13 - batons de baixa qualidade

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IARA E EU assistimos videoclipes enquanto tentamos fingir que está tudo bem

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IARA E EU assistimos videoclipes enquanto tentamos fingir que está tudo bem. É claro que minha melhor amiga não vai matar ninguém essa noite, mas isso não muda o fato de que ela está puta da vida, e com razão. Como o Juliano foi contar tão naturalmente que tá ficando com outra garota? E ainda deixou claro que não pretendia terminar o namoro. Sinceramente, se Iara quisesse cometer um ato de loucura essa noite, eu seria obrigada a apoiá-la. Na verdade, talvez eu cometa um ato de loucura caso ela desista definitivamente dessa ideia.

— Eu tô ficando muito deprimida, Nina — ouço Iara resmungar, largada na minha cama com o rosto enfiado no meu travesseiro.

O clima no quarto tá pesado. O chocolate-quente esfriou, já desabafamos sobre algumas coisas que andam nos aborrecendo e não tínhamos lá muitas fofocas pra contar. Garotas desinteressantes, Iara comentou. E cara, nem vou falar da música que tá tocando nesse momento. O YouTube desgraçado colocou The One That Got Away pra tocar, versão acústica ainda por cima. Eu nunca terminei um namoro e tô sentindo vontade de morrer, imagine a garota chorando rios de lágrimas na minha cama.

— Quem você acha que é?

— Quem é o quê? — pergunto, pausando o vídeo e fechando a tela do meu notebook. O quarto fica escuro.

— A garota que o Ju tá saindo.

Ela desenterra o rosto do travesseiro, me encarando com as bochechas pegando fogo de tão vermelhas. Estou morrendo de pena e juro que quero fazê-la se sentir melhor, mas não acho que conversar sobre o Juliano vá melhorar a situação. Sendo honesta, acho que insistir nesse assunto só vai piorar tudo. E, bem, eu tô com zero saco pra falar sobre esse garoto ridículo, a não ser que seja pra planejar o seu assassinato.

— Isso importa, Iara? — pergunto. Estou sentada no chão ao lado da cama, e apoio o meu rosto no colchão. — A gente precisa se lembrar que a garota não é a vilã dessa história. O principal culpado é ele.

— Eu sei, eu sei — ela garante, respirando fundo. — Mas eu acho que, como a feminista que eu sou, preciso avisar a ela. Aquele idiota não merece ficar com mais ninguém.

Talvez Iara tenha um bom ponto, e eu não posso negar que estou curiosa. Eu sei que o Juliano dá em cima de várias garotas, então não há como deduzir qual é a da vez. Será que é alguém da escola? Alguém que a gente conhece?

— Quer dar uma de detetive e procurar pistas na internet? — pergunto, balançando meu celular no ar. Iara sorri.

— Não. Quero dizer, eu quero — ela confessa, se ajeitando na cama e abrindo espaço para que eu deite a seu lado —, mas não hoje. Eu tô triste e furiosa e me sentindo sozinha pra cacete, não quero ficar pior.

— Você pode tá triste e furiosa, mas não diga que tá sozinha — sussurro, encostando minha cabeça na dela. — Nunca mais pense isso, Iara, ou vou ser obrigada a te dar uns sopapos.

Garotas Rebeldes em CombustãoOnde histórias criam vida. Descubra agora