Capítulo 72 - Violetas

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Com leveza senti o sol tocar meu rosto o acariciando com seus raios quentes, lentamente abro meus olhos vendo Bruce dormir tranquilamente abraçado ao meu corpo, o sol batia sobre rosto dando um ar angelical, simplesmente me hipnotizei com a cena, os cabelos negros rebeldes, os olhos fechados dormindo como um bebê e a pele cintilante com o contato da luz, sou perdidamente apaixonada por esse homem, seus olhos se irritam com a claridade então eles se abrem lentamente para mim me dando ainda mais motivos para continuar olhando cada detalhe dele

- Bom dia meu amor - digo com cara de boba

- Bom dia doçura - fala manhoso - Porque está me olhando desse jeito?

- Porque você é a coisa mais linda que meus olhos já viram - digo levando meus dedos na lateral do seu rosto

- Isso porque não consegui ver o quão linda você é - seus braços se apertando mais em torno do meu corpo

Me aconchego no seu peito sentindo seu calor tranquilizante, podia ficar ali o resto do dia sem problema algum, até suas cicatrizes que tanto me davam medo aprendi a amá-las muito, Anna estava certa, precisava deixar todas as coisas ruins no passado e me permitir ser feliz novamente, aquilo só me fazia ainda mais infelizmente e solitária

- Precisamos voltar para a casa - minha voz sai abafada no seu peito - Eles devem estar procurando por nós

- Deixa eu curtir você mais um pouquinho - continua me abraçando

Ao meu lado ele nem se parece a mesma pessoa que todos conhecem ou o herói que salva a cidade todos os dias, a sociedade conhece Bruce Wayne como o cara de quase 1,90 de altura, altamente musculoso, com a cara sempre fechada e humor arrogante, mas toda essa marra se perde quando me vê, uma mulher de 1,56 de altura, com um temperamento na maioria das vezes sempre gentil que faz ele virar uma mocinha carente e manhosa, chega ser engraçado sua mudança de personalidade, seu tom de voz se torna serena e sempre mantém a calma

- Você é muito mimado sabia? - digo me soltando de seus braços e o olhando com um sorriso

- Só porque não quero dividir você com mais ninguém? - diz intrigado

- Não precisa me dividir com ninguém amor - digo perto dos seus lábios - Sou toda sua desde daquele jantar há anos atrás - deixo um selar sobre eles

- Me ama desde daquele dia? - olha no fundo dos meus olhos

- Sim, desde daquele dia você nunca mais saiu da minha cabeça - passo meus dedos nos seus cabelos rebeldes

- Acho que te amo desde de quando te vi nas revistas sobre sua empresa - um sorriso bobo surge nos seus lábios - Quando vi sua foto não conseguia mais te esquecer, era como se tudo que eu pensasse não importava voltando sempre para você - sua voz era doce - Nunca tinha tido a oportunidade de conhecê-la, então quando Thomás disse que te levaria no jantar simplesmente enlouqueci

- Nunca me falou isso? - falo intrigada

- Nunca acreditei em amor à primeira vista, mas acho que estava enganado - sorri para mim

Estava chocada com suas palavras, ele nunca tinha se aberto assim para mim e jamais dito palavras tão bonitas e singelas

- Vamos voltar para a casa - se senta na cama me levando junto - Você trouxe outras roupas além daquelas? - aponta para o chão

Tinha esquecido de trazer uma troca de roupa, obviamente não poderia ir com as que usei ontem, tanto por serem indecentes e porque a maioria estava aos pedaços, Bruce rasgou quase todas as rendas da lingerie tentando libertar meu corpo

- Que droga! - bato na minha cabeça - Esqueci

Ele dá uma curta risada e vai até o pé da cama pegando sua camisa que usava ontem, vem até mim e a coloca no meu corpo abotoando cada um dos botões

- Fica ainda mais linda usando minhas roupas - diz terminando de fechar os botões

O olho tímida, passos os dedos pelo meu rosto e se levantou novamente vestindo a cueca juntamente com a calça e os sapatos, passa ao mãos pelos cabelos tentando domá-los, fico ali apenas o observando, me arrisco a ficar de pé e como o esperado minhas pernas tremem e uma dor horrível percorreu meus músculos, meu corpo foi em direção ao chão, porém antes que o desastre acontecesse Bruce me segura em braços

- Eu carrego você - me pega no colo - Depois volto aqui e arrumo tudo

- Obrigada - digo perto do seu pescoço

- Quem deve agradecer sou eu por ter me dado a melhor noite da minha vida - diz rindo abrindo a porta da cabana

Caminhou despreocupado pela pequena tripla do bosque, logo a casa foi avistada e então entramos pela porta da cozinha, escondi meu rosto no seu ombro enquanto passávamos por Thomás, Naomi e as crianças que riam contidos e faziam piadinhas de dupla sentido preservando a inocência dos pequenos 

- Que selvagens! - Thomás grita - Deve estar cheio de mato lá em baixo! - ri contido

- Podiam ter sido mordidos por cobras! - Naomi diz do mesmo jeito - Ops! Parece que a Kate foi e das grandes

Suas gargalhadas ainda eram ouvidas enquanto Bruce subia as escadas

- Podia ter entrado pelos fundos - meu rosto queimava no seu pescoço

- Desculpa - ele ri de leve

Entramos no quarto e ele me levou direito para o banheiro, tomamos um banho cheio de carícias e amor, a água quente tirou todas as dores e os tremores dos meus músculos, consegui ficar de pé sozinha, mas a todo momento os braços de Bruce me rodeavam com medo de cair de fraqueza, pego nossas toalhas na bancada, nos secamos e fomos para o quarto atrás das malas, visto um vestido soltinho azul que pegava um pouco acima dos meus joelhos, penteio os cabelos e calços chinelos confortáveis, recoloco minhas jóias que uso diariamente, me viro para lado e vejo Bruce com um bermuda e camiseta simples, totalmente diferente do normal que usava sempre ternos altamente caros e engomados, de mãos dadas saímos do quarto em direção a cozinha, tomamos café e conversarmos com Thomás e Naomi, os dois meninos ficaram encima de mim e de Bruce, o amor deles é contagiante e lindo, o dia estava lindo então decidimos caminhar pelo bosque, cada um dos meninos seguraram minhas mãos enquanto saímos pela porta, saltitamos caminhando na frente dos outros, solto suas mãozinhas gordinhas e corro entre um canteiro de flores silvestres violetas, entre os gritos eles correm atrás de mim, olho para trás de relance e vejo algumas borboletas azuis os rodearem, o sol beija minha pele delicadamente enquanto o vento batia no meu rosto jogando meus cabelos para trás, era a sensação mais boa do mundo, paro de correr e me viro de frente para eles me abaixando ficando da altura deles que pularam encima de mim com sorrisos que quase não cabiam em seus rostos, seus cabelos negros e castanhos voam pelo meu rosto fazendo cócegas deliciosas, eles são minha luz, minha vida, a razão de fazer viver cada dia com alegria, o motivo de não ter desistido de tudo e ter decidido voltar

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