Capítulo 37 - Lembranças distantes

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|Pov. Bruce|

A água quente deslizava pela minha pele relaxando meus músculos, o vapor chocava-se com meu rosto formando pequenas gotas de água que escorriam livremente sobre a pele, o calor era como um remédio para minha mente e a sensação me acalmava de um jeito inexplicável, fecho o chuveiro e pego uma toalha ao lado do box, passo ela por meus cabelos os deixando bagunçados, logo a amarro no quadril e vou até a pia, me apoio no mármore frio da bancada fitando meu reflexo no espelho, meu corpo tinha inúmeras marcas e cicatriz, todas consequências das noites do Batman, a dor parecia ser algo frequente, mas nenhum dos machucados doía tanto do que ter que ver o amor da minha vida sofrer, quando vi que Kate estava tentando se matar, senti uma pontada no coração tão grande que quase não suportei, era como se estivesse a matando com minhas próprias mãos enquanto ela suplicava por misericórdia, naquele momento me arrependi amargamente de ter a deixado, acho que a única coisa que ela precisava ser protegida era de mim mesmo, sempre a machuco, sou a motivo pelo qual ela quer morrer, suspiro pesadamente e tiro meu olhar do espelho, vou até o closet, visto um terno como de costume, calços os sapatos sociais e alinho meus cabelos, a levaria até a psicóloga para iniciar um tratamento anti-depressivo, não podia simplesmente ficar olhando ela se destruir a cada dia, tinha feito isso com ela e o mínimo que posso fazer é ajudar, desço as escadas da entrada da mansão e entro no carro, logo a paisagem colorida dos campos se desfaz e o cinza de Gotham brilha intensamente, o céu estava totalmente coberto pelas nuvens brancas, a neve chegaria em breve dando início a inverno, paro o carro assim que chego em frente a uma floricultura, desço e adentro o local

- Como posso ajudar Senhor Wayne? - a balconista diz assim que entro

- Um buquês de rosas vermelhas - digo com um pequeno sorriso

- Gostaria de escrever um bilhete? - a mulher pergunta

- Não precisa - digo gentil

Ela saiu e foi para o fundo do estabelecimento, provavelmente Katherine torturaria os pequenos botões imaginando que fosse eu, mas eles me lembravam dela quando a conheci, o vermelho intenso das flores eram iguais aos de seus lábios, eles eram marcantes e desejáveis, alguns minutos depois a mulher retornou com o lindo buquês nas mãos

- Aqui está! - disse alegremente

Pego o dinheiro na carteira e entrego a mesma pegando as flores

- Obrigado - digo saindo do local

Delicadamente as deitei no banco do passageiro e dirijo em direção ao apartamento de Katherine, quando chego estaciono na frente e espero até ela chegar, direciono meu olhar para o relógio caro que estava no meu pulso que marcava 09:45, jogo todo o meu peso no encosto do banco e suspiro de tédio, ela nunca chegava no horário certo, isso é sua marca registrada, sempre levava horas para se arrumar e nunca ficava satisfeita, o som da porta de abrindo me tirou transe, pego o buquê para que ela possa entrar e um pequeno sorriso se formou nos meus lábios

- Bom dia doçura - digo lhe entregando as flores

- Sério Bruce? - ela fala pegando o buquê

- O que? - finjo de desentendido

- Isso não é um encontro - ela fala séria

- São só flores - digo ligando o carro

- Rosas vermelhas - ela revira os olhos

Olho de canto sua provocação e volto minha atenção para a rua movimentada

- Como você está? - pergunto olhando rapidamente para ela

- Estou bem não se preocupe - ela estava distraída olhando as rosas

Suspiro aliviado e relaxo meus músculos

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