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André

Como imaginei o ex tá em casa. Não bufo porque eu já esperava e porque eu preciso manter minha pose de que sou confiante e seguro de mim mesmo.
Ficar algumas horinhas com o ex iria mudar algo? Óbvio que não. Pelo menos era isso que eu confiava.
Rayssa: Ah — ela se assustou quando ele pigarreou atrás de nós enquanto dávamos um pequeno amasso, como dois adolescentes. — João, esse é o André, meu... — Ela me olha sem saber como me apresentar e eu resolvo ajudar.
André: Namorado. — ofereço minha mão em cumprimento e ele olha para ela por alguns segundos antes de aperta de volta.
João: Não sabia que estava namorando, Rayssa...— ele fala olhando diretamente para ela e nem olha pra ele, tá em choque demais olhando para a minha.
André: Foi algo recente, não é meu dengo? — sorri todo carinhoso e passei as mãos em sua bochecha, fazendo com ela que ela segure o riso.
Rayssa: Meu dengo? — ela esboça um sorriso e volta a olhar para o ex — Sim, João, foi algo bem recente. Ele é meu chefe.
João: Ah... Certo, então prazer cara. Vou preparar um jantar para gente... — o corto.
André: Não precisa, passei aqui justamente para buscar a Rayssa e irmos para o meu apartamento. — a compreensão passa pelo rosto da Rayssa de sua promessa que iria estar no meu apartamento hoje a noite.
Rayssa: Sim, já estamos indo João. Eu sinto muito! — ele da de ombros.
João: Não se preocupem, eu vou jantar e vou sair, acho que tá na hora de ir ver a Morgana. — Rayssa assente e anda até ele para o abraçar.
O abraço é bem demorado e quando ela se afasta, deixa um beijo no rosto dele.
Como que ele teve a chance de se casar com essa mulher e não quis? Como ele deixou ela escapar dele? Que cara idiota! Mas de qualquer forma em outro momento eu até o agradeceria por ser burro, afinal agora ela é minha.
Minha? Esses pensamentos possessivos estão estranhos demais e eu não costumo ser assim... Pelo menos eu nunca fui.
Depois que Rayssa pega uma bolsa, que mais parece uma mala, ela segura minhas mãos e juntos saímos do apartamento.
André: Ele tá legal? — pergunto enquanto dirijo para meu apartamento. Ela dá de ombros.

Rayssa: Não e nem sei se vai ficar. — suspira — Ele precisa reagir e ajudar a mulher que ele diz amar. Ela precisa dele agora mais do que nunca.
André: Então tudo o que ele disse ontem era mesmo verdade? Que merda! Não sei o que faria se eu estivesse no lugar dele. — Momentos quando soube da morte da Ryde me voltam a mente e sinto meu peito apertar. — Perder alguém que a gente ama é uma merda. Literalmente eu não desejo para ninguém. — ela coloca a esquerda sobre a minha em cima da marcha e aperta.
Rayssa: Sinto muito! — olho para seu rosto e agradeço com um sorriso.
Tudo nela é genuíno e eu estou encantado pra caralho.
Paro com o carro na porta do meu apartamento e ela me olha assustada.
André: Vem, chegamos! — saio do carro e ela faz o mesmo, parando na minha frente. Começo a segurar o riso, isso vai ser muito interessante. — O que foi?
Rayssa: O que estamos fazendo aqui? Porque viemos para minha futura próxima casa?
André: Bom, se você reparar bem meu dengo, estamos de frente para um imenso apartamento e nele possui diversas casas. — ela cruza os braços e enruga a testa.
Rayssa: Tá me zoando? — eu nego, rindo. — Você mora aqui? — dou de ombros.
André: Você achou que quando eu me ofereci para te apresentar o apartamento e disse que era caminho para mim, eu estava dando em cima de você? — perguntei atrevido.
Rayssa: Na verdade eu achei que você era um bom chefe e que tinha um ótimo relacionamento com suas funcionárias. — dou dois passos em sua direção e seguro seu queixo, aproximando-a bem perto de mim.
André: Ah é? Então eu posso continuar sendo um bom chefe com todas as minhas funcionárias? Igual eu tenho com você?
Rayssa: Estava dando em cima de mim naquele dia? — dou de ombros, não tem porque mentir.
André: Não sei se definitivamente essa é a palavra, mas de uma forma estranha eu não queria ficar longe de você. — ela sorri, tão linda... Mas de repente fecha o sorriso e eu fico em alerta.
Rayssa: Não! — fala.
André: Não, o que?

Rayssa: Não pode ficar sendo um bom chefe. Tem que ser horrível, carrasco, nazista. — jogo minha cabeça para trás rindo. — Já basta ser lindo desse jeito, com certeza já deixam elas com material demais. — seguro o outro lado da sua nuca com a outra mão e beijo seus lábios. Um beijo rápido e com uma resposta clara.
André: Material demais eu estou disponibilizando apenas para você. Você é única. — ela revira os olhos.
Rayssa: Credo, não fala isso. Só homem que não presta usa essa frase e eu quero acreditar que você é meu homem certo. — ri.
André: Pode apostar que eu sou o homem certo. — um dos funcionários do prédio aparecem para estacionar meu carro - uma das vantagens de ser o morador da cobertura e filho do dono da porra toda - e entramos juntos.
Rayssa: Qual seu andar? — pergunta animada quando entramos no elevador, igual criança querendo apertar o botão.
André: Qual você acha que é?
Rayssa: Aff, não me diga que vai morar no oitavo junto comigo? — cruza os braços de novo e eu me perco nos seus peitos. Ela me dá um tapa. — Fala logo!
André: Amor, eu não seria tão psicopata ao ponto de morar no mesmo andar que você. Relaxa. — ela me olha de rabo de olho e ela realmente relaxa. — Mas eu estarei só alguns andares acima de você. — toco no botão com a letra "C" e ela me olha boquiaberta. E em seguida revira os olhos.
Rayssa: Claro que seria a cobertura. Você é a porra do chefe. — ela gesticula com as mãos.
André: É, eu sou a porra do chefe. — falo achando graça e sexy a forma em que ela se refere a mim.
Seguro sua mão e a puxo para bem pertinho, pertinho demais.
Rayssa: Tá cheio de câmera aqui.
André: e daí? Como é mesmo? Eu sou a porra do chefe. — Mal ela consegue rir e minha língua já está em sua boca de novo e dessa vez a gente só para quando meu andar chega para que eu a pegue nos braços.

DE REPENTE, ACONTECEU...Onde histórias criam vida. Descubra agora