Capítulo 79 - Despedidas

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Com passos lentos e despreocupados caminhava pela grama verde do cemitério com uma das mãos no bolso e a outra com uma rosa branca, olhava sempre para o chão, o dia estava nublado como a minha vida, o cinza era a cor vibrante do dia, olho de relance para onde devia ir, algumas pessoas reunidas em um caixão preto, abaixo meu olhar novamente e vou até eles, Anna estava aos prantos deitada encima do caixão enquanto Thomás tentava acalma-lá, Naomi mal consegui olhar, seu coração parecia se despedaçar toda vez que olhava para aquela caixa de madeira, os pais de Thomás estavam ao lado com os rosto inchados e avermelhados, Alfred se encontrava perto deles me olhando com preocupação, apenas me aproximei de Thomás e permaneci imóvel

- Kate não me deixe!!! - Anna gritava enquanto Thomás a tirava dali - Por favor minha menina eu preciso de você!!!

Aquilo me deu uma enorme vontade de chorar, todos derramaram grossas lágrimas com suas palavras, alguns minutos depois me aproximo do caixão sem demostra nenhuma emoção, sinto o olhar de todos sobre mim, coloco a flor encima da madeira fria, realmente iria enterrar o amor da minha vida, realmente tinha a perdido, isso não podia estar acontecendo, porque não era eu no lugar dela? Ela ainda tinha tanta coisa pela frente, uma vida cheia de amor, queria ter me casado com ela, ter dado filhos lindos dos quais ela os amaria, ter viajado o mundo, ter visto o amanhecer do sol sentando em uma montanha bebendo vinho e contando piadas ruins, ter visto ela dormir mais vezes, ter a amado mais, ter feito ela sorrir mais feliz, ter dançado na chuva, ter a chamado de amor mais vezes, ter feito mais cócegas até ela chorar de tanto rir e ter voltado antes, apoio meus braços sobre o caixão e os estico jogando a cabeça entre meus braços, fico assim por alguns segundos e então volto a olhar a rosa branca

- Podia pelo menos ter deixado eu me despedir amor! - sinto meus olhos ficarem marejados

Algumas lágrimas involuntárias desceram pelo meu rosto e sinto alguém tocar meus ombros

- Bruce vamos tomar um ar - o voz de Naomi ecoa atrás de mim

- Estou bem - passo as mãos pelo rosto limpando as lágrimas e me viro para ela com um sorriso forçado

Pega minha mão e me puxa, me levou até aonde Thomás estava nos deixando mais afastados, continuou de mãos dadas comigo e deitou a lateral do rosto no meu braço, ficamos algum tempo ali, apenas observando aquela caixa de madeira ridícula, desejava inúmeras vezes estar lá dentro no lugar dela, queria morrer e poder encontra-lá, assim poderíamos nos amar para sempre, sem nunca mais nos separarmos, seríamos felizes pra sempre, o que dói mais que dizer adeus é não ter tido a ocasião de ter me despedido dela, a morte é uma certeza, mas ela nos surpreende quando chega sem aviso e leva a pessoa que mais amamos

Quatro homens uniformizados se aproximando de nós, estava na hora de falar adeus de verdade, essa será a última vez que eu a veria, eles conversam com Alfred que assenti com tudo com o que eles falavam e depois vem até nós

- Querem ir até lá mais uma vez? - pergunta com cuidado

- Não - digo olhando fixamente para ela

- Pode fechar Alfred - Thomás fala com uma voz chorosa

Ele assenti e voltou até os rapazes, se organizaram dois de cada lado e abaixaram o caixão o colocando naquele buraco escuro e frio, não quero deixá-la sozinha, ela tem medo de escuro e não vai gostar de ficar lá por toda a eternidade, assim que terminaram pegaram algumas pás ao lado jogando a terra por cima, me sentia morto, não existe mais vida dentro de mim, não consigo seguir em frente, terminaram de tapar o buraco e colocando uma lápide de mármore preto em cima, seu nome lindo estava delicadamente desenhado sobre a pedra, com a sua data de nascimento e do dia mais infeliz da minha vida, era real, ela se foi, me deixou sozinho com tantas promessas descomprimidas e sonhos inalcançáveis

Alfred dirija em direção a casa dos White com tranquilidade, olhava pela janela observando a cidade, as pessoas pelas calçadas vivam suas vidas como qualquer outro dia, as invejava, elas sorriam e tinha felicidade em seus corações, em pensar que um dia eu fui feliz era quase como uma piada, nunca mais vou conseguir sorrir ou amar, meu coração está despedaçado, ela me fez amar de verdade pela primeira vez e jamais conseguirei fazer isso novamente, logo o carro para e então desci, caminhei em direção a porta principal e entrei sem ao menos bater ou ser convidado para entrar, todos estava na sala de estar enquanto Naomi servia chá

- Sente-se Bruce - Thomás vem até mim me direcionando para uma poltrona

Me sento e observo todos, Anna estava transtornada, suas mãos mãos tremiam tanto que derramava um pouco do chá de dentro da xícara, o pai de Thomás estava na janela observando algo lá fora enquanto sua esposa secava algumas lágrimas com um lenço, Thomás ajuda desajeitado Naomi a servir o chá, ele parecia perdido, eles vem até mim me oferecendo a bebida, recuso sem dizer nada, na mesa de centro tinha vários jornais falando da morte dela, manchetes em destaques com frases como " a princesa de Gotham está morta e levou um pedaço de nós consigo", tinha alguma coisa errada que não conseguia ver ou entender, aquilo estava tudo errado, uma vontade enorme de rir toma meu corpo, então a deixou sair em enormes gargalhadas que assustaram todos, ria como seu estivesse assistindo um programa de comédia, ria tanto que comecei a chorar de alegria e olhar incrédulo para todos

- Bruce vem comigo - Thomás se aproxima de mim me puxando pelo braço

- Porque? - rio confuso

- Anda - me puxa saindo da sala

Meu riso foi diminuindo enquanto ele me arrastava pelo corredor da casa e então entra em seu escritório e fecha a porta

- O que foi Thomás? - pergunto com um sorriso

Ele me olho assustado e arregalou os olhos

- O que você tem? - perguntou com medo

- Nada - digo soltando um suspiro das narinas

Se aproxima de mim e me abraça forte

- Sinto muito - aperta ainda mais o abraço

- Não sinta - digo calmo

A porta se abre as pressas, era Taylor e Andrew com os rostos cheios de vida e amor, atrás deles corria uma mulher aterrorizada com o que eles tinham acabando de fazer

- Tio Bruce!!! - abraçam minhas pernas - Cadê a tia Kate?! - lindos sorrisos enfeitavam seus rostos

Imediatamente Thomás me solta do seu aperto e olha assustado para a mulher que tentava pegar as crianças

- Tire os daqui agora!! - grita com raiva

Ele ajuda a mulher a retira-lós da sala enquanto os observo brigarem no corredor, com passos despreocupados vou até eles colocando uma de minhas mãos no ombro de Thomás

- Vou me juntar a ela - digo tranquilo

Ele viro o rosto assustado para mim, sorrio de leve, então retiro minha mão do seu ombro e começo a correr para fora da casa

- Bruce espera!!! - sua voz já era distante de mim

Sai da casa e entrei no carro dando partida, acelerei o máximo que conseguia, peguei a curta rodovia que me levava a mansão Wayne, minha vontade era de jogar o carro ladeira a baixo, mas antes de morrer e me juntar a ela preciso me vingar, preciso matar o coringa com minha próprias mãos

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