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Rayssa

Corri até minha mala e tirei de lá uma peça de roupa, enquanto ainda suava frio. Depois fui direto para o banheiro da suíte.
Se eu tinha ficado impressionada com o resto da casa, esse banheiro me deixou com o queixo no pé. Imenso.
Provavelmente caberia meu quarto nele e ainda sim sobraria espaço. Possui dois chuveiros desse que sai água de três lugares diferentes e uma jacuzzi. Isso mesmo uma jacuzzi.
Olhar essa jacuzzi faz até eu me esquecer que estou no mesmo quarto de um hotel com o cara que eu tenho uma queda do muro de Berlim.
Decido que ela será usada depois, agora eu preciso mesmo de um banho.
Ligo o chuveiro e deixo escorrer grande parte do meu nervosismo com ela. Preciso manter minha cabeça no lugar, preciso entender que o que eu vi, independente de ter sido real ou não, ele é meu chefe. Ele não faz ideia de quem eu sou.
E mesmo que o meu corpo chame pelo dele incansavelmente, eu não posso fazer nada para apaziguar isso. A não ser eu mesma me aliviar.
Corro minhas mãos por entre minhas pernas e massageio o ponto onde grita por atenção. Não a minha, mas terá que ser.
É incrível como é possível eu fechar meus olhos e ainda conseguir lembrar dos seus lábios lá. Seus gemidos ao sentir o meu gosto, sua vontade de me fazer gozar e dizer o quão linda eu ficava enquanto gozava e pedindo que eu me mantesse de olhos abertos.
Seguro meus seios, encosto minha testa na parede de azulejo fria e não consigo segurar um gritinho de prazer. Chego ao meu ápice e consigo liberar parte da aflição que estava me tomando.
Mal consigo me recuperar e André bate na porta.
Solta um gritinho de susto e apreensão. Será que ele me ouviu? Caralho!!!
André: Rayssa? — tiro o sabão do meu corpo enquanto grito.
Rayssa: Só um minuto. — termino meu banho e me enrola na toalha enquanto abro uma frecha da porta para falar com ele. — Oi.
André: Seu telefone não para de tocar e eu acabei atendendo. É o João. — reviro meus olhos.
Rayssa: Merda, ok. Obrigada. — ignoro a dor de cabeça que instantemente aparece e fecho novamente as portas, atendendo.

João: Rayssa onde você tá?
Rayssa: João acho que não devo mais satisfação da minha vida pra você. — escuto seu suspirar.
João: Vim até o apartamento, previso que você o libere para mim ainda esse final de semana.
Rayssa: Impossível, estou em São Paulo a trabalho. Só irei sair depois que eu voltar.
João: Está a trabalho?
Rayssa: Sim.
João: Com um homem atendendo seu telefone dizendo que você está no banho? — dessa vez sou eu que suspiro. Nunca nos nossos anos juntos João foi do tipo ciumento.
Rayssa: É o meu chefe e se você queria só saber se poderia ir ao apartamento, você não pode. Assim que eu voltar, te ligo. — desligo na cara dele e bufo. — Inferno.
Enrolo o roupão branco pelo meu corpo ainda irrita, ignorando as roupas que eu havia levado para o banheiro e saio me deparando com André sentado na cama me encarando.
Posso sentir meu rosto corando, fervendo. Só esse momento provavelmente estamos quebrando mil regras das coisas que não podem acontecer entre uma funcionária e um chefe.
Ele pigarreia ficando de pé.
André: Não pude deixar de ouvir sua conversa. Assim que voltarmos você vai se mudar. — anuncia e sai de repente.
Fico olhando para a porta ainda alguns minutos sem conseguir entender o que acabou de acontecer e em seguida desisto.
Me arrumo e quando chego na sala percebo que ele já trocou de roupa e está de banho tomado.
Está sentado na mesa com o seu notebook ligado e muito concentrado. E lindo.
Ele nota minha presença e me encara.
Rayssa: Ia dizer que o banheiro está desocupado, mas acho que você já... — aponto para seu cabelo molhado e suas roupas diferentes. Ele sorri arriando um pouco a tela do notebook.
André: Usei esse banheiro daqui mesmo, sem problemas.
Rayssa: Sem problemas até você ver o que tem naquele banheiro lá do quarto. — falo sentando no sofá e levantando minhas pernas junto. Coloquei uma calça moletom bem confortável e adequado para o friozinho que está fazendo.
André: Já fiquei hospedado aqui antes, sei bem que aquela jacuzzi é convidativa. — ele se remexe na cadeira e fica de pé indo em direção a cozinha. Consigo ter uma boa visão de onde estou de onde ele está.

Ele pega uma garrafa de vinho e trás com duas taças para nós, se juntando a mim no sofá.
Fico acompanhando com os olhos todos os seus movimentos e ele ri ao olhar para mim do meu lado.
André: Usou ela?
Rayssa: Usei o que? — gaguejo e ele ri. Inferno de homem
André: A jacuzzi, usou ela? — faço a compreensão de que ainda estamos conversando sobre meu banho.
Rayssa: Ah não, ainda não. Acho que ela merece um outro momento para ser usada. — quase falo que prefiro usar ela com você, mas guardo para mim.
André: Com certeza terá a oportunidade melhor para usá-la — fala cheio de duplo sentido e eu quase engasgo com minha própria saliva.
Desvio meus olhos do seu e foco em algo na linda janela.
Seu corpo se movimenta e ele coloca uma taça de vinho na minha frente.
André: Não precisa ficar tensa, estamos fazendo nada demais. — volto a olhá-lo.
Rayssa: Não estou tensa.
André: Tem certeza? Consigo ver daqui uma veia quase saltando bem aqui na sua testa. — seu dedo toca bem onde minha veia provavelmente está saltando e aquele maldito choque acontece. Sempre acontece e ele também sentiu porque tira tão rápido quanto colocou. — Não é como se nunca tivéssemos ficado sozinhos. — hm, ele tá querendo assunto.
Rayssa: Tem razão. — pego minha taça de vinho e dou um bom gole. Abro um sorriso. — Muito gostoso! — falo do vinho, mas poderia ser facilmente sobre ele.
Ele também bebe e quando me escuta falando passa a língua sobre os lábios, que ainda tinham resquisitos da bebida. Acho que gozei de novo
André: Delicioso! — ele revida a palavra e ficamos bebendo enquanto não tiramos os olhos um dos outros. Até que ele pigarreia ao terminar e olha para o relógio. — O que você acha de descermos para jantarmos? Estou com muita fome.
Rayssa: Jura? Eu achei que só eu estava com fome. Vamos descer sim — rio já ficando de pé e calçando meu chinelo — Vou por uma roupa e já volto.
André: Te espero aqui.
Rayssa: Dez minutos — grito enquanto corro para o quarto colocar uma roupa decente e percebo que estava aguardando ansiosa por isso mais do que eu imaginava.

DE REPENTE, ACONTECEU...Onde histórias criam vida. Descubra agora