Ei Injunnie, por que não está dormindo? Última vez que eu vi o horário era quase 00:00.

— Quer saber mesmo? Ninguém consegue dormir estando no quarto ao lado do Lucas quando o Jungwoo vai para lá, eles trocaram e agora o Xiaojun dorme comigo — Ele revira os olhos e eu comecei a rir — Tudo bem, eu sei que os dois namoram e isso é normal, mas precisa ser tão alto? Pelo amor de Deus, os mais novos não precisam escutar aquele tipo de coisa.

— Aqueles dois vivem no próprio mundinho, nem percebem que estão extrapolando no volume da voz.

— Mas eles vão ouvir muito de mim amanhã, ah se vão — Ele fez bico e eu ri, dando um beijinho na sua testa. Huang Renjun ficava uma graça bravinho.

— Vou adorar ver eles envergonhados — Nós rimos juntos e logo o vi bocejando.

— Pelo visto a selvageria acabou, vou dormir, é bom você ir também.

— Pode deixar.

Ele voltou para dentro de casa e eu voltei a olhar para lua, mais uma vez com os pensamentos voltados em Kim Doyoung. Oh céus, eu não consigo parar de pensar nele, eu lembro que a senhora Choi disse aquele dia sobre não cair nos encantos do Kim.

Será que eu... Estou começando a cair nos encantos dele? Ah não, claro que não, eu não sou assim, não me apaixono fácil, muito menos em tão pouco tempo, faz apenas umas semanas que eu trabalho para ele, isso não é tempo suficiente, o último namorado que eu tive só fui me apaixonar mesmo depois de meses conversando, já eu e o Doyoung mal conversamos.

— Ah Deus, por que está fazendo isso comigo? Ele está tentando quebrar o muro que eu demorei para construir no meu coração, e ele está conseguindo em tão pouco tempo... — Eu sinto meus olhos começarem a lacrimejar — Senhor, por favor não deixe ele quebrar o muro, não deixe ele entrar, eu não quero sofrer de novo, eu não estou pronto para me apaixonar de novo, esse sentimento... Dói muito e eu não quero passar por isso, de novo não...

Meu celular começou a tocar e eu o pego vendo que era 00:48 e depois reparei que era Doyoung que estava me ligando, essa hora? Será que aconteceu algo? E se ele saiu para beber e agora está bêbado na rua? Ou se ele teve uma briga de bar? Ou até brigado com um dos seus amigos? É melhor eu parar de ser assim e atender logo.

— Está tudo bem, Kim? — Perguntei assim que atendi a ligação.

— Está sim, é só que eu não consigo dormir, estou rolando na cama há um bom tempo e resolvi tentar a sorte ligando 'pra você — Eu acabei abrindo um sorriso involuntário — Por que está acordado até agora, Lee?

A lua está bonita hoje...

— É mesmo? Irei ver, calma — Escutei uns barulhos que parecia ser do cobertor e depois de passos — Uau, está linda mesmo — Ficamos alguns segundos em silêncio, eu apenas olhando para a lua sem saber se ele fazia o mesmo do outro lado — Lee?

— Diga.

— Acredita que eu nunca fiz isso? Sentar na janela e olhar o céu, eu deveria ter feito isso antes, traz uma sensação boa, não é?

— Muito boa, costumo fazer isso sempre que me sinto um pouco mal, você deveria começar a fazer o mesmo.

— Claro, mas posso dizer uma coisa? Eu acho que essa sensação só é tão boa assim porque estou ouvindo sua voz — Eu senti minhas bochechas ficarem vermelhas e dei graças a Deus que ele não pode me ver agora — Você... Me acalma, de uma certa maneira.

— Isso é bom?

— É maravilhoso, meus pais me atolam de trabalho até o pescoço, meu único escape eram meus amigos mas eles estão me deixando um pouco de lado ultimamente — Escutei ele suspirando — Jeno está de paixão nova é só fica atrás dele, Mark conheceu um garoto na rua e também está todo apaixonado e o Jaehyun está ocupado cuidando das minhas coisas na empresa, você é o único que me faz me sentir um pouquinho mais livre.

— Eu fico feliz com isso, você não merece todo esse excesso de trabalho, é jovem ainda e tem que aproveitar, mesmo que seja de uma forma solta até demais — Nós dois acabamos rindo e eu escutei ele bocejar — O sono te alcançou, é melhor dormir.

— Eu vou, obrigado por conversar comigo, a gente se vê de dia, certo?

— Com certeza.

Ele desligou a chamada e eu resolvi voltar para o meu quarto, Ten e Yuta estavam dormindo e eu me deitei na minha cama e, respirando fundo, cheguei a uma conclusão.

Eu vou sim, ensinar Kim Doyoung a amar, mesmo que isso custe a minha sanidade mental e acabe com o meu coração partido.

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É VOCÊ // DotaeOnde histórias criam vida. Descubra agora