A princesa de Gotham

Capítulo 32 - Significado de amar

|Pov. Bruce|

O som do relógio de ponteiros ecoava na minha mente enquanto eu olhava para um ponto imaginário do teto, estava no porão da mansão Wayne, altamente reformado e modificado para atender as necessidades que o Batman precisava, jogo meu corpo até o encosto da cadeira suspirando pesadamente, meus dedos se cruzam atrás da cabeça e meus olhos se fecharam na tentativa de relaxar

- Patrão Bruce, a lanterna foi liga nos céus - A voz de Alfred ecoo pelo lugar - Gotham precisa do Batman

- Já estou indo Alfred - digo calmante

Ouso ele voltar para fora do porão em passos despreocupados, por mais que eu quisesse ficar ali apenas descansando de um dia cheio de trabalho, não podia me dar ao luxo de permanecer, essa foi a minha escolha e o sacrifício é ser odiado pela pessoa que mais amei em toda minha vida, quanto presencie meus pais sendo mortos na minha frente sem poder fazer nada a minha vida tinha acabado, nada tinha sentido, era como se eu tivesse morrido com eles quando o ladrão puxou o gatilho, então primeiro veio a vingança e depois a depressão, até que um dia por caso eu a conheci, Katherine Elizabeth Foster, uma garota que mudou a minha vida, nossas histórias eram ao mesmo tempo tão parecidas, mas ela não tinha sofrido metade da minha dor, eu nunca quis que ela sofresse como eu, pois eu sabia como era doloroso e angustiante, mas mesmo assim eu fiz, eu a deixei e isso a destruiu, ver o que ela tinha se tornado por minha causa era como uma espada afiada atravessando meu coração, me sentia impotente e fraco, talvez eu seja um monstro, mas quando eu vi que ela não tinha me trocado por outro, eu fiquei feliz, por mais doloroso tenha sido ver ela jogada nas calçadas frias de Gotham, lá no fundo eu preferia ver ela destruída do que com outro deitado ao seu lado na cama

O som da notificação do meu celular faz meus olhos se abrirem e olhar quem era

( Mensagem )

• Katherine voltou para casa •

• Fique de olho nela, ela ainda é uma viciada e tem muitas crises •

• Conto com você •

Uma onda de felicidade percorreu cada centímetro do meu corpo e um suspiro de alívio sai pelas minhas narinas, Thomás além de Alfred era o único que sabia do Batman, a cidade precisa de mim, mas antes eu tinha que vê-la nem que se fosse por alguns segundos, com agilidade me levanto e vou até ao meu uniforme o vestindo, abro o portão da garagem e saio correndo por ele

Pulava entre os prédios e casas com rapidez, o vento chocava-se com a capa preta presa em meus ombros fazendo-a voar, escalo com facilmente o prédio enorme onde fica o seu triplex, em um movimento ágil jogo meu corpo para dentro da sacada, as cortinas lançavam para fora do quarto acompanhando a dança do vento, sinto elas deslizarem pela roupa de couro e aço assim que adentro o cômodo, ela dormia tranquilamente na enorme cama, seus cabelos negros espalhados pelo travesseiro, o rosto tinha uma certa paz que era tranquilizante, o corpo coberto por uma fina camisola de seda branca e as pernas entrelaçadas nos lençóis de seda preta, aquela era a vista mais linda que meus olhos já havia enxergado, a única coisa em que eu queria era poder deita-me ao seu lado, segurar seu frágil corpo em meus braços e nunca mais soltar, porém isso nunca aconteceria, ela nunca me perdoaria e eu sabia muito bem disso, eu a amava tanto que chegava doer, mesmo ela sendo o único sentindo da minha vida eu desejava nunca ter a conhecido, assim eu nunca a machucaria, me aproximo da cama e meu coração se aperta quanto vejo as manchas roxas em seus braços frágeis juntamente com o rosto pálido, antes ele tinha uma cor linda de vermelho nas bochechas e os lábios eram delicadamente macios, um de meus dedos cobertos pela luva áspera de couro desliza sobre suas marcas na tentativa de tirá-las da sua delicada pele, desço até o anel de diamantes na sua mão direita, um pequeno sorriso se forma em meus lábios ao toca-lo, ele enchia meu coração de falsas esperanças me deixando mais confortável, o toque do couro irritou sua pele macia a fazendo  passar a mão esquerda por cima do seu braço direito, o ato fez sua mão esbarrar na minha, vejo lentamente seus olhos se abrirem e em um movimento rápido corro até a sacada pulando para fora do quarto

|Pov. Katherine|

" Sonho on "

Eu estava na mansão Wayne caminhando despreocupada pelos corredores enormes sem rumo algum, o pano nobre do roupão escorria pelo chão forrado pelo carpete luxuoso, por fim o corredor se acaba contendo uma sala no final, com delicadeza giro a maçaneta logo entrando no cômodo, as janelas totalmente apertas deixando o vento frio entrar no lugar soprando as cortinas finas, a noite era escura e a única fonte de luz era o brilho da lua

- Precisa sair daqui - uma voz estridente ecoa no canto direito da sala

Meu corpo estremeceu com o seu tom macabro e encolhi meus braços em torno do meu tronco

- Q...quem está aí?! - digo nervosa

O som das botas chocado-se ao chão invadiram meus ouvidos e o dono da voz estridente entra na frente da luz da lua, era o Batman com sua altura assustadora e os braços gigantescos

- Sai agora! - ele exclama

- Porque? - digo com um pouco de medo

- Porque eu posso te proteger dos que lunáticos que te rodeiam, mas não posso proteger você de mim mesmo - ele fala apertando os dedos debaixo da luvas de couro

- Você vai me machucar? - digo com lágrimas nos olhos

- Se você não sair não terei escolha - ele diz grave

Meu coração batia forte e minha respiração ficava a cada segundo mais ofegante, sinto ele se aproximar de mim em passos lentos, por mais que eu quisesse mexer meu corpo não ele não obedecia, seus dedos deslizam pelo meu braço direito coberto pelo fino pano do roupão parando na aliança de diamantes do meu dedo anelar

- Acorde agora! - ele sussurra no meu ouvido

" Sonho off "

Com velocidade me sento na cama procurando o ar que faltavam em meus pulmões, o suor começava a molhar minha testa e meus olhos estavam arregalados, uma sensação absurda que estava sendo observada consumia cada centímetro do meu corpo e meus olhos procuravam entre os cantos escuros do quarto, assim que me acalmo me lembro que antes de me levantar senti esbarrar eu algo, não podia ser o criado-mudo, pois ele estava longe demais da onde eu dormia, a dúvida consumia minha mente e uma pessoa passa por ela, será que era ele?