24 - eu definitivamente beijaria frida tropelia

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UMA VEZ EU fiz um daqueles testes de internet onde um monte de perguntas aleatórias te dá a resposta de qual tipo de pessoa você é quando bebe

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UMA VEZ EU fiz um daqueles testes de internet onde um monte de perguntas aleatórias te dá a resposta de qual tipo de pessoa você é quando bebe. Não sei muito bem o que minha cor favorita tem a ver com o resultado, mas me lembro de descobrir que quando bebo eu supostamente viro uma bêbada alegre.

Só que, pelo visto, isso é mentira.

Não sei se é porque é a primeira vez que bebo pra valer. Mas já tive umas dez ânsias de vômito, minha cabeça não para de girar e minha expressão emburrada não sai do meu rosto. Acho que sou uma bêbada irritada. E isso não é nada legal.

Tô sentada na areia com meu oitavo copo de bebida vermelha já pela metade. Em volta da fogueira, uma vodca barata tá sendo passada de mão em mão, enquanto as pessoas contam histórias e riem feito bobas. Das meninas, só a Lana e a Frida estão bebendo, e assisto de longe e meio embriagada a tal da Teresa passar a garrafa pra minha amiga com o sorriso mais exagerado que já vi na vida.

Tá bem, talvez meio não seja a palavra certa. Eu tô muito, muito embriagada, e não me orgulho disso.

— E aí, a vontade de vomitar passou? — Iara pergunta, caminhando até mim com um sorriso preocupado no rosto.

— Um pouco. Tô só meio tonta agora — aviso, dando um último gole na minha bebida antes da minha melhor amiga tirá-la da minha mão. — Ei!

— Chega de álcool, Ninazinha. É uma ordem.

Fecho a cara, fazendo uma careta. Alguém no meio da rodinha tirou um violão não sei de onde, e começa a tocar alguma música jovem famosinha. Era só o que me faltava.

— Onde estão as outras?

— A Jas e a Maria Isabel? — Ela ergue as sobrancelhas, como se a resposta fosse óbvia. — Com certeza devem tá dando uns beijos por aí. Coisa essa que você disse que ia tá fazendo também, né?

— É, mas me arrependi — resmungo, desviando a atenção para o mar.

— A festa ainda tá longe do fim, Nina — ela me lembra, se levantando. Sorri pra mim e diz antes de se afastar: — Muita coisa ainda pode acontecer essa noite.

A assisto caminhar até a rodinha na fogueira, encontrando espaço ao lado de Lana, que sorri. Devagar, tento me levantar com cuidado, caminhando com passos curtos até lá. Me acomodo entre uma garota com brincos enormes de argola e um menino que usa uma bermuda bacana com estampa floral. O cara com o violão ainda canta a sua música, mas eu nem consigo prestar atenção nela enquanto paro meus olhos em Frida Tropelia, bem na minha frente, do outro lado da roda.

Ela tá tão bonita. Não sei por que penso nisso só agora, já que estamos juntas nessa festa há tempos, mas por um momento eu consigo focar meus olhos inteiramente nela, como se só existissem nós duas aqui nessa praia. As chamas da fogueira cobrem metade do seu rosto, e de algum jeito isso combina bem com esse momento, com essa garota. Eu já disse isso antes, né? Frida Tropelia tem tudo a ver com fogo. E fogo tem tudo a ver com rebeldia. E isso faz total sentido, porque uma das únicas certezas que tenho na vida é essa: Frida e rebeldia significam a mesma coisa.

Garotas Rebeldes em CombustãoOnde histórias criam vida. Descubra agora