Capítulo 34 - Angústia

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Mais uma vez me desperto no meu sono com uma desconfortável sensação de estar sendo observada, era a quinta noite que isso acontecia e já estava ficando assustada com isso, não era uma sensação qualquer, parecia que realmente tinha alguém ali me olhando dormir, meu corpo estremeceu, meus braços abraçaram minhas pernas pousando minha cabeça encima dos joelhos tentando proteger meu corpo frágil, meu coração batia forte e meus olhos estava fixados em um ponto imaginário no canto escuro do quarto, precisava de fazer algo, aquilo não podia continuar acontecendo, meu corpo doía e minha mente gritava por descanso, com certa relutância me deito novamente na cama macia, meus olhos se pesaram e pediam para serem fechados novamente, lutava pra que eles continuassem abertos, tinha medo de dormir, mas logo a sensação de dormência instalava-se nas minhas pernas logo subindo para o resto de corpo, as batidas do meu coração eram regularem e o meus olhos venceram a batalha se fechando deixando o sono me possuir por completo

" Sonho on "

Corria pelas ruas escuras de Gotham, algumas pessoas com roupas totalmente pretas caminhavam nas calçadas com o rostos baixos e as mãos nos casacos, meu coração estava apertado e a adrenalina fazia que eu corresse ainda mais rápido, viro a esquina aonde não havia ninguém e continuo sem parar, ouço um grito e logo uma pessoa cai do alto de um prédio, o choque do corpo batendo na calçada de pedras ecoou um estrondo, me assusto e por um momento diminuiu drasticamente minha velocidade, com receio me aproximo do corpo que estava quase sem vida

- Thomás!!! - grito assim que identifico o corpo

Com desespero me agacho até ele agarrando seu corpo fraco

- Saia daqui Kate! - ele sussurra baixinho

- Não Thomás! Não posso te perder! - digo com inúmeras lágrimas

- Vá logo antes que ele vem pega-la - ele diz em um sussurro

Meus olhos tinham desespero, medo e dúvida, o que ele estava falando, eu não conseguia entender, seus olhos se desviam de mim olhando algo atrás de mim, eles tinham medo e pavor, com rapidez me viro para olhar o que ele fitava, uma onde de medo percorre meu corpo assim que vejo o Batman nos encarando

- Devia ter o escutado - ele fala se aproximando de mim

Minha respiração estava descontrolada e minhas mãos tremiam, olho rapidamente para Thomás que tinha os olhos fechados e sua respiração parecia ter cessado, sinto o corpo do mascarado nas minhas costas e com brutalidade me viro assustada, seus olhos tinham um olhar intenso e os lábios estavam prensados com tensão, com um movimento rápido ele pula encima de mim e tudo fica escuro

" Sonho off "

Com brutalidade meu olhos se abrem, sinto as batidas do meu coração aceleradas e meu corpo estava quente, me sento na cama suspirando pesadamente, sonhos sem sentidos me assombravam todas as noites e isso só piorava minha situação, eu precisava de algo para aliviar aquela angústia no meu peito, sabia muito bem o que me ajudaria, por mais que eu soubesse que isso era errado e que eu não podia desistir tão fácil assim, aquilo estava corroendo minha alma, olho para o relógio no criado-mudo que marcava 8:10, me levanto e vou até o closet, precisava de uma roupa discreta, já que eu iria comprar as tão satisfatórias drogas, pego uma calça jeans escura e um moletom cinza, calço um tênis branco e penteio meus cabelos na penteadeira, abro a gaveta onde ficava as joias e pego um cordão de ouro com um pingente de esmeraldas, no mundo das drogas o dinheiro pode ser várias coisas e uma delas eram joias e roupas de luxos, com isso eu poderia comprar o suficiente para me satisfazer, o guardo no bolso da calça e desço as escadas, queria evitar ao máximo Anna para que eu não sentisse remorço da atrocidade que eu iria fazer, chamo o elevador e espero impaciente

- Senhorita Kate, já vai sair? - sua voz doce me chama

- Vou ao hospital - mento me virando para fita-lá

- Não quer tomar café antes? - ela pergunta com um sorriso gentil

- Não estou com fome, obrigada Anna - o som do elevador ecoa pelo lugar

- Tenha cuidado - ela diz enquanto entro no elevador

- Claro - digo antes que as portas de aço se fechem por completo

Meu coração se despedaçou ao ser o semblante alegre da senhora, por um momento eu pensei em desistir e me sentar na mesa com ela, mas eu não suportava mais aquela angústia misturada com desejo, tinha que me livrar daquilo, começo a caminhar entra às pessoas na calçada, o dia estava nublado e a chuva logo cairia, vou em direção aos bairros mais pobres da cidade, eu sabia muito bem aonde ir, um prédio abandonado é avistado e logo vou até a porta de entrada batendo discretamente, ela se abre e adentro do lugar, um homem de cabelos bagunçados estava parado na minha frente com uma cara seria

- O que quer? - ele diz olhando para mim

- Anfetamina e uma pistola calibre 40 - digo levando minhas mãos até o bolso da calça

Pego o colar de ouro e estendo para ele que logo o pego indo em direção ao corredor ao lado, talvez eu esteja indo longe demais comprando uma arma, mas nenhuma outra ideia vinda a minha cabeça de afastar o ser que me observava à noite, o homem retorna até mim me entregando meus pedidos

- Ela está carregada e o número de série já foi raspado - ele fala me esfregando a arma e em seguida o frasco com as pílulas

- Obrigada - digo os pegando

Coloco a arma na parte da frente dentro da minha calça e puxo o moletom mais para baixo, enfio o frasco nos bolsos do mesmo juntamente com minhas mãos, ele vai até a porta e a abri para mim, prenso minhas mãos em direção a arma para diminuir o volume, tentava a todo custo afastar os rostos felizes de Anna e Thomás da minha mente, só de pensar neles meu coração se partia, a sensação de derrota me consumia e me deixando aérea, eu sou um peso em suas vidas, inúmeras vezes me perguntava porque não tinha morrido aquele dia quando Fred atirou em mim, tudo seria mais fácil se eu tivesse morrido, eles sofreriam, mas acho que me verem totalmente dependente de substâncias e álcool doía bem mais do que me verem em um caixão

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