A princesa de Gotham

Capítulo 44 - Sinto sua falta

Desde do momento em que acordei minha mente trabalhava sem parar, os sentimentos de culpa e remorço martelavam de forma maçante, Bruce tinha me magoado de uma forma tão grande, mas a dor de suas palavras pareciam quebrar seu coração em minúsculos pedaços, também tinha o Henry que não saia da minha cabeça, pela primeira vez a anos me senti amada novamente, nem de longe era o mesmo sentimento que tinha pelo Bruce, porém ele me fazia me sentir especial, via que ele tentava ao máximo me fazer sorrir, estou sufocando com tantos sentimentos entalados na gargalhada e sinceramente não sei o que fazer

- Kate você está bem? - a voz de Thomás me tira dos meus pensamentos

- Estou sim - digo o olhando com um sorriso forçado

Com um olhar desconfiado ele me entrega mais papéis, estava na minha sala assinando os contratos que David tinha me mandado, hoje o dia seria cheio e altamente estressante, já não bastava toda esse confusão na minha mente, teria que aguentar Thomás tagarelando o dia todo

- Bom Kate, amanhã teremos outra reunião - Thomás diz concentrados em alguns arquivos

- Que horas? - digo sem desviar o olhar dos papéis

- Às 08:00 - ele fala calmo

- Precisa ser tão cedo assim? - o fito fazendo beicinho

- Estava vendo o que tenho que passar todos os dias - ele dá uma risada se sentando na minha frente

Me encosto na cadeira derrotada

- Kate - seu tom de voz era sério

- O que? - digo confusa o olhando fixamente

- Você e o Bruce conversaram? - ele pergunta firme

- Não quero falar sobre isso - digo suspirando pesadamente

- Me responda Kate! - Thomás insiste

- Sim Thomás, nós conversamos - digo levemente irritada

- O que ele te disse? - ele pergunta sério e ansioso

- Como assim Thomás? O que você quer saber? - digo intrigada

Ele se ajeito na cadeira com uma sensação desconfortável

- Bom quero saber se ele contou a você sobre...

O interrompo com os olhos arregalados

- Você sabe?! - falo espantada

- Sei sim - ele diz calmo - Parece que você não aceito bem não é mesmo?

- E como você acha que eu deveria reagir?!Thomás ele ficou louco! - falo já exaltada

- Sinceramente acho que eu faria o mesmo se fosse ele - Thomás abaixa o olhar

Não acredito nas palavras que ele tinha dito e me levanto da cadeira indignada

- O que disse Thomás?! - pergunto com raiva

- Não consigo imaginar o que passo na cabeça dele quando te viu naquele estado, acho que aquilo foi demais para ele - ele fala calmo - Só de ver a Naomi machucada quase tive um troço

- Mas sair à noite fazendo o trabalho que a polícia não faz, não é uma solução! - exclamo brava indo até ele

- Kate me escuta - ele se levanta e segura meu rosto com ambas as mãos - Por mais louco que pareça, ele fez tudo pensando em você

- Thomás você não entende o quanto ele me machucou! - digo sentindo uma dor no coração

- Claro que eu entendo Kate, eu estava lá do seu lado se lembra? Você tem todos os motivos para estar brava com ele, mas você não acha que ele está sofrendo também? - ele diz atentamente - Só de olhar para ele dá pra ver seu sofrimento por ter a deixado

- Mas ele não precisava ter ido Thomás! Nós resolveríamos isso juntos! Essa decisão não cabia só a ele de tomar - sinto meus olhos ficarem marejados

As mãos de Thomás deixam meu rosto e vão até minhas mãos as apertando com força

- Kate não se agarrei a esse ódio que está dentro de você, já sofreu tanto, não fique remoem essa dor, vocês se amam e merecem ficar juntos - ele dá um pequeno sorriso

- Já chega! - solto minhas mãos do seu aperto - Não vou ficar ouvindo você defender o Bruce mesmo depois de tudo que aconteceu! - vou em direção a porta

- Kate espera! - ele grita enquanto saio da sala

Algumas lágrimas de raiva desciam dos meus olhos enquanto caminhava apressada pelo corredores do prédio, assim que chego em dos corredores mais afastados das salas de reuniões, me sento no chão e me derramo em um choro de ódio, minha respiração acelerada aumentava o calor do meu corpo fazendo minhas bochechas queimarem e minha cabeça doía de tanta força que apertava meus dentes, aquelas palavras doíam tanto porque elas eram verdade, nunca admitiria, mas no fundo sabia que não era uma mentira, porém ainda não podia perdoa-ló por ter machucado tão severamente meu coração, a única coisa que eu me permita sentir era ódio e rancor, Thomás só fez eles crescerem e ficarem mais vivos na minha pele, meus braços agarravam os joelhos escondendo meu rosto, sinto algo tocar o topo da minha cabeça e instantaneamente levanto meu rosto assustada

- Porque está chorando doçura? - Bruce me olhando preocupado

- Nada - digo passando os dedos sobre meu rosto

- Ninguém chora atoa - ele passa os dedos pelas minhas bochechas

Direcionei meus olhos fitando o chão ignorando sua pergunta

- Não vai me dizer o que aconteceu? - ele pergunta com uma voz calma

- Desde de quanto você se importa? - digo seria

- Sempre me importei com você Kate - fala suave

- Mas não se importou quando me deixou à seis anos atrás com uma carta sem respostas! - me levanto rapidamente

Começo a caminhar para sair do corredor, porém sinto ele segura meu pulso

- Quantas vezes vou ter que pedir perdão por isso? - ele pergunta olhando para mim

- Só para!!! Não quero ouvir suas desculpas e seus perdões!!! - digo brava me soltando do seu aperto

Corro irada até à saída do corredor, estava sentindo tanto ódio que parecia que ele transpirava sobre minha pele, vou até a biblioteca do andar de cima e me escondo entre as prateleiras de livros, minha vida seria para sempre daquele jeito? Cheia de raiva, angústia, ódio e dúvidas, não estava mais suportando aquele peso encima de mim, fazia muito tempo em que não me sentia feliz de verdade, paro em frente ao enorme quadro do meu pai que fica no centro do lugar tapando quase toda parede, seus olhos castanhos claros que tinham o brilho mais lindo do mundo, os cabelos negros como noite politicamente alinhados, o terno altamente passado e enganado, me lembro de quando ele chegava cansado do trabalho e mesmo assim se dedicava ao máximo para me ouvir tagarela sobre meu dia, todos os domingos fazíamos um lindo piquenique no jardim da mansão Foster, aquilo tinha se tornado uma tradição entre nós, ele sempre me contava como era a mamãe, dizia que tinha cabelos de fogo e lindos olhos esverdeados, fala que minha personalidade era idêntica a dela e que ela era a mulher mais linda que ele já tinha visto, dedicou muito para cuidar de mim, o dinheiro traz muitas vantagens quando se tem filhos, ele podia muito bem ter me deixado de lado e ocupado sua ausência com presentes e viagens luxuosas, mas ele fez questão de me amar até o seu último dia de vida, também sempre me levava para a empresa me ensinando a administrá-la, dizendo firme que a maioria dos meus obstáculos seriam feitos por homens gananciosos dizendo que por ser mulher não poderia seguir em frente, porém nunca devia abaixar a cabeça e sim fazê-los beijar meus pés, ele me ensinou a ser uma mulher forte e independente, suas palavras ficaram para sempre marcadas na minha memória e jamais as esquecerias

- Sinto sua falta papai - sussurro para mim mesma sentindo as lágrimas caírem

Queria poder abraçá-lo e nunca mais soltá-lo, me sentia solitária e a única coisa que me ajudaria era tê-lo nem que se fosse por 5 minutos