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André

O resto do sábado foi carregado e mais cansativo do que eu imaginava. A minha cabeça está a milhão e assim que acabou a última reunião do dia a qual a Rayssa nem participou porque não havia necessidade eu estava esgotado.
As possíveis novas estratégias para aumentar o marketing da empresa estavam indo bem, mas fritaram meus neurônios.
Carlos: Seu pai tem um novo sucessor a altura, rapaz. Estou orgulhoso de ver você aqui. — fala o pai de Rebeca.
Ele praticamente me viu nascer e desde de criança já avisava que eu seria o cara que iria restruturar a empresa, já que eles iriam ficar velhos e alguém teria que botar a Zemetrek para frente.
André: Estou fazendo o melhor que eu posso. Mas obrigada. — digo com um sorriso no rosto e com bastante carinho. Apesar de ter uma filha louca, ele era um grande homem.
Carlos: Fiquei sabendo que está acompanhado de uma jovem moça, devo conhecê-la? — óbvio que ele ficou sabendo.
André: Sim, ela é diretora do departamento jurídico da minha filial. — pude ver a compreensão passando pelos seus olhos.
Carlos: E é apenas por isso que ela veio te acompanhar? — guardei alguns dos meus papéis na minha mochila e fiquei de pé ao seu lado.
André: Meu pai sempre veio acompanhado dos advogados e tenho certeza que ninguém nunca fez essa pergunta para ele. Ele é minha funcionária, Carlos. — falei sem nem tremer a minha cara. Sou foda.
Carlos: Certo! Você tem razão. Me desculpe por insinuar algo entre vocês. — meneio minha cabeça e dou me por satisfeito dessa conversa. Mas ele não muito. — Minha filha insistiu para que eu a trouxesse, espero que ela não tenha lhe causado problemas. — parei e voltei a olhá-lo
André: Já nos encontramos mais cedo. Por mim tanto faz, Carlos... Realmente não vai rolar mais nada entre eu e sua filha. Espero que ela entenda isso o quanto antes. — ele assentiu e dessa vez eu sai da sala antes que ele falasse mais alguma coisa.
O corredor que dava para a recepção da Metrópole já estava vazio, já passava das 19 horas e eu e os outros diretores éramos os únicos a estarem ainda em alguma reunião.

Vou em direção ao escritório em que estive mais cedo, doido para tirar esse paletó e poder ligar para Rayssa para saber o de ela estava, mas assim que abri a porta a encontrei.
Entrei devagar já tirando meu blazer e arregaçando minhas mangas, deixando elas na altura do meu bíceps, sem tirar os olhos da beldade que era Rayssa deitada, bem encolhidinha no sofá nada confortável na minha frente.
Sentei na beradinha e passei meus dedos nos seus cabelos que caiam sobre o rosto e num sobressalto ela abriu os olhos.
André: Calma, sou eu. — ela olhou confusa para onde estava e levantou um pouco o tronco se apoiando no cotovelo.
Rayssa: Droga, eu dormi quando tempo? — eu olho pro relógio.
André: Bom, já são sete e meia da noite... — ela arregalou ou olhos e voltou a deitar fechando os olhos e tapando-os com as mãos. Eu ri.
Rayssa: Acho que eu estava mais cansada do que eu imaginava.
André: Não dormiu bem essa noite, Rayssa. — ela destapou os olhos me olhando com escárnio.
Rayssa: Meu chefe exigiu muito de mim, sabe? Não deixou eu dormir. — não contive meu sorriso e fiquei de pé indo até minha mesa e pegando meu celular.
André: Está com fome? — a perguntei enquanto ela agora estava sentada no sofá.
Rayssa: Faminta. — encosto na minha mesa e cruzo meus braços.
Acho que preciso usar todo meu auto controle para não a comer de novo nessa sala, devido a forma em que ela está me olhando. Que mulher é essa?
André: Quer ir jantar comigo? — pergunto sugestivo. Ela dá de ombros.
Rayssa: Acho que eu não tenho mais nada melhor pra fazer. — gargalha e fica de pé. — Deixa eu só arrumar esse meu cabelo que tá uma bagunça e a gente vai. — Ela vai em direção ao pequeno banheiro da sala e eu respiro fundo.
Eu tô cansado pra caralho, não tive a oportunidade de dar uma descansada em nenhum dos intervalos e tudo que eu queria além de sair com a Rayssa era dormir, mas não há a menor chance disso acontecer.

Pego um copo de café e me sirvo de um que ainda está bem fresquinho, que algum funcionário deve ter trago hoje mais cedo e beberico pensando no quanto ela tá mexendo comigo.
Eu já sabia que ela era diferente desde daquele maldito beijo no apartamento, mas ontem quando a tive para mim eu... Juro que não sei explicar, mas ela é diferente. Meu corpo treme quando ela toca, sinto cada parte do meu corpo eletrizar só quando ela está no mesmo ambiente que eu.
Nunca foi assim com ninguém, nem com a Ryde... Isso é um pouco assustador, confesso.
Rayssa: André? — escuto de longe sua voz me chamando e viro em sua direção. — André? Tá pensando na morte da bezerra? — ela está com as mãos na cintura e rindo de mim. Realmente não tinha a visto ali.
André: Na verdade eu estava pensando em como eu poderia me alimentar apenas de você nessa sala mesmo aqui. — seus olhos sempre tinham a mesma intensidade e fogo que o meu.
Rayssa: Não senhor, eu estou realmente com fome. Faminta. Eu comeria um boi agora.
André: Prazer, boi. — estendo minhas mãos e ela me empurra.
Rayssa: Você não fez isso. Que brega — gargalha e abre a porta saindo para que eu fosse atrás dela, a seguindo.
E o que você acha que eu fiz? Óbvio que eu a seguiria. Eu iria para qualquer lugar com essa mulher e isso não é nem um exagero.

DE REPENTE, ACONTECEU...Onde histórias criam vida. Descubra agora