✿ Lee Taeyong ✿
— Taeyong, posso falar com você rapidinho? — A senhora Kim pergunta entrando na cozinha.
— Claro, Senhora — Falo me levantando da cadeira e a acompanhando até o escritório — Do que precisa?
— Doyoung está saindo dos limites, eu aguentei muita coisa dele mas aparecer bêbado na minha exposição foi demais — Ela conta se sentando na sua cadeira e eu de frente para ela — Eu quero que ele entre na linha e para isso, adicionei algumas coisinhas na agenda dele e quero que você siga ela agora — Ela me entrega um papel com vários lugares com o horário que deveria levar e buscar o Kim, só pelos nomes eu podia ver que ele não ia gostar nem um pouquinho.
— É só isso, senhora?
— Claro, só mais uma perguntinha... Ontem o Doyoung me contou que não foi para a reunião pois não estava se sentindo bem e você o levou para o médico, isso é verdade?
— Ah... Sim, é sim, eu não falei nada porque ele mesmo disse que contaria, espero que não tenha problema.
— Não tem, só queria saber mesmo, obrigada Tae, está fazendo um ótimo trabalho — Ela sorri e eu me levanto.
— Muito obrigado, só faço o meu melhor.
Eu saí da sala e voltei para a cozinha onde a senhora Choi terminava de lavar a louça, eu me sentei na cadeira que estava antes e suspirei vendo aquele papel em minhas mãos.
— Você não parece bem, Tae — A Sra. Choi diz.
— A Senhora Kim me passou isso aqui, são os lugares que eu tenho que começar a levar o Doyoung — Mostro o papel para ela — Pelo pouco que eu conheço dele sei que ele vai odiar, estou até vendo ele querendo descontar em mim.
— Eu não acho que ele vá fazer isso, mas sim, ele vai ficar furioso.
— Bom, vou ter que enfrentar a fera de qualquer forma — Eu levanto da cadeira e subi as escadas, indo para o quarto do Doyoung e bati na porta umas três vezes antes dele abrir — Kim, sua mãe já falou com você?
— Não... O que ela disse? — Ele pergunta se encostando na parede.
— Bom, ela disse que você não anda se comportando bem e que mudou a sua agenda, agora preciso te levar para esses lugares — Entrego o papel para ele. Ele olhou detalhadamente cada coisa escrita e bufa, jogando o papel no chão.
— Isso é brincadeira, não é? — Eu balanço a cabeça negativamente — Eu odeio a minha mãe, não acredito que ela fez isso, desde quando eu preciso de aula de etiqueta? Eu não vou nem obrigado.
— Kim, você tem que ir, senão a sua mãe vai brigar comigo, e pensa, talvez não seja tão ruim.
— Taeyong, isso é péssimo.
— O que você quer que eu faça? A sua mãe só me passou isso porque sou eu que te levo e nada mais.
— Lee.... Você sabe algo sobre etiqueta e bom comportamento?
— Sei, claro que eu sei, mas por que essa pergunta do nada?
— Você vai saber, tchauzinho e até amanhã — Ele sorri e fecha a porta na minha cara.
Meu pai, o que esse louco vai aprontar?
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— Tae, a gente pode conversar? — Jaemin me chama assim que eu passo pela porta do seu quarto.
— Claro, aconteceu alguma coisa séria? — Pergunto entrando no seu quarto.
— Não, é que... Bom, os meninos que eu e o Yuta cuidamos, sabe? Eles tem um irmão mais velho — Ele conta se sentando na cama e cruzando as pernas — Esse irmão conversa muito comigo e eu acho ele legal, mas é que... Ele as vezes joga umas cantadas ou se aproxima demais como se fosse me beijar mas depois de afasta e fingi que nada aconteceu.
— E o problema disso é que você está começando a gostar dele e não sabe se ele também está ou só quer ficar contigo uma única vez?
— Como você sabe? — Ele arregala os olhos e eu apenas sorri.
— Sou como seu irmão mais velho, esqueceu? Eu sei o seu jeitinho e sei que se apaixona fácil.
— Entendi... O que eu faço, hyung?
— Por enquanto deixa as coisas como estão, o tempo sempre mostra, se você quiser podem trocar uns beijinhos contanto que as crianças não vejam, vai traumatizar elas — Falo fazendo ele rir — Você é um garoto lindo, não duvido que ele esteja afim de você também.
— Ok, obrigado hyung, muito obrigado.
— Foi nada, qualquer coisa é só chamar.
Deixo um beijo na sua testa e saio do quarto indo para o meu, Chittaphon não estava aqui e Yuta estava na sua cama rodeado de livros, porém não lia nenhum, estava ocupado conversando com alguém no telefone.
— Claro, eu também estou ansioso, beijos — Ele termina a ligação com um sorriso fofo.
— Estava conversando com quem? — Pergunto abrindo um sorriso e me sentando na minha cama.
— Um garoto, o nome dele é Sicheng, mora ao lado da casa que eu e o Jaemin trabalhamos, ele está interessado em mim — Nakamoto estava com as bochechas vermelhas e olhava para o nada completamente bobo.
— Como ele é?
— Ele é lindo e muito fofinho, hoje ele foi comigo para passear com o pequeno Shotaro, foi divertido.
— Que legal, espero que vocês dêem certo.
— Mas e você? Como está no trabalho?
— Uma loucura na verdade, estou começando a achar que o Doyoung não seja tão panaca como eu achei que fosse.
Eu lembrei da gente brincando com as crianças na praça e como ele se divertiu verdadeiramente, talvez pela primeira vez na vida. Talvez, o motivo dele ser assim seja um pouco culpa dos seus pais e a forma que tiraram as coisas boas de sua vida.
Por um lado eu queria tanto que ele fosse para o inferno e parasse de encher o saco, mas por outro, eu sinto uma vontade de mostrar todas as coisas boas da vida para ele, as brincadeiras que ele não pode brincar quando criança, todas os lugares que o proibiram de ir, todas as comidas que ele nunca experimentou.
Só que... Isso não depende apenas de mim, e eu tenho certeza que ele não está afim disso.
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É VOCÊ // Dotae
Fanfiction{🏳️🌈} Lee Taeyong mora em um lar para adolescentes e jovens adultos LGBTs que foram expulsos e rejeitados por serem quem são, mas calma, esse não é o caso dele, é que seus pais são donos do lugar. Taeyong não tinha o que reclamar da sua vida, tem...