A Terceira Espada Gêmea- Azriel

cap2

Azriel

Meu peito começa a doer fortemente, imagens daquela fêmea.... humana correndo perigo invadem minha mente. Ela se afogava dentro de um lago gelado.

Abro os olhos com a respiração descompassada e vejo um lobo negro parado na porta me encarando, era dela?

Ele se aproxima da cama assim que me vê acordado, lindo e assustador. Pelos tão negros quanto minhas sombras e olhos tão brancos quanto o céu.

Azriel- Ela... - ele parecia me ouvir- Ela corre perigo.

O lobo sumiu do quarto em segundos. Com certeza ele a pertencia.

Tento me levantar pra ir atrás da pequena humana mas meu corpo me impedia, cada movimento que eu fazia doia terrivelmente.
Meu corpo ficava cada vez mais quente, era como se eu tivesse dentro de uma fornalha. Eu iria ser queimado vivo?

Minhas sombras estavam inquietas tentando de alguma forma me ajudar mas nada funcionava.
Veneno feito para feericos, eu devia saber.

Quando minha vista se escureceu eu senti o cheiro daquela mulher se aproximando, consegui ouvir sua respiração descompassada e seus passos rápidos em direção a essa casa. A porta da casa é aberta com força e logo sinto seu cheiro mais perto do quarto.

A mulher invade aquele quarto e rapidamente se aproxima do meu rosto.

Aqueles olhos dourados tiraram meu fôlego por alguns segundos, tão profundo e cheios de segredos.
As sombrancelhas e os cabelos loiros encharcados de água gelado fizeram meu corpo se arrepiar por completo. Oque essa menina é? Parecia ter sido desenhada de tão bela.

- Eu não acredito que vou fazer isso - Ela diz pegando uma faca do bolso e cortando o próprio pulso- Você precisar beber isso para ser curado.

Nego com a cabeça, eu não iria beber sangue... ainda mais o de uma desconhecida assim do nada.

- Machos como sempre teimosos - Ela revira os olhos-

Seu corpo se move, a pequena mulher coloca o proprio pulso na boca e logo me prensa contra o colchão subindo no meu peito. Uma de suas mãos vão até minha nuca me segurando com força.
Ela aproxima sua boca da minha me forçando a tomar do seu sangue. Consigo sentir um pouco do seu gosto estranho mas bom pelo leve beijo, as pontinhas do seus dentes extremamente afiadas roçaram levemente minha língua.
Consigo sentir junto ao gosto de sangue, o gosto amargo de algum tipo de flor que não reconheci na hora.

A mulher sai de cima de mim limpando a própria boca e suspirando alto.

- O gosto do meu sangue misturado com flor é ruim - Ela reclama- Até de noite estará melhor. - ela diz me olhando- Amanhã sairemos cedo daqui por que alguns soldados estão rondando por essa floresta.

- espera... - ela me olha- Pq está me ajudando?

- Pq eu não te ajudaria? Morcego idiota! - ela diz sorrindo, não consegui ficar ofendido com aquela brincadeira repentina-

Ela sai do quarto.

Mahina...

Sai do quarto em que aquele morcego estava e fui tomar banho para evitar uma gripe tão cedo.

Após o banho, coloquei um conjunto de calça e blusa de moletom e fui para a cozinha.

Cortei a carne em pedaços enquanto Athena buscava as ervas no quintal, acendi o fogão e coloquei uma panela grande de água em cima. Forcei a água esquentar mais rápido com meu poder.

Provavelmente eu teria que fazer lo tomar do meu sangue durante alguns dias para o veneno sumir de uma vez, espero que ele não seja tão teimoso, não tô afim de amarrar um morcego daquele tamanho no telhado de casa.