Depois de uns meses sem postar histórias, veio aí. Esse é o começo de Psiquê, e espero que vocês gostem tanto dela quanto eu gosto.
Boa leitura 💜
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Caminhava à passos largos até a sala de seu chefe, ansiosa para conhecer sua mais nova missão. Assim como todos os cupidos, Rafaella era responsável por juntar casais perfeitos, daqueles que todos viam que se completam, e amava isso em seu trabalho. Deixar humanos felizes através do amor verdadeiro? Qual missão seria mais linda que essa?
Quando finalmente chegou à sala, sua expressão feliz sumiu rapidamente. Pensou que dessa vez o chefão a receberia pessoalmente, mas ao invés disso, havia um de seus anjos em seu lugar. Não que não gostasse de Gabriel, muito pelo contrário, o adorava, mas tinha curiosidade de conhecer o todo poderoso, pois sua cordialidade e receptividade eram famosas entre os cupidos mais velhos.
- Rafaella! Que bom te ver, fazia algum tempo que não a via por aqui – Gabriel, ao contrário da maioria dos anjos, era extremamente simpático e respeitoso, o que o tornava um queridinho entre os cupidos. Fazia questão de tratá-los como iguais, e de vez em quando até acompanhava algumas missões de perto. Na verdade, acompanhava a maioria das de Rafaella, com quem possuía uma amizade um pouco mais estreita.
- Pois é, Gabriel, estive um pouco afastada das missões nesse último ano. O chefe ordenou que Cassiel organizasse uma nova leva de treinamentos para nós cupidos, e por eu ser a com o maior número de missões bem sucedidas, me pediu para ministrar alguns módulos – O anjo lançou um sorriso orgulhoso em sua direção, mostrando o quão feliz ficava por ver sua amiga sendo reconhecida pelo que era: Uma excelente cupido.
- Você merece esse reconhecimento, Rafa. Tenho certeza que devido aos seus ensinamentos diversos cupidos irão dominar as habilidades de locomoção expressa – Locomoção expressa era uma das habilidades cruciais para se tornar um bom cupido, e também a mais difícil de ser dominada. Empatia, transfiguração, visão periférica, tiro ao alvo e magia avançada eram habilidades muito importantes, mas todas elas eram facilmente aprendidas se dedicadas algumas décadas só para elas. Locomoção expressa constava basicamente em locomover-se em velocidade sobre humana no mundo dos mortais sem causar dano ao ambiente em que se encontra, essa última parte era justamente o que tornava a prática algo tão complexo, já que um cupido mal treinado poderia causar destruição não intencional para todo um país.
- Espero que sim, tinha alguns que realmente seriam um perigo caso fossem enviados em missão, e duvido que o chefe fosse gostar disso... – Gabriel riu alto, imaginando a cara chocada do chefe ao deparar-se com um pequeno batalhão de cupidos destreinados.
- Isso não seria nada bom... ainda bem que temos alguns como você, não é mesmo? – Ele sorria abertamente para ela enquanto pegava o envelope branco com seu nome e lhe entregava – Aqui está sua nova missão, foi classificada pelo chefe como “Curto Prazo", então sua estadia na Terra não deve ser das mais longas.
- Não sei se considero isso algo bom ou ruim, gosto do tempo que passo por lá, humanos são criaturas interessantes...
- Ah, isso eles são. Sinto que irei viver mais alguns milhões de anos antes de compreender a raça humana completamente... e, cá entre nós, às vezes tenho a impressão que nem o chefe os conhece por completo – Isso era óbvio, pensou Rafaella. Se ele o fizesse, não haveriam guerras nem pessoas passando fome, e o mundo seria guiado pelo amor e não pelo dinheiro. Mas preferiu não expressar sua opinião para o amigo, sabia que talvez não a compreendesse seu ponto de vista.
- Foi muito bom te ver, Gabriel, mas acho que está na minha hora. Preciso ler esses arquivos com atenção antes de fazer minha viagem – Recebeu um sorriso sincero e um abraço carinhoso do loiro como despedida.
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Psiquê
FanfictionEra apenas mais uma missão como qualquer uma, mas as coisas mudaram rapidamente para Rafaella. Deveria encontrar o par perfeito de Gizelly e lançar sua flecha sobre eles, fácil né? Mas o que acontecerá quando a cupido percebe que ninguém é bom o suf...