18 - fogo tem tudo a ver com rebeldia

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O QUARTO DE Frida Tropelia é roxo

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O QUARTO DE Frida Tropelia é roxo. Não um roxo forte, e sim um bem clarinho, lilás-bebê. Não que eu esperasse paredes pintadas de preto ou algo do tipo, mas ainda assim sou pega de surpresa. Não era bem o que eu imaginava e, sendo honesta, até o meu quarto parece mais com ela do que esse aqui. Mas... é uma surpresa boa.

Frida tem fotografias presas em um mural, junto com alguns bottons e entradas de shows que foi. Ela também tem dois ukuleles e um violão presos em suportes na parede, ao lado da sua guitarra. É tudo bem organizado, diferente das minhas coisas. Ainda bem que Frida não entra no meu quarto há mais de dez anos.

— Você trouxe roupa, né? — Frida pergunta, na ponta dos pés enquanto fuça algo numa prateleira alta do guarda-roupa. Assinto, abraçando minha bolsa. — Quer ir tomar banho primeiro?

Ela me entrega uma toalha limpa e eu caminho devagar até o banheiro ao lado do quarto. O apartamento está escuro, já passam das três e todo mundo já deve tá dormindo. E pensar nisso me deixa um pouco desconcertada porque eu meio que acabei de perceber que não sei exatamente com quem a Frida mora. Com o pai, talvez? Ela já mencionou ter um irmão...

Entro no banheiro, girando a chave duas vezes na fechadura antes de pendurar a toalha no suporte ao lado do box. Me encaro no espelho, sem conseguir me reconhecer. Não que algo tenha mudado de verdade em mim, mas a sensação que tenho é de que eu era uma pessoa totalmente diferente da última vez que me vi. Acho que depois que a gente conhece um lugar como o Área 51, é impossível sair de lá sendo a mesma pessoa.

Tomo um banho rápido, a água fria fazendo meus músculos relaxarem e me livrando momentaneamente do cansaço. Volto para o quarto já usando o meu pijama, esse tão idiota quanto minha camiseta de alienígenas. Estampa de Star Wars. Vários Stormtroopers desenhados no meu shortinho.

— Espera só eu tomar um banho também, tá? Aí eu ajeito a cama pra gente dormir — Frida avisa, saindo do quarto e me deixando sozinha.

Cama. No singular. Eu nem tinha me dado conta disso, mas é verdade. Só há uma cama no seu quarto e tudo indica que teremos que dividi-la durante a noite. Certo. Tudo bem.

Guardo minha roupa suja na bolsa e caminho até o mural pra ver melhor as fotos. Frida tem muitas com o que eu imagino ser seus avós, algumas com as meninas da banda e outras com o pai e o irmão, mais velho que ela. Também há uma única foto de Frida com a mãe, mas é antiga. No cantinho, foi escrito algo com caneta permanente. Minha estrela. 2006. L.

— Sabe, eu posso dormir no chão.

Frida entra no quarto às pressas, já começando a arrumar tudo. Quase tenho um ataque do coração por causa do susto, e meu peito acelerado não parece disposto a voltar ao ritmo normal quando percebo que ela está de toalha. Diferente de mim, Frida não se trocou no banheiro, e está agora assim, ainda um pouco molhada, segurando a toalha folgada na frente do corpo enquanto tira a colcha da cama.

Garotas Rebeldes em CombustãoOnde histórias criam vida. Descubra agora